domingo, 8 de junho de 2025

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - 1939 a 1945

“Sangue, suor e lágrimas ...”

IMPRIMIR RESUMO

Apresentação:
As operações militares da Segunda Guerra Mundial se estenderam da invasão da Polônia pela Alemanha nazista, a 1/9/ 1939, até a assinatura da rendição incondicional do Japão, em 2/9/1945, provocando 45 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos. Nessas operações militares se defrontaram as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e as potências Aliadas (Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética). Com a invasão alemã à Polônia em 1939 e o ataque japonês a Pearl Harbor em 1941, duas guerras paralelas, mas relacionadas entre si, compuseram o quadro do novo conflito mundial: a primeira teve como palco principal a Europa, onde a União Soviética desempenhou um papel preponderante vencendo a Alemanha, e a segunda se desenrolou no Oceano Pacífico, onde os Estados Unidos se destacaram derrotando o Japão. Quanto à sua evolução, o curso da guerra desdobrou-se em três fases: as vitórias do Eixo (1939-1941), o equilíbrio de forças (1941-1943) e as vitórias dos Aliados (1943-1945).

Introdução:
Seria muito simplista do ponto de vista da História entendermos as 2 grandes guerras do inicio do séc. XX apenas pelo descrever das batalhas, datas, biografias dos personagens, mortes e conseqüências. Estes dois acontecimentos Históricos são muito mais complexos do que pensamos por abranger valores culturais diversos, ressentimentos seculares, mostrar o retrato da sociedade de uma época, etc . É temerário abordarmos as grandes guerras sem considerarmos aspectos como: o sentimento nacionalista, as políticas do imperialismo, o nazifascismo, o cenário econômico antes e após crise de 1929, as doutrinas socialista e capitalista. Deste “caldo” de eventos os entrelaçamentos e desdobramentos formam as histórias pessoais dos sujeitos históricos, ao da localidade, da nação e do mundo. De certo foi que as pendengas das disputas imperialistas entre as potencias européias não cessaram com o final da Primeira Guerra de 1914 a 1918. As condições firmadas pelos tratados de paz, principalmente o Tratado de Varsalhes, impondo pesados ônus aos derrotados contribuíram mais para o acirramento dos ânimos do que necessariamente para estancar o sentimento de revanche, contaminando com a discórdia as relações entre os países. Exemplo típico foi a Alemanha, apesar de duramente atingida pelo tratado de Versalhes foi pela força econômica dos grandes monopólios industriais que consegue recuperar-se, reiniciar o processo expansionista e retomar a militarização para lutar pelos mercados mundiais. Agora alimentada pelo sentimento de revanche que levaria o mundo a uma nova guerra mundial sem precedentes na história.
Contudo para tentar entender o “caldo” que constituiu a Segunda Guerra Mundial precisamos acrescentar outros ingredientes, pois o cenário da época é assinalado por importantes acontecimentos econômicos e políticos que interferem no contexto.
Vejamos.
A crise do capitalismo de 1929 abalou a confiança em vários governos liberais (democráticos) europeus e desestabilizou o poder constituído. Paralelamente a crise do capitalismo a ascensão do “perigo vermelho” do socialismo, fortalecido pelo advento da Revolução Bolchevique de 1917, alcança elevado nível de temor entre os grandes centros capitalistas, fato que justificava a retomada de discursos autoritários nazifascistas como parte de uma nova estratégia dos capitalistas para manter os interesses econômicos através do forte controle político e incentivo ao expansionismo imperialista. Nesta conjuntura os regimes totalitários obtiveram expressiva representatividade na Alemanha, Itália e Japão. A efervescência dos discursos e programas políticos constituídos de profundo desprezo a democracia ganharam espaço e destilavam seu veneno sobre a população que passou a considerar o nazifascismo como uma possibilidade viável.O crescimento do nazifascismo só pode ser explicado a partir do medo dos capitalistas face ao crescimento do socialismo soviético e o aumento da luta de classes nos países. Portando se a Segunda Guerra é a continuidade da Primeira Guerra, por sua natureza imperialista podemos afirmar que o nazifascismo foi o ingrediente particular que corroeu a crença na democracia e tornou-se no instrumento capitalista de dupla face: retomada do expansionismo imperialista e combate ao socialismo. A compreensão torna-se mais clara quando perguntamos como pequenos partidos ultra nacionalistas obtiveram crescimento assustador em curto espaço de tempo ou quando questionamos a leniência de ingleses e franceses diante do expansionismo e remilitarização da Alemanha, da consolidação do fascismo na Itália, Espanha, Portugal, Polônia e também da ditadura do Estado Novo no Brasil.

