Das cavernas ao Estado. A trajetória da Humanidade.
“No inicio tudo era o caos.”, “No começo dos tempos havia o nada”. Estas são frases com as quais podemos iniciar uma História. Exemplos das mais variadas formas de nos trazer o conhecimento histórico. A pergunta que não quer calar é: Afinal para que serve a História? Porque preciso estudá-la? As respostas para estas perguntas vêm provocando debates intermináveis e ainda não se chegou a um consenso (acordo), mas para você não ficar sem resposta eis o que penso a respeito.
A História serve para nos ensinar, afinal de contas ter a possibilidade de adquirir conhecimento das diversas culturas de civilizações antigas e atuais é uma enorme contribuição ao aperfeiçoamento intelectual do indivíduo, mesmo que ter acesso a este conhecimento não interesse a alguns é papel da História disponibilizá-lo. Mais do que nos trazer conhecimento cabe a História instigar o senso crítico de cada pessoa. Formar cidadãos pensantes e críticos do contexto em que vivem, acredito ser uma necessidade de qualquer nação e a História se presta a executar esta missão.
Contudo para entendermos melhor a maneira como a História nos disponibiliza este conhecimento é necessário possuirmos alguns conceitos básicos. Para tanto vamos aprender o conceito de fonte, registro e tempo histórico.
A água é essencial para a vida, disso nós sabemos. Desde os primórdios os grupos humanos peregrinavam em busca deste liquido precioso. As civilizações surgiram às margens dos rios. Assim como precisamos ir à fonte de água para saciar nossa sede a História precisa ir as “fontes” para viver.
Fontes para a História são os documentos. Sem eles não haveria História. Uma definição ampla e bem interessante sobre fontes é a do historiador Lucien Febvre: “A História faz-se, sem dúvida, com documentos escritos. Quando os há. Mas pode fazer-se, deve fazer-se, sem documentos escritos, se estes não existirem. Com tudo o que o engenho do historiador pode permitir que seja utilizado para fabricar o seu mel, na falta das flores de costume. Portanto, com palavras. Com indícios. Com paisagens e telhas. Modos de campo e ervas daninhas. Eclipses da Lua e cabrestos. Peritagens de pedras por geólogos e análises de espadas de metal por químicos. Numa palavra, com tudo o que, sendo do Homem, depende do Homem, serve para o Homem, exprime o Homem, significa a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do Homem.”
A História serve para nos ensinar, afinal de contas ter a possibilidade de adquirir conhecimento das diversas culturas de civilizações antigas e atuais é uma enorme contribuição ao aperfeiçoamento intelectual do indivíduo, mesmo que ter acesso a este conhecimento não interesse a alguns é papel da História disponibilizá-lo. Mais do que nos trazer conhecimento cabe a História instigar o senso crítico de cada pessoa. Formar cidadãos pensantes e críticos do contexto em que vivem, acredito ser uma necessidade de qualquer nação e a História se presta a executar esta missão.
Contudo para entendermos melhor a maneira como a História nos disponibiliza este conhecimento é necessário possuirmos alguns conceitos básicos. Para tanto vamos aprender o conceito de fonte, registro e tempo histórico.
A água é essencial para a vida, disso nós sabemos. Desde os primórdios os grupos humanos peregrinavam em busca deste liquido precioso. As civilizações surgiram às margens dos rios. Assim como precisamos ir à fonte de água para saciar nossa sede a História precisa ir as “fontes” para viver.
Fontes para a História são os documentos. Sem eles não haveria História. Uma definição ampla e bem interessante sobre fontes é a do historiador Lucien Febvre: “A História faz-se, sem dúvida, com documentos escritos. Quando os há. Mas pode fazer-se, deve fazer-se, sem documentos escritos, se estes não existirem. Com tudo o que o engenho do historiador pode permitir que seja utilizado para fabricar o seu mel, na falta das flores de costume. Portanto, com palavras. Com indícios. Com paisagens e telhas. Modos de campo e ervas daninhas. Eclipses da Lua e cabrestos. Peritagens de pedras por geólogos e análises de espadas de metal por químicos. Numa palavra, com tudo o que, sendo do Homem, depende do Homem, serve para o Homem, exprime o Homem, significa a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do Homem.”
Registro é a forma como as fontes chegaram até nós. São as variadas modalidades de documentação das atividades humanas e descrições de acontecimentos de uma forma geral. Das imagens das cavernas às telas dos Ipads, neste intervalo encontramos inúmeros exemplos de registros.
Tempo histórico refere-se ao processo que tem como agente transformador o ser humano durante o seu fazer histórico. Observe que apesar da História se apropriar das formas como medimos o tempo cronológico (calendários e datações) é necessário entender que o conceito de tempo histórico precisa ser compreendido, também, como um objeto de cultura, um objeto social construído pelos povos, como no caso do tempo cronológico e astronômico (sucessão de dias e noites, de meses e séculos). O calendário é o melhor exemplo para compreendermos o que chamamos de tempo cronológico. Você sabia que existem outros calendários, além do nosso o calendário Gregoriano (Ocidental)?. Eis alguns dos principais calendários:
Na Idade Média as “marcas” indicavam os limites de um império e serviam de referência para determinar as fronteiras territoriais. Dada a sua importância o rei nomeava um fidalgo para administrar esta fronteira que foram chamados de marqueses, aqueles que zelam pelas marcas. A História é repleta de divisores de águas. Eventos que costumam marcar mudanças radicais. São estas “marcas” que estabelecem os períodos em que determinados eventos de grande relevância determinaram o início ou fim de um ciclo. Assim a Revolução Francesa marca o início da Idade Contemporânea – a era em que vivemos atualmente. Foi com objetivo de melhor sistematizar a História que elaboramos a Linha do Tempo Histórico, a divisão para fins didáticos em eras ou períodos assim compreendidos:
A pré-escrita (Pré-história) ] Idade Antiga ] Idade Média ] Idade Moderna ] Idade Contemporânea.
A História antes da escrita.
Desde os primórdios a humanidade procurava respostas sobre questões instigantes: De onde vim? Para onde vou? Quem sou eu?
Talvez a psicologia tenha avançado bastante nos estudos para responder a última pergunta, contudo as outras duas ainda estão em aberto. Decerto que ainda existe polêmica a respeito. Afinal, qual é a origem da vida?
A origem da vida é um tema controverso e seja qual for sua a crença ou pensamento, conhecer sobre as teorias é necessário para desenvolver seu ponto de vista. Diversas visões a respeito, em diferentes épocas, permearam o cotidiano da humanidade: Panspermia, Criacionismo, Abiogênese, Biogênese, Evolucionismo, entre outras são alguns exemplos. Porém, duas principais correntes de pensamento atiçam os debates a esse respeito: O criacionismo e o evolucionismo.
Sinteticamente o conceito do criacionismo postula que a origem de tudo tem a participação da divindade, ou seja, um Deus (qualquer Deus) criador do "céu e da terra". Por milênios a resposta mais plausível para humanidade e, que explicava a origem da existência estava associada ao criacionismo e a origem divina.
Na mitologia japonesa Izanagi e Izanami criaram a vida; os nórdicos atribuíam ao grande vazio Ginungagap a criação de Midgard; no Egito a origem da vida está na "água primordial" de onde surgiu Atum que criou Shu, deuses encarregados de criar ordem a partir do caos; Na mitologia grega no início era o vazio e o caos, a partir do ovo de Nyx surgem Urano e Gaia; na mitologia africana existem variadas explicações, desde o deus Muluco e o buraco na terra a cosmovisão do povo Massai sobre o deus criador Ngai. O mito da criação Tupi Guarani fala de Nhanverucuruçu e Tupã, anteriores ao surgimento do Universo. Varias outras culturas e civilizações possuem concepções sobre o tema, que por sua complexidade não poderiam comportar em um texto único. Entre as narrativas mais conhecidas do Ocidente está a judaica-cristã, ou povos do livro, o Deus único criador do céu e da terra precisou de sete dias para fazer tudo que existe.
Apesar de se aplicar para todas as justificativas mítico-religiosas relativas ao surgimento do Universo e da vida, a partir de 1920 os argumentos criacionistas farão suas revisões e reinterpretações. É quando surge o criacionismo científico, um novo olhar que se apoiará no cientificismo para construir argumentos para além do cunho religioso. Pois, incorporam atributos científicos e filosóficos para fundamentar as evidências do projeto de criação da vida. Pode-se dizer uma terceira via acomodando ciência e religião.
CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS SOBRE MITOLOGIA DA CRIAÇÃO
O evolucionismo propõe que a evolução das espécies ocorreu por meio da seleção natural conforme as mudanças ambientais, portanto a explicação da origem da vida estaria ancorada no racionalismo ou na ciência.
O grego Aristóteles, há mais de 2000 atrás, conjecturou a teoria da geração espontânea para explicar a vida. A partir do Renascimento ideias diferentes da tradição religiosa começam a surgir para explicar a origem dos seres vivos como a Biogênese (séc. XVII). O naturalista francês Jean de Lamarck (1744-1829) foi muito importante para o desenvolvimento das ideias evolucionistas, ele propunha a “Lei do uso e desuso”.Sinteticamente o conceito do criacionismo postula que a origem de tudo tem a participação da divindade, ou seja, um Deus (qualquer Deus) criador do "céu e da terra". Por milênios a resposta mais plausível para humanidade e, que explicava a origem da existência estava associada ao criacionismo e a origem divina.
Na mitologia japonesa Izanagi e Izanami criaram a vida; os nórdicos atribuíam ao grande vazio Ginungagap a criação de Midgard; no Egito a origem da vida está na "água primordial" de onde surgiu Atum que criou Shu, deuses encarregados de criar ordem a partir do caos; Na mitologia grega no início era o vazio e o caos, a partir do ovo de Nyx surgem Urano e Gaia; na mitologia africana existem variadas explicações, desde o deus Muluco e o buraco na terra a cosmovisão do povo Massai sobre o deus criador Ngai. O mito da criação Tupi Guarani fala de Nhanverucuruçu e Tupã, anteriores ao surgimento do Universo. Varias outras culturas e civilizações possuem concepções sobre o tema, que por sua complexidade não poderiam comportar em um texto único. Entre as narrativas mais conhecidas do Ocidente está a judaica-cristã, ou povos do livro, o Deus único criador do céu e da terra precisou de sete dias para fazer tudo que existe.
