sexta-feira, 25 de março de 2011

Grécia - O Berço da cultura do Ocidente

Grécia - O Berço da cultura do Ocidente (Resumo)

Localizada na Península Balcânica, Europa. A civilização grega deixou importantes contribuições para a formação da cultura ocidental, que chegou até nós através dos europeus. Senão vejamos, foram os gregos idealizadores da cidadania, democracia, filosofia, geometria, teatro e jogos olímpicos.

A história da Grécia antiga é dividida nos seguintes períodos: pré-homérico, homérico, arcaico, clássico e helenístico.
O período Pré-Homérico. (2000 a 1200 A.C) - Nos primórdios da formação a Grécia foi habitada por povos indo-europeus. Os aqueus foram os primeiros. Possuíam estreitas relações com os cretenses, habitantes da Ilha de Creta, motivo que ajudou a formação da cultura micênica (nome derivado da cidade aqueia de Micenas). Séculos depois, chegam a Grécia outros povos : os jônios, os eólios e os dórios. Sendo estes últimos, os dórios, exímios guerreiros, conheciam e dominavam a fundição do ferro. Foram responsáveis pela destruição da cultura micênica obrigando a maioria de seus habitantes a fugirem, dando origem a primeira diáspora (dispersão) grega.

O período Homérico. (1200 a 800 a A.C) - Este período recebe esta denominação devido a Homero, o pai da História, de cuja autoria são as mais significativas fontes históricas sobre a época: os poemas épicos da Ilíada - descrevendo a Guerra de Tróia - e o outro poema a Odisséia - que relata as aventuras do herói Odisseu (ou Ulisses) sobrevivente da guerra de Tróia. Lembram dos refugiados da primeira diáspora? Pois é, serão os fundadores dos genos - são pequenas comunidades agrícolas auto-suficientes que utilizavam o sistema de produção conhecido como coletivismo ou gentílico. Os genos eram compostos por membros de uma mesma família sob a chefia do pai, ou seja, uma sociedade patriarcal. Contudo, a disputa por terras cultiváveis devido ao aumento populacional destruíram o sistema gentílico ou coletivismo. As famílias mais poderosas se apoderaram das melhores terras,originando a propriedade privada, e muitas outras famílias se dispersaram para outras regiões fora da Grécia, ocasionando a segunda diáspora grega.

O período Arcaico. (800 a 600 A.C) - Com o surgimento da propriedade privada, alguns grupos ficaram com as melhores terras outros com as piores, mas a maioria sem nenhuma. Por este motivo começam uma série de conflitos entre os grupos sociais. Para lidar com as constates desavenças os proprietários de terra constituíram um tipo de irmandade ou associação as fratrias. Aos poucos as fratrias se uniram e formaram as tribos, que, por sua vez, agruparam-se em demos. Os demos organizaram-se e evoluíram para a pólis ou cidade-Estado (o conceito de cidade-Estado foi a principal transformação do período arcaico).
Por sinal, a palavra cidadania vem de cidadão ou aquele que mora na cidade e foi na cidade que os gregos adotaram o conceito de Cidade-Estado, cuja evolução deu-se a partir da pólis, e possuíam as seguintes características: governo autônomo, lei própria, moeda, organização social e economia local. Embora falassem o mesmo idioma e uma cultura comum não praticavam o conceito de país ou nação grega, tanto que eram constantes os desentendimentos e guerras entre as cidades-Estados. As principais cidades-Estados foram Atenas e Esparta.