REVENDO A DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO NAZI-FACISMO
Nazismo e Fascismo constituíram-se uma forma de governo autoritária, cujo auge deu-se na década de 1920-30 e que pretendia o estrito controle da vida nacional e dos indivíduos de acordo com ideais nacionalistas e com frequência militaristas. Os interesses opostos seriam resolvidos mediante total subordinação ao Estado, exigindo-se uma lealdade incondicional ao líder no poder. O Nazifascismo baseia suas ideias e formas num conservadorismo extremado, constituindo-se uma ditadura capitalista de extrema-direita, produto da crise pós I Guerra Mundial, da crise do liberalismo e do crescimento do comunismo.
Em outras palavras, o nazifascismo foi a resposta da burguesia para a grave crise que atingia o capitalismo no início do século XX. Assim, não se pode “personalizar” tais regimes: se Hitler e Mussolini não tivessem implantado suas ditaduras, outros o fariam, pois era uma exigência do grande capital. Nazismo e Fascismo são, na verdade, o mesmo fenômeno. Suas diferenças se devem, conforme veremos adiante, às diferenças históricas de cada país. O Nazismo surgido na Alemanha foi apenas uma forma mais desenvolvida de Fascismo, que se originou na Itália. A palavra Fascismo origina-se do termo latino “fasces”, nome dado a um feixe de varas amarrado a um machado, que simbolizava a autoridade à época do Império Romano. Mussolini se apropriou da palavra e deu o nome de Fascismo ao Estado forte que pretendia criar. A partir daí, o termo passou a designar uma série de estados e movimentos totalitários no período entre a I e a II Guerra Mundial (1939-45), e cujo exemplo mais extremado foi o Nazismo alemão. Para entendermos melhor esta fase tomaremos como exemplos um dos fatores fundamentais que propiciou a tragédia da 2ª Grande Guerra: O Regime Nazista.

As fontes do Nazismo não são novas. O movimento surge do resultado da fusão e da reelaboração de ideais e sentimentos antigos da sociedade alemã. Outros movimentos compartilhavam de características como: o nacionalismo extremado, o racismo e a intenção de criar uma sociedade reacionária e militarista. Mas coube ao Nazismo a prevalência em suplantar outros movimentos e conquistar o poder. A Alemanha imperial de 1870 a 1918 era uma sociedade autoritária, reacionária e militarista, e os nazistas souberam aproveitar estas características e se apropriaram desta herança para elaborar seu projeto de governo. Utilizam as ideias dos conservadores alemães que não viam bons olhos a sociedade industrial. Estes intelectuais se refugiavam em um mundo mitológico e medieval (passado heroico) para determinar que a sociedade moderna e a política só poderiam renovar-se através da arte. Com estes elementos compunham a mitologia da pureza e da escolha do povo alemão como o eleito por Deus. Nos seus discursos Hitler constantemente refere-se ao passado glorioso do Sacro Império Romano Germânico a fim de realizar a ponte com a História dando a impressão de continuidade das glórias do povo germânico através do III Reich fundado pelo Nazismo. Mesmo o antissemitismo – mais presente no nazismo que em outros movimentos de caráter fascista – não era uma criação original. Grupos antissemitas pululavam em toda a Alemanha e Áustria desde o século XIX e suas ideais são encontradas na Europa em séculos anteriores.