Apesar de se aplicar para todas as justificativas mítico-religiosas relativas ao surgimento do Universo e da vida, a partir de 1920 os argumentos criacionistas farão suas revisões e reinterpretações. É quando surge o criacionismo científico, um novo olhar que se apoiará no cientificismo para construir argumentos para além do cunho religioso. Pois, incorporam atributos científicos e filosóficos para fundamentar as evidências do projeto de criação da vida. Pode-se dizer uma terceira via acomodando ciência e religião.
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O evolucionismo propõe que a evolução das espécies ocorreu por meio da seleção natural conforme as mudanças ambientais, portanto a explicação da origem da vida estaria ancorada no racionalismo ou na ciência.
Contudo foi com a tese de Darwin que o evolucionismo ganhou notoriedade. O naturalista britânico Charles Darwin, autor de "Origem das Espécies" (1859) baseia-se na seleção natural das espécies e é aceita até hoje.
Outra hipótese foi inicialmente aventada, na década de 20 do século passado, pelos cientistas Oparim e Haldane e vem sendo apoiada por outros pesquisadores na atualidade.
CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS: TEORIAS DA ORIGEM DA VIDA
A posse do Globo.
A partir da África, utilizando as conexões entre os continentes a humanidade se desloca para a Ásia e para Europa, mas no início do século XX historiadores se debruçavam em conjecturas para entender como a humanidade chegou na América. Assim, algumas teorias passaram a ser veiculadas pelos estudiosos. O povoamento do continente americano provavelmente ocorreu através do estreito de Bering (o ponto que separa a Ásia da América) por volta de 10 mil anos atrás, no período glacial, foi possível a passagem das levas de povos asiáticos para a América, esta é uma das teorias mais aceitas. Contudo existe outra possibilidade adicional de povoamento que aconteceu através de expedições marítimas dos povos polinésios povoando ilha por ilha, a partir da Oceania atravessando o Oceano Pacífico teriam aportado no litoral oeste da América do Sul e caminhado para o interior do continente. Durante milhares de anos a expansão populacional foi ocorrendo, os grupos humanos foram se estabelecendo pela América. No Brasil presume-se que o povoamento ocorreu do interior para o litoral.
Um terceiro ponto vista afirmava a possibilidade do autoctonismo da humanidade na América que teria feito o caminho para o oeste e chegado a Oceania, porém dada as discrepâncias em relação as datações das evidências dos fosseis essa teoria não encontra mais suporte entre os cientistas.
Um experimento da hipótese para explicar como a humanidade chegou na América foi a expedição Kontik. Clique no link abaixo para ler o artigo: "Na direção do sol poente", e saiba mais sobre a Teoria do povoamento das Américas. EXPEDIÇÃO KONTIK
No tempo das Cavernas - os antepassados da “terra brasilis”.
Ainda não se sabe com precisão quando os primeiros humanos chegaram ao território brasileiro e nem mesmo ao continente americano. Existem algumas hipóteses, e todas provocam grande polêmica para tentar explicar de que maneira viviam os grupos humanos que antecederam ao desembarque de Cabral por aqui. Apesar de desconhecer a escrita os antepassados dos nossos indígenas deixaram evidencias valiosas que possibilitaram o estudo do seu modo de vida.
A cavalgada ancestral dos homens da pré-escrita (pré-história) está registrada nas paredes das cavernas espalhadas pelo mundo, no Brasil e especificamente na Bahia, na região da chapada Diamantina encontramos os vestígios da existência dos primeiros grupos humanos no território. Na sua obra “Escrito na Pedra”, Carlos Etchevarne traz importante estudo da representação rupestre existente em extensa área da
Bahia. As primeiras notícias sobre as gravuras rupestres estão nas Cartas do padre Manoel da Nóbrega quando aqui esteve em 1549, ocasião da fundação e construção da cidade de Salvador. Em 1758 Manuel Álvares da Rocha deixa o registro no mapa topográfico de grutas e lapas com inscrições nas paredes da rocha na região de Montes Altos no Sudoeste da Bahia. Posteriormente diversos estudos foram realizados sobre o tema. Embora não se possa identificar precisamente as circunstâncias que as pinturas foram produzidos admite-se sua utilização para representar diversas situações tais como; homenagens, rituais sociais e religiosos, fenômenos naturais, contagens, representar os animais e a natureza, etc. Enfim, deixa algumas pistas de como viviam estes grupos humanos. Em Lençóis, Ituaçu, Macaúbas, Morro do Chapéu, Gentio do Ouro, Utinga e Palmeiras são alguns dos locais da Bahia onde encontram-se registros pictóricos rupestres.
Registro pictórico nas grutas da Bahia – localizado na Pedra da Figura – Utinga (Foto Carlos Etchevarne)
Dos Sambaquis aos indígenas.
Habitualmente acreditamos que os primeiros habitantes do território brasileiro foram os indígenas. Porém, pesquisas arqueológicas recentes demonstram que a História não é bem assim. A etnia de origem dos atuais índios do Brasil datada entre o 1000 A.C. e o início da Era Cristã foi a Tupi. Provenientes da América Central tornaram-se o grupo predominante, eram sedentários e conquistadores, destruíram ou assimilaram as primitivas comunidades coletoras e caçadoras que aqui viviam. Um exemplo desta característica conquistadora dos Tupis foi a destruição dos povos das Conchas ou Sambaquis. O litoral do Espirito Santo ao sul do Brasil era povoado por populações primitivas, cuja dieta era baseada em peixes e moluscos. O alimento era tão abundante que fixavam estes povos na área marítima. Após comerem, deixam a carcaça dos animais ao chão. Com o passar dos tempos formam-se verdadeiras montanhas, os sambaquis, (palavra que significa “amontoado de conchas”) detritos sobre os quais os homens construíram suas moradas e depositaram seus restos mortais, tornando-se vestígios comprobatórios dos povos que habitavam no litoral do Brasil. As recentes pesquisas e achados arqueológicos revelam traços instigantes sobre estes povos dos primórdios e mostram que eram populações vivendo em sociedades mais complexas que se imagina.
PARA SABER MAIS ACESSE O ARTIGO DA RHBN = "CADA CRÂNIO É UM CRÂNIO."
DICA:
Aproveite a oportunidade e faça uma visita virtual a Caverna de Lascaux (França). Lascaux é um complexo de cavernas, famoso por suas pinturas rupestres muito bem conservadas e de refinada técnica de pintura. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens e felinos, permite pensar tratar-se de um santuário, criado há aproximadamente 17 mil anos atrás. Estas pinturas ajudam a compreender, ainda que de forma limitada, a forma o cotidiano dos povos das cavernas. Suas cenas de caça e desenhos de animais desvendam a vida diária de uma cultura milenar. Então aproveite e faça uma fantástica viagem a 17 mil anos na História: VISITA VIRTUAL A CAVERNA DE LASCAUX
Pintura Rupestre - Ritual com dança . Localidade de Serra Negra - Palmeiras (Chapada Diamantina) Bahia.
Fonte: Arquivo pessoal do autor.Vamos descontrair um pouco!! Descubra como viviam os povos da Idade do Ferro através deste jogo criado para testar as habilidades necessárias para sobreviver nesta época.(As instruções são em inglês). Para começar a viver na Período das Cavernas clique em: JOGO IDADE DO FERRO
As Fases da Pré-História / Pré-Escrita
Antes de iniciarmos os estudos sobre as primeiras civilizações é importante abordar os períodos da pré-história ou pré-escrita que corresponde ao período de 3,6 milhões de anos. Ainda persistem dúvidas quanto ao seu início, mas convencionou-se marcar o seu término após o surgimento da escrita (atribuída aos sumérios) a cerca de 4 mil anos a.C. Visitando presencialmente ou virtualmente ( Visita virtual a caverna de Lascaux) os locais onde viveram os primeiros grupos humanos, instintivamente surge a curiosidade em entender como sobreviveram naquelas condições. É importante conhecer este período histórico a fim de compreendermos como foi possível o desenvolvimento das civilizações, pois foi quando importantes mudanças tecnológicas transformaram a forma com que o ser humano se relacionava com a natureza.
De forma geral podemos definir 3 importantes períodos da pré-história/pré-escrita no que diz respeito ao aprimoramento dos agrupamentos humanos: o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. Vejamos com detalhes cada um destes períodos para conhecer um pouco mais desta trajetória.
O Paleolítico é também denominado Idade da Pedra Lascada, corresponde ao período que vai de 4 milhões a 10 mil anos, aproximadamente. Neste período, os seres humanos eram nômades, ou seja, deslocavam-se de um lugar para outro em busca de alimentos. Viviam da caça e da coleta de alimentos. Alimentavam-se basicamente de frutos, raízes, peixes e pequenos animais. À medida que os utensílios foram se aperfeiçoando, passaram a caçar grandes animais.
O Neolítico é também denominado Idade da Pedra Polida, corresponde ao período que vai de 10 mil a 5 mil anos, aproximadamente. Neste período, a relação com o meio-ambiente mudou. O homem já não vivia só da caça, pesca e coleta. Passou a semear as terras férteis e a aguardar a época das colheitas. Surgiu, portanto, a agricultura e a criação de animais. Os seres humanos passaram a morar permanentemente num só lugar, tornando-se sedentário e geralmente as margens dos rios fixavam suas moradias.
A Idade dos Metais é o último período da Pré-História, corresponde a 6000 a.C. até 4000 a.C., aproximadamente. Este período se refere ao momento em que o ser humano adquiriu seus primeiros conhecimentos sobre a técnica de trabalhar com metais (fundir, ou derreter). A este processo se denomina metalurgia. O primeiro metal utilizado foi o cobre. Mais tarde, o homem descobriu a liga do cobre com o estanho, obtendo o bronze. Com o uso de forjas e foles, a metalurgia melhorou, atingindo o ferro.
As Primeiras Civilizações
Oriente Próximo
Os povos da Antiguidade Oriental – egípcios, mesopotâmicos, fenícios, hebreus e persas – desenvolveram-se, em geral, às margens dos grandes rios, região denominada Crescente Fértil, sendo dependentes das forças fluviais; por esta razão, são também denominados como civilizações hidráulicas, ribeirinhas ou de regadio. Nessas “sociedades hidráulicas”, a distinção social começou a se fazer notar quando a luta pela posse das áreas cultiváveis levou a se defrontarem os camponeses, na posição de possuidores da força de trabalho, e os proprietários das terras, que delas se apoderaram e as mantinham invocando a proteção dos deuses e dos sacerdotes. No Egito apesar do governo manter escolas públicas, estas formavam, em sua maioria, escribas destinados a trabalhar na administração do Estado Faraônico. Desempenhavam várias funções, como cobrança de impostos, fiscalização da vida econômica, organização das leis etc. Todo escriba sabia ler, escrever e contar.