Atenas foi conhecida como a cidade exemplo da Grécia antiga por sua cultura e prosperidade econômica. Localizada na região da Ática, devido a escassez de terras férteis os atenienses voltaram-se para a pesca, navegação e ao comércio marítimo. A educação ateniense é focada para formação de cidadãos. Porem, sua história é recheada de revoltas populares e instabilidade política devido a desigualdade social. A sociedade atenienses era composta de Eupátridas (grandes proprietários de terras) , os pequenos proprietários, camponeses, artesãos, comerciantes ou demiurgos , estrangeiros ou metecos e escravos. Nos primórdios Atenas foi governada por um rei - o basileu. Aos poucos os eupátridas (grandes proprietários de terras ) tomaram o poder e criaram o sistema de governo conhecido como Oligarquia (significa governo de poucos). Para tentar resolver sucessivas crises foram efetuadas reformas políticas. A primeira reforma foi efetuada por Drácon que redigiu as leis - até então orais, dificultando assim sua manipulação pelos eupátridas. Apesar de importantes as leis draconianas não resolveram as reivindicações populares, e outro legislador entrou em cena: Sólon que instituiu as seguintes mudanças: Abolição da escravidão por dívidas, libertou os devedores da prisão; determinou a devolução das terras confiscadas pelos credores eupátridas; institui o princípio da igualdade perante a lei e criou um sistema legislativo que dava mais oportunidades ao povo participar. Apesar das reformas, os conflitos sociais continuaram gerando grande instabilidade política, foi a oportunidade para Psístrato tomar o poder e instaurar um novo tipo de governo, a Tirania (ao contrário de hoje o termo não indica um governo opressor e sim governo tomado ilegalmente). Durante a tirania experimentou-se relativa estabilidade, após a morte de Psístrato, Atenas foi varrida por uma nova revolta popular liderada por Clístenes, conhecido como o pai da democracia. Clístenes efetuou uma série de mudanças que facilitaram a participação direta de todos os cidadãos atenienses nas decisões políticas. Esse tipo de sistema ficou conhecido como Democracia (governo do povo).

COMO PODEMOS VERIFICAR A HERANÇA DA CULTURA GREGA EM NOSSO PAÍS. Importante lembrar que o conceito atual que temos de democracia é diferente do da época da Grécia antiga. Se no Brasil podemos escolher pelo voto quem ocupa os quadros políticos do governo, devemos isto aos gregos, mas a democracia da época de Clístenes não era igual a nossa. Atingia apenas os cidadãos, ou seja, os homens nascidos em cidade grega. Os demais componentes da sociedade, mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos. A democracia da antiga Grécia é de difícil aceitação numa concepção atual de democracia, pois tinha aspecto limitador, elitista e excludente pouco semelhante com o conceito moderno.


A outra importante cidade-Estado grega era Esparta, localizada no planície do Peloponeso, possuía uma economia agrária e chamava atenção pelo caráter militar de sua sociedade que direcionava a educação para formação de soldados. Os espartanos eram submetidos a uma rígida disciplina, ao completar 7 anos as famílias entregavam seus filhos ao Estado para a formação militar e,aos 18 anos, ingressavam no exército, tornando-se hoplitas (soldados). Os que nasciam com defeitos físicos eram descartados pelo Estado,conforme o costume eram jogados no precípicio. A estrutura social espartana era estratificada ou seja sem mobilidade. Os espartanos, periecos, hilotas compunham a estrutura social. Apenas os espartanos tinham direitos políticos e monopolizavam o poder. Os periecos eram os comerciantes e os artesãos. Os hilotas eram escravos de propriedade do Estado que cultivavam as terras dos espartanos.
A organização política de Esparta era a Oligarquia (governo de poucos).A estrutura de poder era composta dos seguintes orgãos: eforato, diarquia, gerúsia e ápela. O eforato, formado por cinco magistrados eleitos anualmente, era quem detinha o poder político na cidade. A diarquia, composta de dois reis hereditários que exerciam funções executivas e militares. A gerúsia composta por membros vitalícios responsáveis por elaborar leis. A ápela era a assembléia popular formada por espartanos maiores de 30 anos, tinha a função consultiva.