Mas, por que tantos alemães escolheram o nazismo?
Em boa parte parece claro que muitos alemães votavam no nazismo por descrédito nas democracias, por questões políticas locais ou ainda por acreditarem nas propostas nazistas (que, diga-se de passagem, faziam parte da tradição alemã). Mas de um ponto de vista abrangente, colaborou a “fantástica” máquina de propaganda nazista. O aparato cenográfico montado impressionava a população e rapidamente os nazistas cooptaram a fúria, o desejo de vingança pela humilhação que o povo alemão passou na guerra anterior, restava um povo empobrecido e humilhado pela derrota e pela crise. Portanto não foi difícil imaginar porque os alemães não questionaram as intenções de Hitler. Os conceitos do programa Nazistas de virilidade, sangue e raça substituíram as promessas de mais empregos ou de justiça social dos partidos socialistas. Hitler não prometia a igualdade entre os indivíduos, mas a superioridade um povo de senhores, os alemães, diante de seus servos, o resto da humanidade. Pode-se imaginar o efeito devastador e multiplicador destas propostas a uma população humilhada e desesperançosa. Foi esta habilidade de manipula as emoções e os desejos das pessoas que deu popularidade à mensagem de “Her” Hitler. (Texto adaptado de: João f. Bertonha – Fascismo, nazismo, integralismo. – Editora Ática – São Paulo)

Assista este discurso de Hitler dirigido a juventude alemã e observe o teor da mensagem:

HITLER DISCURSA PARA JUVENTUDE ALEMÃ

PARA SABER MAIS!!

AS BATALHAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - SITE INTERATIVO

VAMOS EXERCITAR SEUS CONHECIMENTOS!!

EXERCÍCIOS 2ª GUERRA MUNDIAL

RESUMO - Roteiro
1 – Antecedentes (década de 30):
  • Fortalecimento de regimes totalitários nazifascistas.
  • Formação do EIXO (Roma + Berlim + Tóquio) – Pacto ANTIKOMINTERN (Anticomunismo).
  • Pacto de “Não Agressão” entre URSS e Alemanha.
  • Fracasso da política de apaziguamento da Liga das Nações.
  • Desrespeito da Alemanha ao Tratado de Versalhes. A instituição do serviço militar obrigatório. A ocupação das zonas fronteiriças com a França. Incorporação da Áustria (o ANCHLUSS). Incorporação da Tchecoslováquia (nos Sudetos).
  • As invasões feitas pelo Eixo : Invasão da China (1931 - Manchúria) pelo Japão. A Invasão da Etiópia (1935) pela Itália.
  • Invasão da Polônia pela Alemanha em 1/9/1939 – início da 2ª Guerra Mundial.

2 - Fases da Guerra:
  1. 1939: “Guerra de Mentira” – preparação.
  2. 1939 – 1942: Vantagem das tropas do Eixo.
  • Ocupação da Dinamarca, Noruega, Holanda e França (BLITZKRIEG – Guerra Relâmpago).
  • França, Inglaterra e Bélgica são expulsos do continente (“Retirada de Dunquerque”).
  • Formação do governo colaboracionista de Vichy (sul da França).
  • Invasão da URSS (1941) rompendo acordo de não agressão (minérios, petróleo, cereais).
  • Ataque japonês a base americana de Pearl Harbour (1941) – Os EUA entram na guerra.
  • Expansão territorial máxima das forças do Eixo.
  1. 1942 - 1943 : Equilíbrio de Forças.
  • Batalha de Stalingrado (42-43): URSS* X ALE – 1ª frente.
  • Batalha de Midway (1943): EUA* X JAP.
  • Controle do Norte da África(Egito – 1943): Aliados* X ALE+ITA.
  • Controle do Mediterrâneo – Desembarque na Itália – 2ª frente.
     D. 1944 -1945 : a FASE FINAL – Vitória dos Aliados
  • “Dia D” (Desembarque da Normandia - 1944): A libertação da França – 3ª frente.
  • Invasão da Alemanha (maio/1945).
  • Bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáqui (Japão – agosto/45). O fim da guerra no Pacífico.
3 - Consequências da II Guerra:
  • 50 milhões de mortos (20 milhões – URSS; 6 milhões – Polônia; 5 milhões – Alemanha; 1,5 milhão – Japão).
  • HOLOCAUSTO – assassinato de aproximadamente 6 milhões de judeus em campos de concentração ou de extermínio.
  • A Bipolarização mundial entre os EUA (capitalismo) X URSS (comunismo).
  • GUERRA FRIA.

