quarta-feira, 27 de novembro de 2013

IMPÉRIO ISLÂMICO - Resumo


Unidos em nome de Alah, em pouco mais de um século, o Islamismo ou Islã surgiu e originou uma das mais ricas culturas da humanidade, marcando profundamente as regiões em que se estabeleceu.

INTRODUÇÃO

Antes de iniciarmos a abordagem sobre o Império Islâmico, cabe fazer algumas considerações oportunas. Em primeiro lugar, sobre a utilização do termo "árabe". Tornou-se senso comum, embora seja equivocado, denominar tudo que se refere ao islamismo como árabe. Decerto, que a expansão islâmica iniciada no século VII e que alcançou 3 continentes está associada aos árabes, mas o islamismo não foi e não é exclusivamente formado pelos habitantes da península Arábica, ou seja, as tribos semitas embriões do Império Islâmico que empreenderam esforços para a propagação do Islã. Devemos lembrar que atualmente o país detentor do maior número de adeptos do Islamismo é a Indonésia, uma nação que não é árabe e não está situada no Oriente Médio. Assim como a população do Oriente Médio não é formada somente de árabes, o Irã é um país islâmico cujo povo não é de origem árabe, e sim de origem persa. O idioma árabe não possuí unanimidade no Oriente Médio, na Turquia a língua oficial é o turco, no Irã é o persa e em Israel o hebraico. Da mesma no Ocidente tem-se acentuado o estereótipo, após o episódio do 11 de setembro, através de perversa campanha associando o terrorismo aos árabes. Observemos como esta região é culturalmente rica e antropologicamente complexa a ponto de não merecer reducionismos estereotipados como justificativas veladas para o Ocidente impor seu domínio. Isto posto vamos tratar dos primórdios da civilização islâmica.



Trecho do Alcorão, o livro sagrado do Islã
Imagem da peregrinação à Meca. No centro encontra-se a Caaba






















ORIGENS

O desenvolvimento do processo histórico que formou a civilização árabe inicia-se no século VII, na península Arábica, com as tribos de origem semita que compartilhavam algumas características comuns, como por exemplo a linguagem oral. Estas tribos eram distribuídas em dois grupos: urbanas e beduínas. As urbanas chefiadas por xeiques (sheiks), geralmente situadas no litoral, tinham como principal atividade o comércio servindo de entrepostos nas rotas mercantis como destaca-se as cidades de Meca e Iatreb (atual Medina).
As tribos beduínas,  localizadas no deserto eram  nômades e dedicavam-se a criação de camelos, ao pastoreio e ao cultivo da agricultura (tâmara e do trigo). Invariavelmente os beduínos estavam em movimentação em busca de locais férteis produzir o seu sustento.
Embora compartilhassem de traços culturais comuns frequentemente as tribos estavam envolvidas em conflitos e guerras, situação que prejudicava a atividade mercantil. Mas um homem irá mudar tudo isso, sua mensagem irá ecoar por toda a região e promover uma união improvável das tribos, seu nome: Maomé ou Muhammad, (significa louvável) aventureiro, mercador de caravanas e profeta do Islã.
A religião pré-islâmica era politeísta e animista (cultuavam ídolos e objetos inanimados) o centro religioso mais importante era Meca, local de peregrinação que abrigava o templo da Caaba, em forma de cubo que continha os ídolos e a pedra negra considerada sagrada. Todos os anos milhares de beduínos e mercadores visitavam o santuário de Meca, trazendo muito lucro para os administradores da cidade, a aristocracia dos coraixitas, que detinham o controle político, logo enriquecia com as peregrinações e com a atividade comercial realizada em Meca. Entretanto a atuação de um homem mudará bastante este cenário, seu nome: Maomé.


Imagem acima ilustra como o fiel muçulmano deve realizar o ritual das orações. Rezar todos os dias é um dos pilares do Islamismo.



O PROFETA MAOMÉ


Maomé ou Muhammad nasceu pobre, tornou-se mercador ainda adolescente e aos 25 anos casou-se com uma viúva rica e mais velha. O casamento trouxe-lhe estabilidade financeira permitindo a Maomé realizar inúmeras viagens e ter contato com outros povos e as culturas principalmente a cristã e a judaica. Aos 40 anos passou a ter visões do anjo Gabriel (o mesmo que anunciou a Maria que seria ela a mãe de Jesus) e acreditava ter ouvido sua voz. Os chamados que Maomé recebia o apontavam como o profeta de um único Deus, Alá (Alah). As pregações de Maomé passaram a ser aceitas e trouxe-lhe adeptos da crença no monoteísmo fortalecendo ainda mais suas convicções na catequização da população e a sua missão de profeta para combater e eliminar os ídolos tribais da religião politeísta. Foram nestas bases o princípio que moldará a religião islâmica. Seus ensinamentos do Islã foram compilados no Alcorão (ou Corão) que tornou-se o livro sagrados dos muçulmanos.
Entretanto nem tudo eram flores, a atitude de Maomé em combater os ídolos da Caaba provocou a ira dos ricos comerciantes de Meca que perceberam na pregação da nova religião uma ameaça ao rentável comércio dos peregrinos que visitavam a cidade para reverenciar os deuses no templo da Caaba.   Perseguido pelos inimigos, Maomé foge para Yatreb - atual Medina (significa "cidade do profeta") em 622. Este episódio, ficou conhecido como Hégira, correspondendo ao início do calendário islâmico. Em Medina, Muhammad conseguiu milhares de adeptos, transformando-se num poderoso líder político, religioso e militar. A ponto de reunir seus seguidores em um exército para tomar Meca e propagar a nova religião através da guerra religiosa (Jihad). Em 630 Meca é conquistada pelo exército de Maomé, os ídolos da Caaba são destruídos e os opositores mortos. Meca foi declarada cidade sagrada do Islamismo. O feito de unificar as tribos árabes em torno de um poder centralizado e de uma mesma religião em tão pouco tempo foi considerado como um sinal da intervenção de Alá através do seu profeta, Maomé. Daí a importância e reverência dos muçulmanos ao seu profeta ser inabalável e inquestionável, mesmo após a sua morte em 632.