Imagem representando a área do "Crescente Fértil".
Primeiras Civilizações
Mesopotâmia
A Mesopotâmia é uma antiga região do Oriente Médio (veja mapa acima), compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, e onde predominavam condições semelhantes ao Egito em função dos rios. Daí a origem da palavra Mesopotâmia: “Terra entre rios”. Atualmente a Mesopotâmia corresponde ao território do Iraque. Vários povos habitaram esta região (Sumérios, Acádios, Assírios, Hititas, Cassitas etc.) e fundaram diversas cidades-estado, sendo, portanto autônomas, independentes, política, econômica e religiosamente. Com o enfraquecimento das cidades sumérias, a cidade de Babilônia conseguiu forças para se libertar dos governantes de Ur, tornando-se um centro comercial de grande importância, ao mesmo tempo em que dominava o trânsito pelo rio Eufrates. O rei babilônico, Hamurabi (1728 a 1686 a.C.), conseguiu impor sua hegemonia e se tornou o primeiro governante de toda a Mesopotâmia.
O Legado Cultural da Mesopotâmia.
As pesquisas apontam que o primeiro sistema escrito da História foi elaborado pelos sumérios a 3.400 a.C. O Código de Hamurabi, primeiro código de leis que se conhece, com base na Lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”). As escavações realizadas nas colinas da região forneceram subsídios de conhecimento por parte daquela civilização na matemática, astronomia e no campo do direito. A escrita cuneiforme, isto é, com forma de cunha, segundo pesquisas foi criada pelos sumérios, mais por uma necessidade de controle do estoque de alimentos e arrecadação de impostos do que de ordem cultural. Os símbolos foram marcados com estilete, em tabletes de argila, exibem um estágio primitivo do sistema numérico babilônico que foi aprimorado posteriormente. O desenvolvimento científico verificou-se com o aperfeiçoamento das operações matemáticas, além do início do conceito da Geometria Aplicada. Estudos de Astronomia, mapas estelares, divisão de ângulos, calendários de sete dias, divisão da circunferência em graus foram outras iniciativas dos sacerdotes, que praticamente monopolizavam a cultura da Mesopotâmia.
CURIOSIDADES
Quer conhecer mais sobre a escrita cuneiforme e escrever como os babilônios? Visite o site da Universidade da Pensylvania (EUA) e saiba como ficaria o seu nome em escrita cuneiforme. Clique em: ESCRITA CUNEIFORME
O monólito negro (imagem acima) no qual está escrito o código de Hamurabi, atualmente faz parte do acervo do Museu do Louvre, é um dos primeiros conjuntos de leis da Antiguidade. No detalhe da Stela do monólito retrata Hamurabi recebendo as leis das mãos do Deus Sol. A propósito, esta cena é semelhante a passagem da Bíblia na qual Moisés recebe de Deus a tábua com 10 mandamentos. Seria uma adaptação feita pelo Cristianismo a lenda de Hamurabi ?
Fonte: Arquivo pessoal do autor
Egito – A Civilização Africana do Nilo.
Esta admirável civilização com mais de 4000 anos é o mais longo experimento humano de civilização (segundo Vercoutter). Detentores de um vasto legado: na religião, arte, ciências, política, economia e organização social, os fundamentos desta civilização africana foram a base das manifestações da civilização ocidental. As margens dos rios encontramos o berço das civilizações. O grego Heródoto, considerado o patrono da História, dizia: “O Egito é um presente do Nilo”.
Como foi possível florescer magnifica civilização em uma região de clima inóspito? Entre as respostas uma aponta às águas do Nilo que associada a inventividade humana permitiram em meio ao deserto africano o surgimento de um dos mais importantes impérios do mundo antigo. A existência desta civilização está intimamente ligada ao Rio Nilo e suas cheias periódicas que fertilizavam o solo depositando o húmus, tornando-o propício para o plantio e para o pastoreio. O salto civilizatório do Egito ocorreu quando as técnicas agrícolas foram assimiladas e possibilitaram a fixação dos grupos humanos à terra, da qual passaram a produzir o seu próprio alimento, tornando-se mais independentes e sem a necessidade de deslocamentos constantes em busca (função de coletor) de comida. A medida que as técnicas agrícolas eram aprimoradas como por exemplo a construção de diques, canais de irrigação e a utilização do arado outras habilidades foram desenvolvidas pelos egípcios, entre as quais está a confecção do calendário. A elaboração de um sistema de marcação do tempo foi para atender a uma necessidade prática, pois a fim de produzirem alimentos suficientes para abastecer à população era necessário estabelecer com precisão os períodos ideais para o plantio e a colheita da safra. Assim os egípcios desenvolveram um sofisticado sistema de datação, mesmo sem os modernos equipamentos tecnológicos da atualidade conseguiram elaborar um calendário com 364 dias, dividido em meses, dias e horas que serviu de base para os atuais calendários. A presença do Nilo é tão marcante na vida do Egito que as cheias contribuíram para o desenvolvimento da geometria e da matemática a medida que o alagamento das águas do rio destruía as marcações que separavam as propriedades tornava-se necessário todos os anos efetuar o trabalho de medir e calcular suas dimensões. A partir desta necessidade aprimoram-se os conceitos geométricos de ângulo e área, além das operações aritméticas.
A escrita proporcionou um segundo salto civilizatório e seu uso contribuiu para demonstrar o aumento da complexidade da sociedade egípcia. Entretanto, segundo estudiosos, o desenvolvimento da escrita deu-se inicialmente mais pela necessidade de contar (contabilizar) do que para fins culturais. Os símbolos que formavam a escrita eram chamados de hieróglifos utilizados como fonogramas (fonemas) para representar o valor sonoro. Podiam ser lidos tanto da esquerda para a direita quanto o inverso e normalmente pessoas e animais sempre marcavam o início da palavra.
A história da civilização egípcia é dividida em dois grandes períodos: o pré-dinástico e o dinástico.
O poder político e religioso estava concentrado na figura do faraó, em vida era considerado a personificação do deus Hórus na Terra. Esta forma de governo é denominada Teocracia. Em tese o faraó era o proprietário de tudo e todos, inclusive dos seus súditos. Comandante máximo do exército, juiz supremo e sumo-sacerdote do Egito, era o elo entre os deuses e os homens. A história política da civilização egípcia inicia-se com as cidades estados conhecidas como nomos e administradas pelos nomarcas (lideres locais). Aos poucos os nomos foram unificados e formaram dois reinos: o Alto Egito (representado pela coroa branca) e o Baixo Egito (representado pela coroa vermelha) cada qual governado por um soberano. Ao unificar as duas coroas Menés tornou o primeiro faraó ou como se dizia na época "o senhor das duas terras" iniciando a formação da primeira dinastia da civilização egípcia. Desta maneira ocorreu a centralização política e administrativa dos nomos ficando os nomarcas subordinados ao poder do faraó, facilitando o controle e organização da mão de obra na execução das obras públicas tais como construção de canais de irrigação, diques, melhoria da agricultura e formação dos exércitos.
Entretanto foi na religião que a civilização africana do Egito notabilizou-se. De fato sem desconsiderar a magnitude do legado da civilização egípcia é importante ressaltar que a religião reverberou e contribuiu no desenvolvimento de outras áreas do conhecimento: da História, passando pela filosofia, medicina, engenharia, química, artes e etc. Na organização política constituindo-se em Estado Teocrático (poder de Deus) cujo representante das divindades na terra era o Faraó. De característica politeísta e antropozoomórfica (humanas e animais) os egípcios acreditavam na vida após a morte. Devido a isto notabilizaram na arte de mumificação, além de elaborado ritual de preparação para a passagem descrito no Livro dos Mortos. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração. O sepultamento possuía ritual e procedimentos escritos. As pirâmides foram construidas como os túmulos dos faraós. A imagem abaixo é uma escultura encontrada numa câmara mortuária, representando a barca da travessia. Uma alegoria que simbolizava a passagem para a vida eterna. Durante a cerimônia fúnebre eram feitas orações para o deus sol Rá permitir a admissão do morto na barca solar a fim de atravessar o sombrio caminho do DUAT e participar do ciclo eterno.
Como foi possível florescer magnifica civilização em uma região de clima inóspito? Entre as respostas uma aponta às águas do Nilo que associada a inventividade humana permitiram em meio ao deserto africano o surgimento de um dos mais importantes impérios do mundo antigo. A existência desta civilização está intimamente ligada ao Rio Nilo e suas cheias periódicas que fertilizavam o solo depositando o húmus, tornando-o propício para o plantio e para o pastoreio. O salto civilizatório do Egito ocorreu quando as técnicas agrícolas foram assimiladas e possibilitaram a fixação dos grupos humanos à terra, da qual passaram a produzir o seu próprio alimento, tornando-se mais independentes e sem a necessidade de deslocamentos constantes em busca (função de coletor) de comida. A medida que as técnicas agrícolas eram aprimoradas como por exemplo a construção de diques, canais de irrigação e a utilização do arado outras habilidades foram desenvolvidas pelos egípcios, entre as quais está a confecção do calendário. A elaboração de um sistema de marcação do tempo foi para atender a uma necessidade prática, pois a fim de produzirem alimentos suficientes para abastecer à população era necessário estabelecer com precisão os períodos ideais para o plantio e a colheita da safra. Assim os egípcios desenvolveram um sofisticado sistema de datação, mesmo sem os modernos equipamentos tecnológicos da atualidade conseguiram elaborar um calendário com 364 dias, dividido em meses, dias e horas que serviu de base para os atuais calendários. A presença do Nilo é tão marcante na vida do Egito que as cheias contribuíram para o desenvolvimento da geometria e da matemática a medida que o alagamento das águas do rio destruía as marcações que separavam as propriedades tornava-se necessário todos os anos efetuar o trabalho de medir e calcular suas dimensões. A partir desta necessidade aprimoram-se os conceitos geométricos de ângulo e área, além das operações aritméticas.