Surgimento do Fascismo e do Nazismo


O período do entre - guerras (1919-1939) foi a época do descrédito e da crise da sociedade liberal. Essa sociedade, agora desacreditada, foi forjada no século XIX, com a afirmação de que o capitalismo como sistema econômico era "perfeito". As nações imperialistas europeias tinham a hegemonia do mundo e, por isso, a ótica de encarar o futuro de forma entusiástica e otimista. Ao término da Primeira Guerra a euforia e  o otimismo foram substituídos por um pessimismo que beirava o descontrole. Esse sentimento era sentido entre os intelectuais de classe média, e se manifestou principalmente no antiplarlamentarismo, no irracionalismo, no nacionalismo agressivo e na proposta de soluções violentas e ditatoriais para resolver os problemas oriundos da crise. Portanto com tais características o cenário tornou-se propício para o surgimento dos ideais nazifascistas. ......................................................................





A charge reproduz o contexto da época: "Alguém sabe qual é a saída para a Crise de 29?" . E um sujeito responte: "Eu, eu sei senhor!!"



A Charge acima demonstra de forma lúdica o cenário do continente europeu. O sujeito que responde dizendo saber qual era o caminho para sair da crise mudaria drasticamente a História Contemporânea.  Neste ambiente de incertezas, após a crise de 1929, o futuro das nações era tenebroso. Os questionamentos sobre quais atitudes tomar para apaziguar a apatia geral não encontravam respostas confiáveis dos governos de cunho democráticos. Nesta falta de respostas das democracias em passar confiança de melhores dias surge a oportunidade que as doutrinas autoritárias precisavam para ter voz. Nazismo e Fascismo constituíram-se uma forma de governo autoritária, cujo auge deu-se na década de 1920-30 e que pretendia ter rígido controle da vida nacional e dos indivíduos de acordo com ideais nacionalistas e mais freqüentemente militaristas.


Caracterizando
Portanto autoritarismo, nacionalismo e militarismo constituíam características peculiares dos regimes totalitários. Além destas características acrescente o culto ao líder. Os interesses opostos seriam resolvidos mediante total subordinação do cidadão ao Estado, exigindo-se uma lealdade incondicional ao líder no poder. O Nazifascismo baseia suas idéias e formas num conservadorismo extremado, constituindo-se uma ditadura capitalista de extrema-direita, produto da crise pós-I Guerra Mundial, da crise do liberalismo e do crescimento do comunismo. Em outras palavras, o nazifascismo foi a resposta da burguesia à grave situação que atingia o capitalismo no início do século XX. Assim, não se pode “personalizar” tais regimes: se Hitler e Mussolini não tivessem implantado suas ditaduras, outros o fariam, pois era uma exigência do grande capital.