A direita a foto das inscrições feitas a ouro na porta da Caaba, em Meca, a cidade sagrada do Islamismo.




A Esquerda um mapa antigo mostrando a Caaba como o centro do mundo islâmico 
















A EXPANSÃO DO IMPÉRIO

Quando Maomé faleceu em 632 d.C, não indicou sucessor, mas as tribos já estavam unificadas politicamente e sob uma mesma religião, o Islã, estas condições favoreceram  as perspectivas de crescimento territorial. A administração passou para as mãos dos califas que concentravam o poder político, religioso e militar. Além das condições político/religiosa pode-se afirmar que as causas da expansão foram:
* A necessidade de terras férteis;
* O espírito empreendedor dos grandes comerciantes que tinham interesses em expandir o comércio
* A explosão demográfica
* A crença na morte lutando pelo islamismo como uma possibilidade de salvação contribuiu para que os exércitos se engajassem na conquista militar contra povos vizinhos.

Através das guerras o império Islâmico ganhou territórios e fortaleceu seu poder, os califas inicialmente conquistaram os povos do Oriente Médio (Síria, Palestina, Pérsia e Egito). Embora dominados os povos não eram obrigados a conversão ao Islã e podiam manter sua própria religião, desde que pagassem impostos por não serem muçulmanos o que de certa forma forçava indiretamente a conversão dos conquistados ao islamismo.
O período da Dinastia dos Omíadas (661 a 750 d.C.) foi especialmente importante no que diz respeito ao crescimento da área do império, pois avançou para a conquista do norte da Índia (atual Paquistão e Afeganistão) e  no norte da África. O ápice do processo expansionista ocorreu quando os árabes cruzaram o Estreito de Gibraltar e conquistaram a Península Ibérica (Espanha e Portugal) onde permaneceram por quase 800 anos. O avanço sobre o continente europeu  foi contido em 732 d.C., na batalha de Poitiers, vencida pelos francos, atribuindo a estes a façanha de ter evitado a propagação do Islã na Europa.
A máxima extensão do império foi obtida durante o período da Dinastia Abássida (750 a 1258) tendo como capital Bagdá e centro das rotas de comércio entre o Ocidente e o Oriente. Contudo o esplendor foi passageiro tanto que na fase final da dinastia intensificaram-se os conflitos políticos e religiosos destroçando o império em vários califados independentes, quebrando assim a unidade política e a provocando a degradação da coesão religiosa a partir do surgimento de duas correntes opostas: os xiitas e os sunitas - que ainda na atualidade possuem e mantêm fortes divergências religiosas dentro do Islamismo.
Desta forma, com o poder político enfraquecido os abássidas foram derrotados sucessivamente pelos mongóis, pelos turcos-otomanos e pelos espanhóis que reconquistaram o último reduto islâmico na Europa expulsando-os definitivamente.




Imagem retratando a expansão do Islamismo que abrangia três continentes.


O LEGADO DA CULTURA ISLÂMICA.

A cultura islâmica, cuja primogenitura foi dos árabes, deixou marca indelével por onde passou e nas diversas áreas do conhecimento.

* Arquitetura: Criaram os arabescos, baseava-se nas tradições árabes, persas e dos turcos.
* Ciências: Astronomia (traduziram a obra de Ptolomeu). Na matemática foram os criadores dos números arábicos, da álgebra e desenvolveram a geometria. Na química produziram o álcool e outros compostos.
*Literatura; influenciado pela tradição persa em lendas e contos escreveram "As mil e uma noites" entre outros.      
  



      

REPOSTAS EXERCÍCIO SOBRE ISLAMISMO

RESPOSTAS REFERENTES  À ATIVIDADE SOBRE ISLAMISMO (CAP 18 PAG. 168)                                                                   

1- AS ATIVIDADES ECONÔMICAS DOS HABITANTES DA PENÍNSULA  ARÁBICA  ERAM REALIZADAS POR INTERMÉDIO DAS CARAVANAS QUE ATRAVESSAVAM A REGIÃO EM DIREÇÃO À PALESTINA E A SÍRIA.  CIDADES SURGIRAM E ENRIQUECERAM GRAÇAS AO COMÉRCIO.