A escrita proporcionou um segundo salto civilizatório e seu uso contribuiu para demonstrar o aumento da complexidade da sociedade egípcia. Entretanto, segundo estudiosos, o desenvolvimento da escrita deu-se inicialmente mais pela necessidade de contar (contabilizar) do que para fins culturais. Os símbolos que formavam a escrita eram chamados de hieróglifos utilizados como fonogramas (fonemas) para representar o valor sonoro. Podiam ser lidos tanto da esquerda para a direita quanto o inverso e normalmente pessoas e animais sempre marcavam o início da palavra.
A história da civilização egípcia é dividida em dois grandes períodos: o pré-dinástico e o dinástico.
O poder político e religioso estava concentrado na figura do faraó, em vida era considerado a personificação do deus Hórus na Terra. Esta forma de governo é denominada Teocracia. Em tese o faraó era o proprietário de tudo e todos, inclusive dos seus súditos. Comandante máximo do exército, juiz supremo e sumo-sacerdote do Egito, era o elo entre os deuses e os homens. A história política da civilização egípcia inicia-se com as cidades estados conhecidas como nomos e administradas pelos nomarcas (lideres locais). Aos poucos os nomos foram unificados e formaram dois reinos: o Alto Egito (representado pela coroa branca) e o Baixo Egito (representado pela coroa vermelha) cada qual governado por um soberano. Ao unificar as duas coroas Menés tornou o primeiro faraó ou como se dizia na época "o senhor das duas terras" iniciando a formação da primeira dinastia da civilização egípcia. Desta maneira ocorreu a centralização política e administrativa dos nomos ficando os nomarcas subordinados ao poder do faraó, facilitando o controle e organização da mão de obra na execução das obras públicas tais como construção de canais de irrigação, diques, melhoria da agricultura e formação dos exércitos.
Entretanto foi na religião que a civilização africana do Egito notabilizou-se. De fato sem desconsiderar a magnitude do legado da civilização egípcia é importante ressaltar que a religião reverberou e contribuiu no desenvolvimento de outras áreas do conhecimento: da História, passando pela filosofia, medicina, engenharia, química, artes e etc. Na organização política constituindo-se em Estado Teocrático (poder de Deus) cujo representante das divindades na terra era o Faraó. De característica politeísta e antropozoomórfica (humanas e animais) os egípcios acreditavam na vida após a morte. Devido a isto notabilizaram na arte de mumificação, além de elaborado ritual de preparação para a passagem descrito no Livro dos Mortos. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração. O sepultamento possuía ritual e procedimentos escritos. As pirâmides foram construidas como os túmulos dos faraós. A imagem abaixo é uma escultura encontrada numa câmara mortuária, representando a barca da travessia. Uma alegoria que simbolizava a passagem para a vida eterna. Durante a cerimônia fúnebre eram feitas orações para o deus sol Rá permitir a admissão do morto na barca solar a fim de atravessar o sombrio caminho do DUAT e participar do ciclo eterno.
O coração do morto era pesado no Tribunal de Osíris. A Barca de Rá simboliza a passagem da alma para o eterno (Museu do Louvre)
Fonte: Arquivo pessoal do autor
Do alto destas pirâmides.
“Do alto destas pirâmides 40 séculos de história vos contemplam.” Esta frase é atribuída a Napoleão quando esteve em campanha militar no Egito. A arte funerária egípcia contribuiu para uma refinada técnica de construções monumentais. Os túmulos dos faraós eram as pirâmides. As mais famosas são as três que estão em Gizé, mas existem milhares de tumbas funerárias magníficas espalhadas pelo Egito. Ao morrer todos os pertences do faraó eram depositados junto ao corpo. Inclusive seus animais de estimação, alguns escravos e soldados. A decadência do Império dos faraós aconteceu a medida que sucessivos governos desastrosos não conseguiram evitar as invasões de outros povos da região. O Egito está na bíblia cristã (Antigo Testamento), pois parte da epopeia dos Hebreus (o povo que acreditava em um único Deus como o fundamento do judaísmo) está relacionada ao período no qual estiveram como cativos do faraó. Por sinal este episódio da libertação do cativeiro no Egito já é um sinal do processo de decadência. Os gregos também possuem inúmeros textos sobre a terra dos faraós e até na época da expansão territorial do todo poderoso Império Romano o Egito se faz presente com o envolvimento da rainha Cleópatra e dois generais romanos: Júlio César e Marco Antônio.
No Museu do Louvre (Paris) encontra-se a maior coleção de peças egípcias. As técnicas de mumificação não estavam restritas as pessoas, mas também aos animais como: gatos,peixes e aves.
Ao lado um trecho do livro dos Mortos, no qual eram descritos procedimentos necessários para efetuar os rituais de passagem para a vida eterna.
Fonte: Arquivo pessoal do autor
Grécia - O Berço da cultura do Ocidente (Resumo)
Localizada na Península Balcânica, Europa (veja o mapa ao lado). A civilização grega deixou importantes contribuições para a formação da cultura ocidental, que chegou até nós através dos europeus. Senão vejamos, foram os gregos idealizadores da cidadania, democracia, filosofia, geometria, teatro e jogos olímpicos.
A história da Grécia antiga é dividida nos seguintes períodos: pré-homérico, homérico, arcaico, clássico e helenístico.
O período Pré-Homérico. (2000 a 1200 A.C) - Nos primórdios da formação a Grécia foi habitada por povos indo-europeus. Os aqueus foram os primeiros. Possuíam estreitas relações com os cretenses, habitantes da Ilha de Creta, motivo que ajudou a formação da cultura micênica (nome derivado da cidade aqueia de Micenas). Séculos depois, chegam a Grécia outros povos : os jônios, os eólios e os dórios. Sendo estes últimos, os dórios, exímios guerreiros, conheciam e dominavam a fundição do ferro. Foram responsáveis pela destruição da cultura micênica obrigando a maioria de seus habitantes a fugirem, dando origem a primeira diáspora (dispersão) grega.
O período Homérico. (1200 a 800 a A.C) -
Este período recebe esta denominação devido a Homero, o pai da História, de cuja autoria são as mais significativas fontes históricas sobre a época: os poemas épicos da Ilíada - descrevendo a Guerra de Tróia - e o outro poema a Odisséia - que relata as aventuras do herói Odisseu (ou Ulisses) sobrevivente da guerra de Tróia. Lembram dos refugiados da primeira diáspora? Pois é, serão os fundadores dos genos - são pequenas comunidades agrícolas auto-suficientes que utilizavam o sistema de produção conhecido como coletivismo ou gentílico. Os genos eram compostos por membros de uma mesma família sob a chefia do pai, ou seja, uma sociedade patriarcal. Contudo, a disputa por terras cultiváveis devido ao aumento populacional destruíram o sistema gentílico ou coletivismo. As famílias mais poderosas se apoderaram das melhores terras,originando a propriedade privada, e muitas outras famílias se dispersaram para outras regiões fora da Grécia, ocasionando a segunda diáspora grega.
O período Arcaico. (800 a 600 A.C) -
Com o surgimento da propriedade privada, alguns grupos ficaram com as melhores terras outros com as piores, mas a maioria sem nenhuma. Por este motivo começam uma série de conflitos entre os grupos sociais. Para lidar com as constates desavenças os proprietários de terra constituíram um tipo de irmandade ou associação as fratrias. Aos poucos as fratrias se uniram e formaram as tribos, que, por sua vez, agruparam-se em demos. Os demos organizaram-se e evoluíram para a pólis ou cidade-Estado (o conceito de cidade-Estado foi a principal transformação do período arcaico).
Por sinal, a palavra cidadania vem de cidadão ou aquele que mora na cidade e foi na cidade que os gregos adotaram o conceito de Cidade-Estado, cuja evolução deu-se a partir da pólis, e possuíam as seguintes características: governo autônomo, lei própria, moeda, organização social e economia local. Embora falassem o mesmo idioma e uma cultura comum não praticavam o conceito de país ou nação grega, tanto que eram constantes os desentendimentos e guerras entre as cidades-Estados. As principais cidades-Estados foram Atenas e Esparta.
Atenas foi conhecida como a cidade exemplo da Grécia antiga por sua cultura e prosperidade econômica. Localizada na região da Ática, devido a escassez de terras férteis os atenienses voltaram-se para a pesca, navegação e ao comércio marítimo.
A sociedade ateniense era composta de Eupátridas (grandes proprietários de terras) , os pequenos proprietários, camponeses, artesãos, comerciantes ou demiurgos , estrangeiros ou metecos e escravos. A educação ateniense é focada para formação de cidadãos. Porem, sua história é recheada de revoltas populares e instabilidade política devido a desigualdade social.
A estrutura de poder.
Nos primórdios Atenas foi governada por um rei - o basileu. Aos poucos os eupátridas (grandes proprietários de terras ) tomaram o poder e criaram o sistema de governo conhecido como Oligarquia (significa governo de poucos). Para tentar resolver sucessivas crises foram efetuadas reformas políticas. A primeira reforma foi efetuada por Drácon que redigiu as leis - até então orais, dificultando assim sua manipulação pelos eupátridas. Apesar de importantes as leis draconianas não resolveram as reivindicações populares, e outro legislador entrou em cena: Sólon que instituiu as seguintes mudanças: Abolição da escravidão por dívidas, libertou os devedores da prisão; determinou a devolução das terras confiscadas pelos credores eupátridas; institui o princípio da igualdade perante a lei e criou um sistema legislativo que dava mais oportunidades ao povo participar. Apesar das reformas, os conflitos sociais continuaram gerando grande instabilidade política, foi a oportunidade para Psístrato tomar o poder e instaurar um novo tipo de governo, a Tirania (ao contrário de hoje o termo não indica um governo opressor e sim governo tomado ilegalmente). Durante a tirania experimentou-se relativa estabilidade, após a morte de Psístrato, Atenas foi varrida por uma nova revolta popular liderada por Clístenes, conhecido como o pai da democracia. Clístenes efetuou uma série de mudanças que facilitaram a participação direta de todos os cidadãos atenienses nas decisões políticas. Esse tipo de sistema ficou conhecido como Democracia (governo do povo).