Nazismo e Fascismo. Farinha do mesmo saco!
Nazismo e Fascismo foram, em princípio, o mesmo fenômeno. Suas diferenças se devem, conforme veremos adiante, às particularidades históricas de cada país. O Nazismo surgido na Alemanha foi apenas uma forma mais desenvolvida de Fascismo, que se originou na Itália. A palavra Fascismo originando-se do termo latino “fasces”, nome dado a um feixe de varas amarrado a um machado, que simbolizava a autoridade à época do Império Romano. Mussolini se apropriou da palavra e deu o nome de Fascismo ao Estado forte que pretendia criar. A partir daí, o termo passou a designar uma série de estados e movimentos totalitários no período entre a I e a II Guerra Mundial (1939-45), e cujo exemplo mais extremado foi o Nazismo alemão.

A Alemanha após a Crise de 1929 - Um terreno fértil para as idéias do Nazismo.
Vejamos primeiro a situação que se encontrava a Alemanha. A assinatura do tratado de Versalhes no final da Primeira Guerra Mundial deixou a Alemanha humilhada e despojada de suas possessões. Perdeu seus territórios coloniais e, na Europa, a Alsácia-Lorena e a Prússia Oriental. Os países vencedores limitaram o tamanho do Exército e da Marinha alemães, e o país foi obrigado a pagar pesadas indenizações de guerra que logo provocaram o colapso da economia e causaram desemprego em massa. A situação tornou-se catastrófica após a crise do capitalismo - A crise de 1929.
Assim, foi numa Alemanha envenenada pelo descontentamento que Adolf Hitler ergueu a voz pela primeira vez. Apelando para a convicção do povo alemão, brutalmente oprimidos pelos vencedores da guerra, logo conseguiu uma larga audiência. Falava de grandeza nacional (nacionalismo) e da superioridade racial nórdica (raça superior), denunciava judeus (segregacionismo) e comunistas como aqueles que haviam apunhalado a Alemanha pelas costas e levado o país à derrota. Hitler tentou um fracassado golpe denominado de "putsh" que resultou na sua prisão. Encarcerado elaborou o programa que continha a ideologia central do nazismo descrito na obra "Mein Kempf" (Minha Luta).  Através do programa intensivo de propaganda criou o Partido Nacional-Socialista (Partido Nazista) de ascensão meteórica já que 1932 tinha 230 lugares no Parlamento alemão e cerca de 13 milhões de adeptos.

Mas como explicar o crescimento exponencial de um partido "nanico"? 
Sabemos que Hitler era um grande orador, possuía uma retórica cativante diante das plateias e também sabemos que os comícios do Partido Nazista eram bem organizados, suntuosos e passavam a imagem aos alemães de uma grandiosidade contagiante. Contudo apenas estes ingredientes foram suficientes para explicar o crescimento vertiginoso do Nazismo?
Eis uma questão intrigante. Esse progresso do nazifascismo pode ser explicado pelo viés do pavor que assolava os capitalistas face ao avanço do socialismo soviético (o perigo vermelho) e o acirramento da luta entre classes nos países europeus. Nesta perspectiva, pela lógica do empresariado capitalista, era preferível viabilizar uma ditadura de extrema direita que combatia as idéias do socialismo (anti-comunismo) do que correr o risco de perder todo seu "capital" para os apoiadores da doutrina de Karl Marx. 
Portanto foi desta forma que um pintor medíocre, rejeitado pela Academia de Belas Artes, e cabo do exército germânico na Primeira Grande Guerra ganhou espaço e, bem acobertado por poderosos chegou ao posto de ditador pela via diplomática. Os grandes grupos empresariais alemães e bancos dos EUA financiaram ativamente o Partido Nazista a exemplo da Siemens, Thyssen, Basf, Bayer entre outros.
Após a morte do Presidente Hindenburg, em 1934, o poder de Hitler tornou-se absoluto na Alemanha. No verão deste mesmo ano, eliminou implacavelmente os rivais e, desprezando a regra de lei, estabeleceu um regime totalitário.
"Exigimos terras para alimentar o nosso povo e nelas instalar nossa população excedente". Este brado do programa do Partido Nacional Socialista (NAZI), começa a ser posto em prática. A preocupação primária de Hitler durante esse período foi com a necessidade alemã de Lebensraum, expressão alemã que significa espaço vital, um dos itens principais do programa do Partido Nazista. Para transpor a condição de nação de segunda categoria para principal potência mundial, era primordial espaço para expandir-se, e se precisava acomodar uma população em rápido crescimento exigindo prosperidade, necessitava de terras para cultivo e matérias-primas para energia e indústria. Foram com estas justificativas que Hitler e o nazismo cooptaram milhões de seguidores à sua causa esquizofrênica.

