terça-feira, 18 de maio de 2010

Respostas da Avaliação parcial

Prezados alunos, confiram as respostas da 1ª avaliação parcial da unidade.

1- Assinale a única alternativa correta. São características do Regime republicano no Brasil na Primeira República:

a) Federalismo, voto universal, os 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário).
b) Federalismo, voto universal, criação do conselho de Estado e monarquia parlamentarista.
c) Federalismo, voto universal, eleições indiretas, abolição da escravidão.
d) Presidencialismo, Conselho de Estado, manutenção da escravidão.
e) Presidencialismo, voto censitário, eleições indiretas, abolição da escravidão.

2) "Em 1898, há de rebanhos mil correr da praia para o sertão; então o sertão virará praia e a praia virará sertão...Em 1899 ficarão as águas em sangue e o planeta há de aparecer no nascente com o raio de sol que o ramo se confrontará na terra e em algum lugar se confrontará no céu...Há de chover uma grande chuva de estrelas e aí será o fim do mundo. Em 1900 se apagarão as luzes. Deus disse no evangelho: eu tenho um rebanho que anda fora deste aprisco e é preciso que se reúnam porque há um só pastor e um só rebanho!" (apud CUNHA, Euclides, 1975, pág.132-3). A profecia acima refere-se a uma das mais importantes revoltas populares vivenciadas na história da República brasileira. Estamos nos referindo a:

A) Guerra de Canudos. B) Lampião e o cangaço. C) Revolta da Chibata. D) Guerra do Contestado. E) a Revolução Federalista

3) Em finais do século XIX e nas primeiras décadas da República, surgia no nordeste do país um movimento social conhecido por Cangaço. Vários fatores permitiram o aparecimento da figura do cangaceiro, EXCETO:

a) miséria e submissão da massa rural aos grandes latifundiários.
b) Acentuação da decadência econômica e terríveis secas que assolaram o sertão.
c) Crescimento da industrialização na região Sudeste, atraindo mão-de-obra das regiões rurais.
d) Desemprego e fome de milhares de trabalhadores destituídos de propriedades.
e) Revolta contra a ordem social injusta e agressiva e a busca de justiça pelas próprias mãos.

4- A respeito do coronelismo podemos afirmar que:

a) O coronel era o líder político do local cujo poder era medido pela quantidade de votos que controlava.
b) Através da intimidação e da troca de favores sobre o povo que o coronel praticava o voto de cabresto.
c) Constituía o poder local através do voto direto secreto e de maneira democrática.
d) A penas a alternativa “C” esta correta.
e) As alternativas “a” e “b” estão corretas.

5. Leia as afirmativas abaixo, que versam sobre o “Convênio de Taubaté”:

I. O processo de valorização artificial do café desencorajou a plantação de novas lavouras cafeeiras a partir daquela data.
II. O convênio fixava um preço mínimo a ser pago pela saca de café, caso o preço no mercado internacional fosse inferior.
III. Os recursos do governo para a compra do café ao preço mínimo seriam obtidos com empréstimos de capitais estrangeiros.
IV. O convênio pode ser visto como um sinal do domínio político da “República Velha” por Estados produtores de café.

Assinale a única alternativa que aponta somente as afirmativas corretas:
a) I e IV
b) II e IV
c) II, III e IV
d) I, II e III
e) IIl e IV

RESPOSTAS: 1-A/ 2-A/ 3-C/ 4-E/ 5-C

domingo, 9 de maio de 2010

Revolta da Vacina, Canudos e Favela

Qual a origem do termo Favela?

Em principio os três temas do título não parecem ter conexão com a pergunta, mas numa investigação histórica mais apurada encontramos o “elo perdido”.
Entre o final do século XIX e início do século XX, as autoridades higienistas preocupadas com os surtos epidêmicos que assolavam a capital federal do Brasil – Rio de Janeiro, apontavam para as péssimas condições sanitárias existentes nos cortiços e mocambos como o principal foco disseminador das doenças.
Por outro lado, as autoridades políticas sentiram-se pressionadas por integrantes da camada mais abastarda da sociedade que exigiam dos governantes ações eficazes para resolução das constantes epidemias que democraticamente também atingiam as elites.
O resultado desta conjunção de interesses científícos e políticos, ou seja, por um lado a justificativa científica dos médicos higienistas e por outro a pressão política das elites, descambou na contabilização da culpa pelas epidemias sobre os cortiços e mais precisamente sobre os hábitos repugnantes de seus habitantes: a camada pobre da população. Iniciava, assim a formatação de instrumentos legais para a política de extermínio dos cortiços e de expulsão das chamadas classes perigosas (pobres) da área central da cidade. Abrindo um precedente perigoso a políticos que apropriam-se de elementos de gestão científica aplicando-os à sociedade a fim de justificar atitudes impopulares no contexto de uma obscura intenção política. Esta engenharia social com bases científicas em determinado momento da História do século XX levaria o mundo a presenciar uma das maiores catástrofes - a Segunda Guerra Mundial -, mas em se tratando de Brasil, para nosso alívio, os fatos ocorridos aqui não chegariam a tamanha dimensão.
Imbuídos de uma notável “sensibilidade” a respeito do problema de saúde pública, começa uma verdadeira revolução urbana na capital do país. Demolição, despejo e violência policial sobre os moradores dos cortiços, as autoridades governamentais não mediriam esforços para colocar em prática a estratégia “política” de erradicação das epidemias mesmo que adotassem enérgicas medidas coercitivas.   
O exemplo ímpar deste tipo de medida foi a demolição do cortiço conhecido como Cabeça de Porco, um “valhacouto de desordeiros” na concepção das autoridades da época. O aparato montado para a expulsão dos moradores do local chamou a atenção tanto pela presença de várias autoridades no local como pela velocidade que foi executada a demolição do cortiço. No relato da imprensa da época a sanha destrutiva não comoveu-se diante do clamor das mulheres e do choro das crianças. Segundo um estudo de Lílian Vaz,  “num gesto magnânimo do prefeito do Rio de Janeiro - Barata Ribeiro, mandou facultar a gente pobre que habitava aquele recinto a tirada das madeiras que podiam ser aproveitadas em outras construções”. De posse deste material “generosamente” cedido pelo prefeito os moradores subiram o morro que existia nas proximidades e iniciaram a construção de pequenos casebres com os despojos da demolição dos cortiços. Poucos anos mais tarde, neste mesmo local, estabeleceram-se com a devida autorização dos chefes militares os soldados que combateram na campanha da Guerra de Canudos terminada em 1897. A localidade passou a ser conhecida como “Morro da Favela” em referência ao nome do acampamento dos soldados em Canudos. Favela é uma planta típica da caatinga nordestina. Com o passar dos tempos a comunidade do Morro da Favela cresceu e espalhou-se pelos morros da cidades outros assentamentos urbanos idênticos. Quando perguntavam aos moradores destas comunidades o local de sua moradia prontamente respondiam: "moro na favela."  
A Revolta da Vacina foi um movimento de caráter popular que aconteceu no Rio de Janeiro cujas raízes estão no processo da campanha de saúde pública realizada a força e a insatisfação da população pobre resultante do movimento chamado "Bota-abaixo" (derrubada de cortiços e casebres) desapropriando os moradores que sem opção deslocaram-se para os morros e bairros periféricos deixados de lado pela reforma urbanística. Sem se importar com a situação dos mais pobres, a imprensa da época alardeava o jargão: "O Rio civiliza-se".  Civiliza-se em relação ao que?