COMO PODEMOS VERIFICAR A HERANÇA DA CULTURA GREGA EM NOSSO PAÍS. Importante lembrar que o conceito atual que temos de democracia é diferente do da época da Grécia antiga. Se no Brasil podemos escolher pelo voto quem ocupa os quadros políticos do governo, devemos isto aos gregos, mas a democracia da época de Clístenes não era igual a nossa. Atingia apenas os cidadãos, ou seja, os homens nascidos em cidade grega. Os demais componentes da sociedade, mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos. A democracia da antiga Grécia é de difícil aceitação numa concepção atual de democracia, pois tinha aspecto limitador, elitista e excludente pouco semelhante com o conceito moderno. |
A outra importante cidade-Estado grega era Esparta, localizada no planície do Peloponeso, possuía uma economia agrária e chamava atenção pelo caráter militar de sua sociedade que direcionava a educação para formação de soldados. Os espartanos eram submetidos a uma rígida disciplina, ao completar 7 anos as famílias entregavam seus filhos ao Estado para a formação militar e,aos 18 anos, ingressavam no exército, tornando-se hoplitas (soldados). Os que nasciam com defeitos físicos eram descartados pelo Estado,conforme o costume eram jogados no precipício.
A estrutura social espartana era estratificada ou seja sem mobilidade. Os espartanos, periecos, hilotas compunham a estrutura social. Apenas os espartanos tinham direitos políticos e monopolizavam o poder. Os periecos eram os comerciantes e os artesãos. Os hilotas eram escravos de propriedade do Estado que cultivavam as terras dos espartanos.
A organização política de Esparta era a Oligarquia (governo de poucos).A estrutura de poder era composta dos seguintes orgãos: eforato, diarquia, gerúsia e ápela. O eforato, formado por cinco magistrados eleitos anualmente, era quem detinha o poder político na cidade. A diarquia, composta de dois reis hereditários que exerciam funções executivas e militares. A gerúsia composta por membros vitalícios responsáveis por elaborar leis. A ápela era a assembléia popular formada por espartanos maiores de 30 anos, tinha a função consultiva.
Foi durante esta fase que a Grécia atingiu seu apogeu. Atenas, com seu sistema de governo democrático, desenvolveu-se e expandiu-se para o mar através da prática do comércio. Sua política expansionista choca-se com os interesses de outra potência da época: O império Persa. A guerra para impor a supremacia marítima e comercial entre gregos e persas (ou medos) denominou-se as Guerra Médicas.
Dividida em duas fases, no primeiro confronto os gregos conseguiram vencer o exército de Dario I, rei persa, na batalha de Maratona. Porem os persas não desistiram e no segundo confronto voltaram a atacar os gregos em 486 a.C. Nas raras ocasiões que as cidades-Estados gregas se uniam a Batalha de Salamina foi decisiva para vencer os persas. Receosos de uma nova investida persa, os gregos criaram a Confederação de Delos, formada pela união de várias cidades sob a liderança de Atenas. Responsável pela administração financeira da confederação, Atenas aproveitou-se da sua condição para utilizar os recursos em benefício próprio, desenvolvendo sua indústria e seu comércio. Em pouco tempo tornou-se a cidade mais poderosa da Grécia, com grande desenvolvimento cultural e econômico. Durante o governo de Perícles, Atenas atingiu seu poderio máximo. Perícles efetuou reformas para diminuir o desemprego realizando obras públicas. Contudo, os anos de ouro de Atenas despertaram as rivalidades entre as demais cidades e fez com que Esparta, incomodada com a posição de ateniense diante as demais cidades, liderasse a Liga do Peloponeso com objetivo de combater a Confederação de Delos.
Este choque de interesses na disputa pelo poder entre Atenas e Esparta resultou numa guerra suicida, envolvendo todas as cidades gregas, conhecida como a Guerra do Peloponeso. No final desta a guerra Esparta sagrou-se vitoriosa, mas foi a Grécia quem mais perdeu. Em virtude da devastação causada pela guerra em muitas cidades abriu-se as portas para as invasões externas.
Período Helenistico. (400 a 200 A.C)
A guerra entre as cidades gregas resultou no fim da predominância de Atenas e teve início a de Esparta, que impôs governos oligárquicos em todas as pólis que faziam parte da Confederação de Delos. Porém a hegemonia espartana foi breve, em 376 a.c. foi derrotada por Tebas. As constantes guerras destruíram as cidades e desorganizaram o mundo grego. Empobrecidas e debilitadas, as pólis tornaram-se presas fáceis para o domínio da Macedônia - uma região situada a norte da Grécia, que pôs fim a autonomia das cidades-Estados gregas. Alexandre, o Grande, tornou-se rei da Macedônia, após a morte de seu pai Felipe II, empreendeu uma campanha de expansão da Macedônia a partir da conquista do Império Persa e dominar vastas extensões de terras que iam do Egito até a Índia.
Apesar de jovem, Alexandre, assumiu o trono com 20 anos, possuía um incrível preparo para governar. No seu reinado houve uma grande aceleração do comércio, aumento da urbanização e da mesclagem de valores da cultura grega com as dos povos conquistados. Esta mistura deu origem à cultura helênica.
Após a morte de Alexandre o império macedônico esfarelou-se e as disputas de poder entre os generais resultaram em guerras que resultaram no enfraquecimento das regiões que compunham o império. No século II a.C., a Grécia e a Macedônia foram convertidas em províncias da então nova potencia mundial: Roma.
Fragmento de cerâmica retratando uma disputa entre
velocistas gregos. Esta era uma das provas das Olimpíadas.
ROMA : A civilização mais poderosa, mais duradoura da Antiguidade. Veremos o resumo da formação, expansão e o desmoronamento o último grande império da História Antiga.
Origens
Fundada no século VIII a.C., Roma resultou do encontro de 3 povos: os italiotas, os etruscos e os gregos que espalharam-se pela península Itálica (corresponde atualmente ao território da Itália) e formaram o que mais tarde chamaríamos de povo romano ou simplesmente ROMA. Desenvolveram um vasto império cujas leis, monumentos, táticas militares, instituições e cultura influenciaram grande parte do mundo ocidental. Esta influência romana ficou tão entranhada na cultura dos povos que viviam dentro das fronteiras do vasto Império a ponto de que na ocasião da queda de Roma ocorrida por volta de 476 d.C., acontecimento este utilizado pela historiografia como marca da passagem da Idade Antiga para a Idade Média, dizia-se que o fim do mundo estava próximo em virtude de que grande parte da população mundial nasceu, viveu e morreu sob a tutela romana e seu desmoronamento era considerado como apocalíptico.
A versão mitológica da surgimento da cidade de Roma, narrada por Tito Lívio e Virgílio na obra Eneida, conta que os gêmeos Rômulo e Remo foram seus fundadores. Segundo a lenda, os dois irmãos, ainda bebês, foram abandonados num cesto e lançados no rio Tibre, mas graças a uma loba (chamada de Capitolina) que os amamentou, conseguiram sobreviver. Motivo pelo qual o símbolo da cidade de Roma (Cidade Eterna) é a loba amamentando Rômulo e Remo. Uma lenda romântica se não fosse escrita com derramamento de sangue, mais tarde os gêmeos já adultos tornaram-se pessoas admiradas a ponto de disputarem terras e poder entre seus pares, e como num enredo de tragédia grega com personagens latinos Rômulo mata Remo e torna-se o primeiro rei lendário de Roma.
Entretanto a versão da historiografia sobre as origens de Roma é menos romantizada, provavelmente por volta do século VIII a.C os italiotas chegaram a região e agruparam-se em pequenas vilas, aos poucos as vilas foram crescendo devido ao aumento populacional, com a chegada dos etruscos que dominaram os italiotas e impuseram seus costumes e promoveram o desenvolvimento de habilidades como a execução de obras de construção de canais de irrigação e drenagem.
A história de Roma é dividida em três grandes períodos: Monarquia, República e Império.
PERÍODO MONARQUICO (753 - 509 da era comum / a. C)
Nesta fase a sociedade romana estava segmentada em quatro camadas: patrícios, clientes, plebeus e escravos. Os patrícios eram ricos proprietários de terras, possuíam direitos políticos, detinham cargos públicos e eram a minoria da população. Os clientes eram plebeus adotados por patrícios, geralmente prestavam-lhes serviços e obediência. Os plebeus constituíam a maioria da sociedade, mas não tinham direitos políticos apesar de serem livres, constituíam-se nos trabalhadores braçais (pedreiros, carpinteiros, agricultores, etc.) Os escravos eram considerados "coisa", podiam ser vendidos, trocados ou arrendados.
A economia era baseada na atividade agrícola e pastoril. O poder político estava centralizada nas mãos do rei, escolhido através de assembleia popular (Comícia Curiata), o cargo era vitalício e acumulava funções de juiz, sacerdote e político. Entretanto o rei não tinha poderes ilimitados, o Senado (Conselho de Anciãos, uma instituição tipicamente romana formado apenas por patrícios) controlava e fiscalizava as ações do rei. Roma teve sete reis nesta fase e os dois últimos tentaram livrar-se do incômodo controle do Senado. Procurando garantir seus interesses, os patrícios promoveram a substituição da Monarquia pela República.PERÍODO REPUBLICANO (509 - 27 da era comum / a.C.)
A palavra República significa "coisa de todos" (Res publicus), embora o conceito tenha surgido na Grécia Antiga, foram os romanos que operacionalizaram e criaram a estrutura. A República foi concebida com características elitistas, os patrícios (a classe dominante) moldaram no novo regime de acordo com seus interesses, eram os patriarcas (chefes) das famílias, os proprietários de terras, que controlavam o Senado e tinham poder de voto na Assembléia, portanto eram os únicos que podiam votar e legitimar as leis. Contudo, com o tempo, a plebe (formada por plebeus ou povo em geral) conseguiu maior participação politica e ganhos sociais através das revoltas promovidas com esta finalidade.
A estrutura política da República ancorava-se em duas instituições: O Senado e a Assembléia. As funções executivas e jurídicas eram distribuídas aos ocupantes da Magistratura, uma espécie de ministério. A magistratura executiva principal era ocupada pelo Cônsul (consulado) o responsável pela política interna ou externa. O Ditador ocupava a magistratura executiva, por um período de 6 meses, em situações excepcionais como: guerra ou calamidade. Existiam outras magistraturas, a exemplo do edil o encarregado da limpeza pública, policiamento da cidade e fiscalizar o cônsul. O pretor tinha funções semelhantes aos atuais juízes. Os censores organizavam o recenseamento da população. A gestão das finanças e tributos ficava a cargo dos questores. Perceba que as magistraturas romanas correspondiam aos atuais órgãos públicos governamentais.