O engodo de Mussolini - a Fachada para o Fascismo
Na Itália o Fascismo também encontrou um ambiente favorável. Regime político de caráter autoritário do período entre-guerras (1919-1939). Originalmente é empregado para denominar o regime político implantado pelo italiano Benito Mussolini, o Ducce.. Suas principais características são o militarismo, o totalitarismo, que subordina os interesses do indivíduo ao Estado; o nacionalismo, que tem a nação como forma suprema de desenvolvimento; e o corporativismo, em que os sindicatos patronais e trabalhistas são os mediadores das relações entre o capital e o trabalho. Aproveitando-se da situação econômica caótica que sacudia a Itália reverberando no social e na politica, os fascistas iniciam a disseminação de seu programa de governo. A "Marcha sobre Roma", em 1922, foi uma demonstração de poder que os fascistas contabilizaram a seu favor, conseguindo a renúncia do primeiro ministro e, sem demonstrar resistência o rei Vitor Emanoel III convida Mussolini investido-o de poder absoluto para compor o novo governo. Esse evento representou a ascensão do fascismo e o fim da democracia liberal na Itália, servindo de inspiração para uma outra ideologia ditatorial de igual calibre, mas que o superava em termos de força: o Nazismo.  

As ditaduras eram comuns na época - A democracia havia falhado.
Na Espanha com Francisco Franco e em Portugal com Salazar configuram como outros exemplos da proliferação dos estados totalitários na Europa. Porem esta onda de desconfiança nas democracias liberais alastra-se através do Oceano Atlântico e vem aportar no Brasil. A ditadura de Vargas imposta pelo Estado Novo configura esta característica do cenário mundial em apontar para o apoio aos regimes ditatoriais, conforme abordamos no período denominado a Era Vargas.

PARA SABER MAIS
Hitler foi o único responsável pelos desdobramentos do Nazismo? 
O processo de fascistização foi comandado e assumido pela própria sociedade alemã?
Regimes de exceção, como o Nazismo, representam anseios da sociedade? 

Entenda as respostas às perguntas acima lendo o artigo A FIGURA ESVAZIADA DE HITLER

A Crise do Capitalismo – 1929


“Dificuldades financeiras nos Estados Unidos provocam venda do Banco Merrill para o Bank of América.” (Folha 15/9/2008)
“4º maior banco dos Estados Unidos, anuncia falência” (Jornal Folha de São Paulo em 15/9/2008).
“Notícias de falências provocam fortes perdas nas Bolsas de Valores no mundo” (Jornal Estado de São Paulo 15/9/2008).
“O governo dos EUA tenta amenizar a crise fornecendo financiamento aos bancos em dificuldades”. (Jornal A Tarde 14/9/2008).
"Devemos reconhecer que isso (a crise) é um evento que acontece uma vez a cada meio século" (Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Central dos Estados Unidos, em entrevista e rede de televisão ABC em setembro de 2008).