Período Clássico. (Séc V - séc IV A.C.)
Foi durante esta fase que a Grécia atingiu seu apogeu. Atenas, com seu sistema de governo democrático, desenvolveu-se e expandiu-se para o mar através da prática do comércio. Sua política expansionista choca-se com os interesses de outra potência da época: O império Persa. A guerra para impor a supremacia marítima e comercial entre gregos e persas (ou medos) denominou-se as Guerra Médicas. Dividida em duas fases, no primeiro confronto os gregos conseguiram vencer o exército de Dario I, rei persa, na batalha de Maratona. Porem os persas não desistiram e no segundo confronto voltaram a atacar os gregos em 486 a.C. Nas raras ocasiões que as cidades-Estados gregas se uniam a Baralha de Salamina foi decisiva para vencer os persas. Receosos de uma nova investida persa, os gregos criaram a Confederação de Delos, formada pela união de várias cidades sob a liderança de Atenas. Responsável pela administração financeira da confederação, Atenas aproveitou-se da sua condição para utilizar os recursos em benefício próprio, desenvolvendo sua indústria e seu comércio. Em pouco tempo tornou-se a cidade mais poderosa da Grécia, com grande desenvolvimento cultural e econômico. Durante o governo de Perícles, Atenas atingiu seu poderio máximo. Perícles efetuou reformas para diminuir o desemprego realizando obras públicas. Contudo, os anos de ouro de Atenas despertaram as rivalidades entre as demais cidades e fez com que Esparta, incomodada com a posição de ateniense diante as demais cidades, liderasse a Liga do Peloponeso com objetivo de combater a Confederação de Delos. Este choque de interesses na disputa pelo poder entre Atenas e Esparta resultou numa guerra suicida, envolvendo todas as cidades gregas, conhecida como a Guerra do Peloponeso. No final desta a guerra Esparta sagrou-se vitoriosa, mas foi a Grécia quem mais perdeu. Em virtude da devastação causada pela guerra em muitas cidades abriu-se as portas para as invasões externas. Período Helenistico. (400 a 200 A.C)
A guerra entre as cidades gregas resultou no fim da predominância de Atenas e teve início a de Esparta, que impôs governos oligárquicos em todas as pólis que faziam parte da Confederação de Delos. Porém a hegemonia espartana foi breve, em 376 a.c. foi derrotada por Tebas. As constantes guerras destruíram as cidades e desorganizaram o mundo grego. Empobrecidas e debilitadas, as pólis tornaram-se presas fáceis para o domínio da Macedônia - uma região situada a norte da Grécia, que pôs fim a
autonomia das cidades-Estados gregas. Alexandre, o Grande, tornou-se rei da Macedônia, após a morte de seu pai Felipe II, empreendeu uma campanha de expansão da Macedônia a partir da conquista do Império Persa e dominar vastas extensões de terras que iam do Egito até a Índia.
Apesar de jovem, Alexandre, assumiu o trono com 20 anos, possuía um incrível preparo para governar. No seu reinado houve uma grande aceleração do comércio, aumento da urbanização e da mesclagem de valores da cultura grega com as dos povos conquistados. Esta mistura deu origem à cultura helênica.
Após a morte de Alexandre o império macedônico esfarelou-se e as disputas de poder entre os generais resultaram em guerras que resultaram no enfraquecimento das regiões que compunham o império. No século II a.C., a Grécia e a Macedônia foram convertidas em províncias da então nova potencia mundial: Roma.


Gravura retratando a competição entre os gregos. As Olimpíadas modernas estão entre as heranças da Civilização Grega.

terça-feira, 22 de março de 2011

Exercícos de Fixação Independência dos EUA

Exercícios de fixação (respostas no final da página)

1. Sobre a Independência dos Estados Unidos da América afirma-se que :
I - A origem do movimento da independência deve ser encontrada no desenvolvimento uniforme das 13 Colônias Inglesas.
II- Os colonos sentiram-se muito prejudicados pela proibição da coroa inglesa ao comércio triangular, praticado pela colônia, fato que gerou sérios atritos com a metrópole.
III- O Segundo Congresso de Filadélfia decretou a separação da Inglaterra em 4/7/1776, através da Declaração de Independência redigida por Thomas Jefferson.
IV- A política de conciliação adotada pela Inglaterra retardou o processo de independência da Treze Colônias Inglesas.
V- A França e a Espanha apoiaram a Inglaterra durante a Guerra de Independência.

Assinale a alternativa correta:
a) Estão corretas a opções I, II e III.
b) Estão corretas a opções II e III.
c) Apenas a opção II.
d) Estão corretas as opções III, IV e V.

2. (CESGRANRIO) A França e Espanha entraram na guerra de independência do lado dos colonos e contra a Inglaterra. O  verdadeiro objetivo do apoio francês e espanhol era:
a) eliminar o contrabando inglês na Colônia do Sacramento;
b) recuperar algumas colônias que lhes haviam sido tomadas pelos ingleses em guerras anteriores;
c) punir a Inglaterra pela ajuda prestada à Holanda na guerra das Províncias Unidas contra a Espanha;
d) ajudar os colonos norte-americanos em sua Guerra de Independência;
e) minar as posições do comércio inglês no continente americano.