A figura 1 mostra a representação de uma seção no senado romano. O estandarte com as iniciais SPQR (Senatus Populus Que Romanos) era levado a frente das tropas nas batalhas como a demonstração do poder e representação do senado do povo de Roma.
AS REVOLTAS DA PLEBE.
* Lei Canuléia - autorizava o matrimônio entre patrícios e plebeus.
* Lei Licínia - proibia a escravidão por dívidas.
* Lei Hortênsia - dava validade legal as decisões da Comícia Plebis, ou seja a instituição do plebiscito.
AS GUERRAS PÚNICAS.
Gravura representando a aniquilação de Cartago.
A EXPANSÃO TERRITORIAL DE ROMA.
Durante a República os plebeus promoveram diversas revoltas com objetivo de alcançar direitos e melhorias sociais. Apesar de ser a maioria da população e de ter a obrigação de pagar impostos e alistamento militar, os plebeus não possuíam direitos políticos. A partir do século V a.C. iniciaram uma revolta ao retirarem-se de Roma, numa espécie de greve. Percebendo a cidade desprotegida e paralisada os patrícios concordaram em atender as reivindicações dos plebeus concedendo-lhes representação política através da figura do Tribuno da plebe (inicialmente com dois representantes e mais tarde aumentado para dez). Os tribunos tinham poder de voto e veto (impedir) e podiam ser procurados por qualquer plebeu que se sentisse injustiçado. Com o tempo os plebeus, após outras revoltas, conseguiram adicionar outros benefícios, como a Lei das Doze Tábuas, a primeira compilação escrita de leis romanas cujo teor era composto de outras leis:
* Lei Canuléia - autorizava o matrimônio entre patrícios e plebeus.
* Lei Licínia - proibia a escravidão por dívidas.
* Lei Hortênsia - dava validade legal as decisões da Comícia Plebis, ou seja a instituição do plebiscito.
AS GUERRAS PÚNICAS.
Desde os primórdios a civilização romana empreendeu uma política expansionista e preocupou-se em organizar um grande exército, mas somente com a implantação da República foram criadas condições que favorecessem a uma atitude mais agressiva de expansão territorial. Em menos de duzentos anos os romanos conquistam grande parte da península itálica. Em 264 a.C. o choque de interesses entre romanos e Cartago (cidade-Estado fenícia localizada no norte da África) pelo controle do comércio marítimo no Mediterrâneo deu início às Guerras Púnicas. No senado Catão, sempre que terminava seu discurso proferia a seguinte frase: "Delenda Cartago est" (Cartago deve ser destruída).
Num total de três campanhas, a primeira Guerra Púnica durou 23 anos, o desenvolvimento naval romano foi determinante para a vitória sobre Cartago e anexação dos territórios da Sicília, Sardenha e Córsega. Na Segunda Guerra Púnica Roma conseguiu a duras penas deter e vencer o incrível exército, composto por centenas de elefantes, do general cartaginês Aníbal. A terceira Guerra Púnica terminou com a destruição total de Cartago. Após a rendição de Cartago o Mediterrâneo foi chamado pelos romanos de Mare Nostrum (em latim, nosso mar) e Roma imporia seu domínio marítimo comercial sobre toda região.
Num total de três campanhas, a primeira Guerra Púnica durou 23 anos, o desenvolvimento naval romano foi determinante para a vitória sobre Cartago e anexação dos territórios da Sicília, Sardenha e Córsega. Na Segunda Guerra Púnica Roma conseguiu a duras penas deter e vencer o incrível exército, composto por centenas de elefantes, do general cartaginês Aníbal. A terceira Guerra Púnica terminou com a destruição total de Cartago. Após a rendição de Cartago o Mediterrâneo foi chamado pelos romanos de Mare Nostrum (em latim, nosso mar) e Roma imporia seu domínio marítimo comercial sobre toda região.
Roma consegue o controle marítimo do Mediterrâneo
Gravura representando a aniquilação de Cartago.
Trocando em miúdos, após as Guerras Púnicas os romanos passaram a dominar grande parte da bacia Mediterrânea. Conseguiram arrecadar uma enorme quantidade de riquezas das províncias conquistadas, mas o impacto destas conquistas provocam repercussões na economia. O aumento do fluxo de escravos provenientes das regiões conquistadas formaram uma numerosa massa de trabalhadores concentrados na cidade de Roma. Os clientes foram duramente afetados pelas Guerras Púnicas visto que suas propriedades foram devastadas e posteriormente compradas à preços irrisórios pelos patrícios que tornavam-se cada vez mais ricos a partir da concentração de terras. Agora desprovidos de terras os clientes migram para as cidades em busca da sobrevivência, muitos se concentravam na capital que cresceu desordenadamente. Pobres e sem perspectivas de trabalho esta massa de emigrantes aumentam o foco de tensões sociais.
A EXPANSÃO TERRITORIAL DE ROMA.
Gradativamente, formaram um imenso império, transformando o mar Mediterrâneo num verdadeiro “lago romano", como eles diziam, o Mare Nostrum (Nosso Mar). Dotado de exército bem preparado e organizado os romanos iniciam as conquistas, seus soldados guardavam as fronteiras e sufocavam possíveis rebeliões.
As legiões romanas eram formadas por cidadãos romanos e cada uma delas tinha 5 mil soldados, divididos em unidades chamadas de centúrias. Era através das guerras que Roma aumentava seu território e também a quantidade de contribuintes que pagavam tributos ao Estado. Os romanos exploravam os povos vencidos, extraindo riquezas de seus territórios (ouro, prata e outros metais) ou fazendo comércio com eles. Formou-se um impressionante sistema de estradas, com mais de 85 mil quilômetros. O transporte e o comércio também eram feitos por mar.
Não menos importante, era o grande fluxo de escravos para servir de mão de obra e distrair a população. Muitos escravos batalhavam pela vida nas lutas entre gladiadores nas arenas. O Coliseu (anfiteatro Flavius) era a mais famosa destas arenas. Quando a situação política estava tensa, os líderes romanos convenientemente decretavam feriados e realizavam festas no Coliseu com distribuição de pão para o povo, era chamada política do Pão e Circo utilizada para desviar a atenção da população dos graves problemas. Sobre esta situação o senador Graco mencionou certa vez: "o coração de Roma pulsa nas areias do Coliseu e não no mármore do Senado".
Conseqüências das conquistas romanas
O Império Romano durou cerca de 700 anos, mas a civilização romana sobreviveu muito mais. O latim, falado pelos romanos, foi a língua escrita de todos os europeus educados até o século XVI. Da mistura do latim vulgar, falado pelo povo, com a língua dos povos de várias regiões conquistadas, originaram-se as línguas neolatinas. As principais são o francês, o italiano, o espanhol, o romeno e o português. Muitas línguas europeias modernas, como o inglês, apesar de não terem se originado do latim, apresentam muitas palavras de origem latina.
A crise da República.
O Império Romano durou cerca de 700 anos, mas a civilização romana sobreviveu muito mais. O latim, falado pelos romanos, foi a língua escrita de todos os europeus educados até o século XVI. Da mistura do latim vulgar, falado pelo povo, com a língua dos povos de várias regiões conquistadas, originaram-se as línguas neolatinas. As principais são o francês, o italiano, o espanhol, o romeno e o português. Muitas línguas europeias modernas, como o inglês, apesar de não terem se originado do latim, apresentam muitas palavras de origem latina.
As conquistas provocaram inúmeras transformações econômicas, políticas e sociais:
• Introdução do luxo e opulência com o enriquecimento dos patrícios, que se apossaram das terras dos pequenos proprietários recrutados para o serviço militar;
• aumento do número de escravos. Os prisioneiros de guerra, reduzidos à situação de escravos, substituíram o trabalhador livre. Os desempregados do campo migraram para as cidades;
• formação de uma nova camada social, a dos cavaleiros ou classe equestre. Eram plebeus que enriqueceram cobrando impostos e fornecendo víveres ao exército e que ganharam autorização de explorar novas terras, ricas em minérios;
• empobrecimento dos pequenos proprietários, pois muitos produtos das regiões dominadas chegavam a um preço muito baixo, competindo com a produção local.
• crise na pequena propriedade e crescimento do número de latifúndios (grandes propriedades).
A República romana, após as conquistas, entrou em profunda crise, que marcou o seu declínio. Nesse período, destacam-se os seguintes acontecimentos: as reformas dos irmãos Graco, os governos de Mário e Sila e os triunviratos.
Os irmãos Graco – Os tribunos da plebe
Os irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos sucessivamente como tribunos da plebe, preocupados com os problemas sociais que se agravavam, propuseram reformas sociais:
• Tibério Graco, em 133 a.C., conseguiu a aprovação de uma lei que limitava o tamanho das terras dos aristocratas e autorizava a distribuição entre os pobres da área que ultrapassasse o limite estabelecido. Essa lei desagradou aos grandes proprietários de terras entre os quais estavam os senadores. Tibério e aproximadamente 500 de seus partidários foram assassinados pelos patrícios .
• Caio Graco, em 123 a.C., retomou o projeto de reforma agrária. Conseguiu a aprovação de uma lei que aumentava a participação da plebe na administração do Estado. Também conseguiu que o preço do trigo fosse reduzido. Sofreu oposição dos grandes proprietários e suicidou-se. Seus seguidores foram perseguidos e muitos foram condenados à morte.
Os governos de Mário e Sila.
No período de 136 a 132 a.C., aproximadamente 200 mil escravos armaram-se e rebelaram-se. Muitos morreram, e a maioria foi submetida por seus proprietários. Com o aumento da instabilidade política, diversos militares passaram a disputar o poder. Nessa época, Roma conheceu os governos militares e autoritários dos generais Mário e Sila.
• Mário defendia a camada popular. Diminuiu os privilégios da aristocracia e estabeleceu o pagamento de salários aos soldados, o que levou à entrada de pessoas pobres no exército.
• Sila substituiu Mário e defendia a camada aristocrática. Perseguiu a classe popular e restabeleceu os privilégios dos aristocratas.
O Primeiro Triunvirato
Após a morte de Sila, dois generais, Crasso e Pompeu, foram eleitos cônsules. Crasso havia enfrentado e vencido uma revolta de 80 mil escravos liderada por Espártaco, e Pompeu tinha derrotado os partidários de Mário na península Ibérica.