As manchetes e as charges acima extraídas de alguns jornais são atualíssimas e parecem ter alguma semelhança com o fato que aconteceu em 1929, conhecido como a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque. Em parte têm mesmo. As crises no sistema capitalista são eventuais e podemos graduá-las em leves, médias e fortes. O Modo de Produção Capitalista não é perfeito, aliás nenhum é, mas para começo de conversa o que vem a ser Modo de Produção? De forma bastante aligeirada podemos sintetizar este conceito como a forma na qual determinada sociedade organiza sua força produtiva e as suas relações de produção

O sistema capitalista tem as seguintes características e pressupostos: 
  • As relações de produção caracterizam-se pelo trabalho assalariado e pela propriedade privada dos meios de produção. 
  • Os dois grupos sociais principais são a burguesia e os trabalhadores assalariados. 
  • Os trabalhadores vendem sua força de trabalho para receber o "salário". O capitalista é aquele que detém os meios de produção (ou seja, ferramentas para produzir algo) e para tanto compra a força de trabalho do assalariado. 
  • O capitalismo, em essência, é movido pelo lucro. 

Em relação aos princípios da economia, postula-se:
  • Deve ser regulada pela "mão invisível do mercado", ou seja, a chamada lei da oferta e da procura
  • O governo não deve interferir na economia. Deixa que o mercado resolve. Será??? 

A maior potência econômica capitalista da atualidade, os Estados Unidos tornou-se a referência dos migrantes do planeta em busca de oportunidades de trabalho e melhoria do padrão de vida. Contudo nem tudo são flores, pois milhões que lá vivem não desfrutam de condições satisfatórias de vida. Segundo o Censo de 2003 cerca de 12,5 por cento da população viviam abaixo da linha da pobreza. 
A imagem dos Estados Unidos como terra das oportunidades se formou na década de 20 do século passado, disseminada pelo mundo através da propaganda e dos filmes de Hollywood. O “american way life” ou o estilo de vida dos Estados Unidos foi exportado como modelo ideal de sociedade a ser seguido pelos demais países. Entretanto nem sempre a realidade corresponde à imagem e o sonho pode ser tornar um pesadelo.
Para entender o processo da recessão econômica, conhecida como a Grande Depressão que abateu os EUA em 1929 e por tabela atingiu as demais economias do planeta é necessário retomarmos alguns pontos e associarmos as peças do quebra-cabeça.

As peças da crise de 1929. 


O termino da 1ª Guerra. As nações europeias saíram da 1ª Guerra Mundial com suas economias destruídas. Os Estados Unidos muito pelo contrário, conseguiram obter lucros fantásticos chegando a aumentar sua riqueza em 250 vezes. A economia foi alavancada pela exportação de armamentos, alimentos e produtos industrializados aos países em guerra. Ao termino do conflito, além dos créditos com o comércio, possuíam considerável valor em empréstimos aos governos das nações europeias.

Os anos 20. A expansão da riqueza dos Estados Unidos, o chamado PIB - Produto Interno Bruto. 
Ops!! Qual o conceito de PIB? Corresponde ao valor total dos bens (produtos e serviços) produzidos por um país em um determinado período. 
Feito o esclarecimento, voltemos ao ponto em que paramos. 
O PIB dos EUA obteve um crescimento acelerado e vertiginoso no pós guerra. A produção industrial alcançou elevados picos de vendas. O modelo de produção em linha de montagem trazia rapidez, eficiência e baixo custo aos produtos. As facilidade de acesso ao crédito motivou o cidadão à contrair empréstimos comprar imóveis e bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos, aparelhos de rádio, etc). A propaganda consumista estimulava um ritmo de compras frenético. O mercado estava aquecido, a expectativa de consumo crescente e a valorização das empresas tendem a sinalizar para investimentos em títulos (ações) na bolsa de valores. Muitos cidadãos vislumbraram a possibilidade de obterem lucros altos e imediatos investindo suas economia em ações.