2- AS CARAVANAS NÃO APENAS TROCAVAM  MERCADORIAS, TAMBÉM PROMOVIAM O INTERCÂMBIO DE IDEIAS, NOTÍCIAS E HÁBITOS CULTURAIS NOS LUGAREM ONDE PASSAVAM. O CONTATO COM OUTRAS CULTURAS E CRENÇAS RELIGIOSAS ( ZOROASTRISMO, JUDAÍSMO E CRISTIANISMO) PROMOVERAM UM VASTO SINCRETISMO RELIGIOSO, OU SEJA DESENVOLVERAM HÁBITOS CULTURAIS E RELIGIOSOS QUE NASCERAM DA FUSÃO DE CONCEPÇÕES RELIGIOSAS DISTINTAS.

3- A PARTIR DE ANO DE 613, MAOMÉ COMEÇOU A PREGAR NOVOS PRECEITOS RELIGIOSOS BASEADOS NAS SUAS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS. AFIRMAVA TER RECEBIDO REVELAÇÕES DIVINAS QUE POSTERIORMENTE FORAM REGISTRADAS E REUNIDAS NO LIVRO SAGRADO DO ISLAMISMO: O ALCORÃO. MAOMÉ PREGAVA QUE SÓ EXITE UM ÚNICO DEUS, ALÁ, E QUE A NOVA RELIGIÃO SERIA O ISLÃ QUE SIGNIFICA “SUBMISSÃO A DEUS”. OS PILARES DO ISLAMISMO SERIAM: ACREDITAR NUM ÚNICO DEUS E QUE MAOMÉ É SEU PROFETA; REZAR DIARIAMENTE VOLTADO PARA MECA; AJUDAR AOS POBRES E PRATICAR A CARIDADE; JEJUAR NO MÊS DO RAMADÃ; E PEREGRINAR PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA À MECA.

4- MAOMÉ INVADIU MECA COM MILHARES DE ADEPTOS, MANDOU DESTRUIR TODOS OS ÍDOLOS EXISTENTES NA CAABA (UM SANTUÁRIO POLITEÍSTA) E DECLAROU MECA COMO CIDADE SAGRADA PARA OS MUÇULMANOS. A PARTIR DE MECA CONDUZIU ALGUMAS BATALHAS A REGIÕES VIZINHAS.

5- O TERMO JIHAD PODE SER TRADUZIDO COM “ESFORÇO FÍSICO, MORAL, ESPIRITUAL E INTELECTUAL EM FAVOR DE DEUS”. ISTO É O QUE ESTÁ ESCRITO NO ALCORÃO E ESTE É O SENTIDO DA  JIHAD. ENTRETANTO OUTRAS INTERPRETAÇÕES DO TERMO FORAM ADOTADAS COM O PASSAR DO TEMPO, ALGUNS CRENTES ACREDITAVAM QUE MORRER PELA FÉ E O EMPENHO NA GUERRA DE CONVERSÃO CONTRA OS QUE NÃO ADERIRAM AO ISLÃ ESTAVAM NO SENTIDO DA JIHAD. SEGUNDO ESTE INTERPRETAÇÃO, AQUELES QUE MORRESSEM LUTANDO CONTRA OS INFIÉIS SERIAM LEMBRADOS COMO HERÓIS PELOS PARENTES E TERIAM DIREITO A VIVER NO PARAÍSO, PRÓXIMOS DE ALÁ. ESTA CRENÇA INCENTIVOU A MILHARES DE ÁRABES A SE CONVERTEREM AO ISLÃ E LUTAR NOS EXÉRCITOS DE MAOMÉ.

6- MAOMÉ CONDUZIU A UNIFICAÇÃO DAS DIVERSAS TRIBOS ÁRABES DIFUNDINDO UMA RELIGIÃO MONOTEÍSTA QUE CRIOU UM FORTE SENTIMENTO DE IDENTIDADE CULTURAL A PARTIR DA FÉ NO ISLÃ. DESTA FORMA MAOMÉ CONSEGUIU E CONSTRUIU UM ESTADO ÁRABE-ISLÂMICO QUE CENTRALIZOU O PODER EM TODA PENÍNSULA ARÁBICA.

                                                                                                                                                                    7- APÓS A UNIFICAÇÃO FOI POSSÍVEL INICIAR O PROCESSO DE EXPANSÃO A PARTIR DO SÉC. VII PARA FORA DA PENÍNSULA ARÁBICA, DOMINANDO REGIÕES DO ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA. A PARTIR DA DINASTIA OMÍADA OS ÁRABES AMPLIARAM SEU IMPÉRIO CONQUISTANDO A REGIÃO DO PAQUISTÃO,  AFEGANISTÃO E PARTE NO NORTE DA ÍNDIA E A PENÍNSULA IBÉRICA, NA EUROPA.