Com o objetivo de diminuir o poder do Senado, Pompeu aliou-se a Crasso e Júlio César e os três tomaram o poder, instituindo o Primeiro Triunvirato. Pompeu ficou com Roma e o Ocidente, Crasso com o Oriente, e Júlio César era o responsável pela Gália. Após a morte de Crasso, Pompeu deu um golpe de Estado, conseguindo do Senado sua nomeação para o cargo de cônsul único. César, que estava na Gália, voltou para Roma, com o objetivo de enfrentar Pompeu. Após sua vitória, César foi aclamado ditador vitalício.
O governo de Júlio César caracterizou-se pela tentativa de reduzir o poder do Senado. Promoveu várias reformas: diminuição dos abusos na arrecadação de impostos, extensão do direito de cidadania a vários povos, construção de estradas e reformulação do calendário (adotou o seu nome para o sétimo mês do ano). O Senado, contrariado com seus poderes, armou uma conspiração e, em 44 a.C., Júlio César foi assassinado nas escadarias do senado. Segundo a historiografia ao notar que entre os seus assassinos estava o seu filho adotivo Brutus, Júlio César antes de morrer teria dito “até tu filho”.
O Segundo Triunvirato.
Contudo, no ano seguinte, os partidários de César organizaram um novo governo forte, o Segundo Triunvirato, formado por Otávio, Marco Antônio e Lépido. Os triúnviros dividiram entre si a administração do império: Otávio ficou com Roma e o Ocidente, Marco Antônio recebeu o Oriente e Lépido ficou com a África, porém foi deposto em 36 a.C.
Nesse mesmo ano, Marco Antônio foi para o Egito e envolveu-se com a rainha Cleópatra. Otávio declarou Marco Antônio inimigo de Roma e partiu para o Oriente, a fim de combatê-lo. Otávio saiu vitorioso, e Marco Antônio e Cleópatra suicidaram-se. Otávio assumiu o poder. Recebeu do Senado vários títulos, entre eles os de Imperador, César e Augusto. Iniciava-se, assim, o Império.
Período do Império (27 a.C. a 476 d.C.)
O imperador detinha poderes absolutos. Era equiparado a uma divindade, exercia o comando do exército e legislava por meio de editos, decretos e mandatos. Ao Senado restou a posição de conselheiro do imperador. Otávio, o primeiro imperador, governou de 27 a.C. a 14 d.C. Em seu governo:
• foi criada a Guarda Pretoriana (elite do exército), com a função de dar proteção ao imperador e à capital Roma;
• Incentivo à agricultura, ao comércio e à indústria;
• Organizou um novo sistema de impostos;
• Construídas várias obras públicas, o que gerou muitos empregos para os plebeus.
A paz, a prosperidade e as realizações artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto, tanto que este período é conhecido como a “Pax Romana”. O século I, do qual fez parte o seu governo, ficou conhecido como o Século de Ouro da Literatura Latina, ou o Século de Augusto. Seu ministro, Mecenas, tinha grande interesse pelas artes e apoiou, entre outros, os escritores Horácio e Virgílio. Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do pão e circo. Distribuía trigo para a população pobre e organizava espetáculos públicos de circo para diverti-la.
O surgimento do Cristianismo
Na época do governo de Otávio, nasceu na Palestina, uma das províncias romanas do oriente, Jesus Cristo que iniciaria sua pregação e sua morte por crucificação provocaria o surgimento de uma das maiores religiões da humanidade. Posteriormente, seus ensinamentos começaram a ser difundidos pelos seus seguidores: Pedro e principalmente Paulo em várias partes do mundo romano, dando origem ao cristianismo que aproveitaria a estrutura do Império Romano para consolidar-se.
PARA SABER MAIS : O CRISTIANISMO
PARA SABER MAIS : O CRISTIANISMO
Os sucessores de Otávio.
Após o governo de Otávio, o Império Romano foi governado por várias dinastias que, em geral, levaram-no à instabilidade política, econômica e social.
• Dinastia Júlio-Claudiana (14-68) — período marcado por conflitos sangrentos. O imperador Nero foi responsável por incendiar Roma e pela perseguição aos cristãos.
• Dinastia dos Flávios (69-96) — os imperadores desta dinastia contaram com o poio do exército, submeteram o Senado e governaram de forma despótica.
• Dinastia dos Antoninos (96-192) — período considerado de apogeu. O império atingiu sua maior extensão territorial, acompanhada de prosperidade econômica. O comércio se desenvolveu e houve grande afluxo de capitais para Roma.
• Dinastia dos Severos (193-235) — houve crises internas, fuga da população urbana para o campo, falta de dinheiro, inflação e pressão dos povos bárbaros nas fronteiras. O processo de instabilidade levou ao declínio do Império.
A implosão do Império Romano – A Crise do Império
Atribui-se como principal causa da decadência de Roma a crise no sistema Escravista. Habitualmente a pergunta que se faz é porque o Império Romano desabou. Contudo muitos estudos sugerem um outro questionamento mais intrigante: Como foi possível diante de tantas crises, Roma durar tanto tempo?
Em verdade podemos colocar a seguinte cadeia de eventos para explicar sucintamente o fim do Império romano:
Após o fim das guerras de conquista ocorreu a diminuição do fluxo de riquezas, paralelamente a diminuição da oferta de escravos, que se tornaram muito valorizados e assim afetou seriamente a economia visto que o trabalho escravo era o pilar de sustentação do sistema de produção econômica de Roma. Entretanto a massa de escravizados torna-se cada vez mais um perigo interno para a segurança dos cidadãos, as constantes revoltas e rebeliões acendem um alerta que seria negligenciado por governantes incapazes e fracos.
O Coliseu, oficialmente denominado de Antiteatro Flavius, foi palco de espetáculos promovidos pelos imperadores para “divertir” o povo com a encenação das batalhas e lutas de gládio, mortais entre os gladiadores. Antes de entrar em luta os gladiadores dirigiam ao imperador a seguinte frase: "Ave Cesar os que vão morrer te saúdam." Nos primórdios do cristianismo muitos de seus seguidores eram lançados as feras na arena.
Ambiente interno do Coliseu romano.
Fonte: Arquivo pessoal do autor.
Cultura e legado – Conheça algumas criações dos romanos e a herança que nos deixaram em diversas áreas;
ARQUITETURA |
Empregada para exaltar as glórias da nação, a arquitetura era a mais desenvolvida arte romana. Alguns elementos bastante utilizados eram os arcos e as colunas – de influência grega. Os romanos destacaram-se na construção de aquedutos, estradas, pontes, além de edificações de grande valor artístico, como o Coliseu e o Panteão em Roma.
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DIREITO |
Assim como o idioma – o latim, que é a base de línguas latinas atuais como o português, espanhol, romeno, francês e italiano -, o direito é o maior legado romano. Dividido em civil, que regulamentava a vida dos cidadãos; Em estrangeiro, aplicado aos que não eram cidadãos; e o Natural, que regulamentava a vida de todos os habitantes de Roma, este é a base do atual sistema jurídico ocidental
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LITERATURA |
Durante séculos, a literatura latina era basicamente a grega. A partir do fim do período Republicano, no entanto, os autores romanos começam a produzir obras originais e importantes Escritores como Virgílio, autor de Eneida, os dramaturgos Plauto e Tito Lívio, que escreveu o patriótico História de Roma.
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RELIGIÃO |
Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Essas divindades se tornaram muito semelhantes às gregas, após o contato com esta civilização. A pregação de Jesus Cristo, nascido numa província do Império, deu origem ao Cristianismo, cujos seguidores eram perseguidos. Com a conversão do imperador Constantino, em 313, a religião cristã ganhou força e apoio do estado, situação que permitiu o surgimento da poderosa Igreja Católica ao aproveitar a estrutura organizacional romana para estruturar-se.
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O Fórum Romano era o centro do poder do Império, local das decisões políticas e intrigas palacianas. Do legado deixado por Roma encontra-se os princípios do Direito Natural, base jurídica da maioria das nações ocidentais.
A DIVISÃO DO IMPÉRIO:
Diversas tentativas foram adotadas para resolver a crise não surtiram efeito, porém, era cada vez maior a pressão exercida pelos povos bárbaros (estrangeiros) nas fronteiras do império. Ainda no século IV, os romanos assistiram às primeiras levas de bárbaros cruzarem as fronteiras do império à procura de terras para o cultivo e o pastoreio.
Teodósio, em seu governo, preocupado em melhorar a administração, em 395, dividiu o império entre seus dois filhos:
• O Império Romano do Ocidente, com capital em Roma;
• O Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.
Sem resistência da combalida legião romana os povos Visigodos, Vândalos entre outros penetram no território romano. Genserico, líder dos Vândalos, realiza um feito impensável ao saquear a capital do império e raptar a rainha Eudóxia. Até que em 476 d.C, Roma foi tomada pelos hérulos, uma tribo germânica comandada por Odoacro que destituiu Rômulo Augusto, o último imperador romano do ocidente. Este fato marcou historicamente o fim do Império Romano do Ocidente e considera-se como o marco final da Idade Antiga na linha do tempo da História.
O Império Romano do Oriente, também conhecido como Bizantino, duraria até 1453, quando foi dominado pelos Otomanos.
O IMPÉRIO ISLÂMICO
Unidos em nome de Alah, em pouco mais de um século, o Islamismo ou Islã surgiu e originou uma das mais ricas culturas da humanidade, marcando profundamente as regiões em que se estabeleceu.
INTRODUÇÃO - O MUNDO ÁRABE
Antes de iniciarmos a abordagem sobre o Império Islâmico, cabe fazer algumas considerações oportunas. Em primeiro lugar, sobre a utilização do termo "árabe". Tornou-se senso comum, embora seja equivocado, denominar tudo que se refere ao islamismo como árabe. Decerto, que a expansão islâmica iniciada no século VII e que alcançou 3 continentes está associada aos árabes, mas o islamismo não foi e não é exclusivamente formado pelos habitantes da península Arábica, ou seja, as tribos semitas embriões do Império Islâmico que empreenderam esforços para a propagação do Islã. Devemos lembrar que atualmente o país detentor do maior número de adeptos do Islamismo é a Indonésia, uma nação que não é árabe e não está situada no Oriente Médio. Assim como a população do Oriente Médio não é formada somente de árabes, o Irã é um país islâmico cujo povo não é de origem árabe, e sim de origem persa. O idioma árabe não possuí unanimidade no Oriente Médio, na Turquia a língua oficial é o turco, no Irã é o persa e em Israel o hebraico. Da mesma no Ocidente tem-se acentuado o estereótipo, após o episódio do 11 de setembro, através de perversa campanha associando o terrorismo aos árabes. Observemos como esta região é culturalmente rica e antropologicamente complexa a ponto de não merecer reducionismos estereotipados como justificativas veladas para o Ocidente impor seu domínio. Isto posto vamos tratar dos primórdios da civilização islâmica.