3. Leis inglesas provocaram divergências entre colonos americanos e a Coroa Inglesa, resultando no pocesso de luta pela independência. Entre os objetivos dessas leis, devem ser destacados os seguintes:


a) Aumentar a receita real abalada pelos custos da Guerra dos Sete Anos, impedir o comércio intercolonial conhecido como comércio triangular e promover a recuperação econômica.
b) Aumentar o consumo de chá e açúcar nas colônias, obrigar ao uso de selos na correspondência e aumentar as exportações das colônias.
c) Abolir a escravidão nas colônias, separar juridicamente as treze Colônias e ajudar a Pensilvânia a anexar terras no Oeste.
d) Recuperar a Companhia das Índias Ocidentais, abrir o porto de Boston às nações amigas e aumentar as importações das colônias.
e) Pagar indenizações à França, devido à derrota inglesa na Guerra dos Sete Anos, revogar os Atos Townshend e favorecer os produtores locais de açúcar.


4. Quando da discussão, no Parlamento Inglês, das Leis do Açúcar e do Selo (1784 - 1765), os colonos ingleses da América recusaram-se a aceitar as medidas impostas, baseando-se:


a) no fato de não estarem representados na assembléia que votou as taxas para cobrir os custos da Guerra dos Sete Anos;
b) no princípio da isenção de taxas concedido pela Coroa aos colonos;
c) no direito inalienável dos súditos ingleses de recusar a obediência a leis injustas;
d) nos direitos naturais do cidadão à vida, à propriedade e à busca da felicidade;
e) nos prejuízos financeiros advindos do bloqueio aos produtos das Antilhas.

5- Em geral a base de um processo revolucionário encontra-se na sua argumentação ideológica. No caso da Independência dos EUA, assim como na Revolução Francesa e no processo de independência da América Latina a base ideológica destes movimentos históricos foi:

a) O Humanismo em virtude de seu caráter social colocando o homem como o centro do universo.
b) O Racionalismo justificando a "razão" como a única maneira de conseguirmos a igualdade.
c) O Iluminismo por valorizar idéias como o conceito de que o poder vem do povo e o direito a igualdade. 
d) O Pacto colonial que pregava o futuro da colônia estava atrelado ao sucesso da metrópole.


6 -A independência das 13 colônias inglesas da América do Norte - a Revolução Americana - resultou:
I - do desdobramento natural da relativa autonomia econômica e política dessas colônias de povoamento;
II - da reação dos colonos às medidas legais tanto fiscais e quanto administrativas tomadas pela Inglaterra após a Guerra dos Sete Anos;
III - dos prejuízos causados aos colonos pela política liberal inglesa, que aboliu o "pacto colonial"; IV - da manutenção e intensificação das práticas mercantilistas inglesa que se opunham ao "comércio triangular" realizado pela burguesia colonial.

Assinale a opção correta: 
a) estão corretas apenas I e II
b) estão corretas apenas I e III
c) estão corretas apenas II e IV
d) estão corretas apenas I, II e III
e) estão corretas apenas I, II e IV


-Questão aberta.
 "O sangue dos que foram chacinados, a voz lamentosa da Natureza gritam: 'é hora de separarmos!' Mesmo a distância que Deus colocou entre a Inglaterra e a América é uma prova forte e natural de que a autoridade de uma sobre a outra não era a vontade dos Céus (...) UM GOVERNO NOSSO É UM DIREITO NOSSO (...) Portanto, o que queremos? Por que hesitamos? Da parte da Inglaterra não esperamos nada, a não ser a ruína (...) Nada pode resolver nossa situação tão rapidamente quanto uma declaração de independência, aberta e feita com determinação."

(Thomas PAINE, Bom Senso, panfleto de 10 de janeiro de 1776, citado por Leo HUBERMAN, História da Riqueza dos Estados Unidos, Brasiliense, São Paulo, 1983)


O documento anterior expressa algumas das idéias que, pouco mais tarde, estariam contidas na Declaração de Independência das Treze Colônias da América do Norte.


a) Apresente dois fatores que tenham contribuído para a independência das Treze Colônias.


b) Relacione a frase "Um governo nosso é um direito nosso" com as idéias que fundamentaram o processo de independência das Treze Colônias.


Respostas; 1- b, 2-b, 3-a, 4-a, 5-c, 6-e