ORIGENS
O desenvolvimento do processo histórico que formou a civilização árabe inicia-se no século VII, na península Arábica, com as tribos de origem semita que compartilhavam algumas características comuns, como por exemplo a linguagem oral. Estas tribos eram distribuídas em dois grupos: urbanas e beduínas. As urbanas chefiadas por xeiques (sheiks), geralmente situadas no litoral, tinham como principal atividade o comércio servindo de entrepostos nas rotas mercantis como destaca-se as cidades de Meca e Iatreb (atual Medina).
As tribos beduínas, localizadas no deserto eram nômades e dedicavam-se a criação de camelos, ao pastoreio e ao cultivo da agricultura (tâmara e do trigo). Invariavelmente os beduínos estavam em movimentação em busca de locais férteis produzir o seu sustento.
Embora compartilhassem de traços culturais comuns frequentemente as tribos estavam envolvidas em conflitos e guerras, situação que prejudicava a atividade mercantil. Mas um homem irá mudar tudo isso, sua mensagem irá ecoar por toda a região e promover uma união improvável das tribos, seu nome: Maomé ou Muhammad, (significa louvável) aventureiro, mercador de caravanas e profeta do Islã.
A religião pré-islâmica era politeísta e animista (cultuavam ídolos e objetos inanimados) o centro religioso mais importante era Meca, local de peregrinação que abrigava o templo da Caaba, em forma de cubo que continha os ídolos e a pedra negra considerada sagrada. Todos os anos milhares de beduínos e mercadores visitavam o santuário de Meca, trazendo muito lucro para os administradores da cidade, a aristocracia dos coraixitas, que detinham o controle político, logo enriquecia com as peregrinações e com a atividade comercial realizada em Meca. Entretanto a atuação de um homem mudará bastante este cenário, seu nome: Maomé.
O PROFETA MAOMÉ
Maomé ou Muhammad nasceu pobre, tornou-se mercador ainda adolescente e aos 25 anos casou-se com uma viúva rica e mais velha. O casamento trouxe-lhe estabilidade financeira permitindo a Maomé realizar inúmeras viagens e ter contato com outros povos e as culturas principalmente a cristã e a judaica. Aos 40 anos passou a ter visões do anjo Gabriel (o mesmo que anunciou a Maria que seria ela a mãe de Jesus) e acreditava ter ouvido sua voz. Os chamados que Maomé recebia o apontavam como o profeta de um único Deus, Alá (Alah). As pregações de Maomé passaram a ser aceitas e trouxe-lhe adeptos da crença no monoteísmo fortalecendo ainda mais suas convicções na catequização da população e a sua missão de profeta para combater e eliminar os ídolos tribais da religião politeísta. Foram nestas bases o princípio que moldará a religião islâmica. Seus ensinamentos do Islã foram compilados no Alcorão (ou Corão) que tornou-se o livro sagrados dos muçulmanos.
Entretanto nem tudo eram flores, a atitude de Maomé em combater os ídolos da Caaba provocou a ira dos ricos comerciantes de Meca que perceberam na pregação da nova religião uma ameaça ao rentável comércio dos peregrinos que visitavam a cidade para reverenciar os deuses no templo da Caaba. Perseguido pelos inimigos, Maomé foge para Yatreb - atual Medina (significa "cidade do profeta") em 622. Este episódio, ficou conhecido como Hégira, correspondendo ao início do calendário islâmico. Em Medina, Muhammad conseguiu milhares de adeptos, transformando-se num poderoso líder político, religioso e militar. A ponto de reunir seus seguidores em um exército para tomar Meca e propagar a nova religião através da guerra religiosa (Jihad). Em 630 Meca é conquistada pelo exército de Maomé, os ídolos da Caaba são destruídos e os opositores mortos. Meca foi declarada cidade sagrada do Islamismo. O feito de unificar as tribos árabes em torno de um poder centralizado e de uma mesma religião em tão pouco tempo foi considerado como um sinal da intervenção de Alá através do seu profeta, Maomé. Daí a importância e reverência dos muçulmanos ao seu profeta ser inabalável e inquestionável, mesmo após a sua morte em 632.
A EXPANSÃO DO IMPÉRIO
* O espírito empreendedor dos grandes comerciantes que tinham interesses em expandir o comércio
* A explosão demográfica
* A crença na morte lutando pelo islamismo como uma possibilidade de salvação contribuiu para que os exércitos se engajassem na conquista militar contra povos vizinhos.
O LEGADO DA CULTURA ISLÂMICA.
A cultura islâmica, cuja primogenitura foi dos árabes, deixou marca indelével por onde passou e nas diversas áreas do conhecimento.
* Arquitetura: Criaram os arabescos, baseava-se nas tradições árabes, persas e dos turcos.
* Ciências: Astronomia (traduziram a obra de Ptolomeu). Na matemática foram os criadores dos números arábicos, da álgebra e desenvolveram a geometria. Na química produziram o álcool e outros compostos.
*Literatura; influenciado pela tradição persa em lendas e contos escreveram "As mil e uma noites" entre outros.
Quando Maomé faleceu em 632 d.C, não indicou sucessor, mas as tribos já estavam unificadas politicamente e sob uma mesma religião, o Islã, estas condições favoreceram as perspectivas de crescimento territorial. A administração passou para as mãos dos califas que concentravam o poder político, religioso e militar. Além das condições político/religiosa pode-se afirmar que as causas da expansão foram:
* A necessidade de terras férteis;* O espírito empreendedor dos grandes comerciantes que tinham interesses em expandir o comércio
* A explosão demográfica
* A crença na morte lutando pelo islamismo como uma possibilidade de salvação contribuiu para que os exércitos se engajassem na conquista militar contra povos vizinhos.
Através das guerras o império Islâmico ganhou territórios e fortaleceu seu poder, os califas inicialmente conquistaram os povos do Oriente Médio (Síria, Palestina, Pérsia e Egito). Embora dominados os povos não eram obrigados a conversão ao Islã e podiam manter sua própria religião, desde que pagassem impostos por não serem muçulmanos o que de certa forma forçava indiretamente a conversão dos conquistados ao islamismo.
O período da Dinastia dos Omíadas (661 a 750 d.C.) foi especialmente importante no que diz respeito ao crescimento da área do império, pois avançou para a conquista do norte da Índia (atual Paquistão e Afeganistão) e no norte da África. O ápice do processo expansionista ocorreu quando os árabes cruzaram o Estreito de Gibraltar e conquistaram a Península Ibérica (Espanha e Portugal) onde permaneceram por quase 800 anos. O avanço sobre o continente europeu foi contido em 732 d.C., na batalha de Poitiers, vencida pelos francos, atribuindo a estes a façanha de ter evitado a propagação do Islã na Europa.
A máxima extensão do império foi obtida durante o período da Dinastia Abássida (750 a 1258) tendo como capital Bagdá e centro das rotas de comércio entre o Ocidente e o Oriente. Contudo o esplendor foi passageiro tanto que na fase final da dinastia intensificaram-se os conflitos políticos e religiosos destroçando o império em vários califados independentes, quebrando assim a unidade política e a provocando a degradação da coesão religiosa a partir do surgimento de duas correntes opostas: os xiitas e os sunitas - que ainda na atualidade possuem e mantêm fortes divergências religiosas dentro do Islamismo.
Desta forma, com o poder político enfraquecido os abássidas foram derrotados sucessivamente pelos mongóis, pelos turcos otomanos e pelos espanhóis que reconquistaram o último reduto islâmico na Europa expulsando-os definitivamente.
Imagem retratando a expansão do Islamismo que abrangia três continentes.
O LEGADO DA CULTURA ISLÂMICA.
A cultura islâmica, cuja primogenitura foi dos árabes, deixou marca indelével por onde passou e nas diversas áreas do conhecimento.
* Arquitetura: Criaram os arabescos, baseava-se nas tradições árabes, persas e dos turcos.
* Ciências: Astronomia (traduziram a obra de Ptolomeu). Na matemática foram os criadores dos números arábicos, da álgebra e desenvolveram a geometria. Na química produziram o álcool e outros compostos.
*Literatura; influenciado pela tradição persa em lendas e contos escreveram "As mil e uma noites" entre outros.
Muito bom o assunto (: .
ResponderExcluirmuito legal eu acho que vou me dar bem no teste.
ResponderExcluirValeu Eisa, mas não limite seu estudo apenas ao blog, leia os roteiros e anotações das aulas e os capítulos do livro didático. Desta forma suas chances de realizar uma boa avaliação serão grandes.
ExcluirAbraços
e a resposta 6 ?
ResponderExcluirVai ter continuidade nos post?
ResponderExcluireu quero saber se vai continua tbm
ExcluirMuito bom o assunto sobra as civilizações antigas, em especial a civilização egípcia, contém muitas histórias interessantes, as técnicas de cuidar do corpo, da organização social, como a religião tinha uma importância tamanha, o domínio da matemática, da engenharia ( pirâmides ), cultura é fascinante!
ResponderExcluirgalera do 1º ano vamos arebentar nessa prova em.. ¬¬
ResponderExcluirMUITO LEGAL O ASSUNTO,VOU MIM DÁ MUITO BEM NESSA PROVA,AINDA MAIS ESTUDANDO PELAS ANOTAÇÕES NO CADERNO E ESSE RESUMO :)
ResponderExcluirTema de cassa pronto
ResponderExcluirPorque não ficou com o segundo ano professor :(
ResponderExcluirNão gostei da professora nova não.
Gente a partir da observação do mapa Explique a influência da Geografia na importância do Poder naval da liga de Delos
ResponderExcluiré que eu to fazendo muito trabalho em história meu deus do ceu me ajude porque a prova foi muito dificil para mim eu não gosto muito de história mais tenque estudar fazer o quer
ResponderExcluir