O Efeito Dominó: A quebra da Bolsa de Nova York foi o resultado da sucessão de acontecimentos desastrosos. Passados alguns anos do final da Primeira Guerra mundial, as economias das nações europeias emitem sinais de recuperação, a partir da diminuição das importações de produtos agrícolas e industriais, principalmente dos EUA. Fato que levou a falência milhares de agricultores nos EUA. Apesar disto as grandes empresas mantiveram o ritmo de produção em alta, não considerando a diminuição da expectativa de pedidos de compra dos seus produtos. As vésperas dos anos 30 a situação agrava-se e os pedidos de compras dos produtos das empresas cessaram. Na chamada quinta-feira negra de Outubro de 1929 acontece o pior, a quebra ou “Crack” da Bolsa de Nova York.

Como foi este processo? 

Em linhas gerais podemos explicar a quebra da bolsa a partir do seguinte aspecto. Na situação de euforia que se encontrava a economia, era comum as empresas emitirem títulos negociáveis (ações) em bolsa de valores. Considerando a expectativa de lucro com a alta nas vendas dos produtos destas empresas, o mercado financeiro compra estes títulos (ações) acreditando obter lucros altos e rápidos. 
Porem, o mercado de ações é um terreno pantanoso e sem as devidas cautelas podem trazer perdas financeiras irreparáveis. Foi o que aconteceu quando o excesso de produtos (superprodução) sem a devida demanda (expectativa de compra) provocam o desequilíbrio na economia. A oferta em demasia acumulou grandes estoques que não encontravam compradores fazendo os produtos encalharem nas prateleiras. O “efeito dominó” se inicia, pois sem consumo não existe venda, conseqüentemente não gera receita (dinheiro). A possibilidade de lucro desaparece e o fantasma da falência torna-se real. O temor por maiores perdas financeiras leva os investidores a negociarem as ações das empresas vendendo-as na bolsa de valores. A venda contínua e sistêmica das ações de uma empresa provoca a diminuição do seu valor de mercado e indica a desconfiança dos investidores. Este ciclo perverso termina por respingar na oferta de empregos, pois com a diminuição nas vendas os postos de trabalho são reduzidos por precaução, significando desemprego. 
Enfim os efeitos da crise espalham por todos os setores da economia mundial e repercutem principalmente nos países capitalistas exportadores de produtos agrícolas, como o café do Brasil (Lembram quando estudamos a Revolução de 1930 - predecessora da Era Vargas? Pois é, os efeitos da crise ajudaram a derrubar  a república do café). 
A exceção ficou por conta da União Soviética cujo o modo de produção era o Sistema Socialista, que tinha a economia planificada e sem economia de mercado.  

A Crise Global.
Os países capitalistas foram assolados pela crise, o desemprego alarmante nos Estados Unidos com 15 milhões de desempregados e falências generalizadas no campo e nas cidades. 
Na Europa, especialmente a Alemanha é afetada por uma gravíssima situação econômica, cerca de 6 milhões de desempregados, inflação, fome e miséria. O governo vem em socorro a economia de mercado dos capitalistas (Ops!! contrariando um dos princípios do capitalismo: O livre mercado) financiando o sistema a fim de diminuir os efeitos da crise, criando frentes de trabalho na execução de obras públicas. 
A esta intervenção do governo na economia dos Estados Unidos para combater a recessão chamou-se de o “New Deal” ou Novo Acordo ocorreu no governo do presidente Franklin Roosevelt. 
Ops de novo!! Mas, segundo as assertivas dos economistas capitalistas que estão no começo deste assunto, não seria a lei da oferta e da procura que regularia as relações econômicas??  Segundo este princípio o governo não deve intervir na economia e deve deixar a mão invisível do mercado atuar livremente?? 
Pois é, na prática a teoria é outra. 
E não mudou muita coisa não daquele tempo para cá. O Tesouro dos EUA (o ministério da Fazenda deles) em fevereiro de 2009 desembolsou US$ 2 Trilhões (dinheiro do contribuinte) para socorrer bancos e empresas. 
Acredito que agora entendem a afirmação de que nenhum modo de produção é perfeito.  

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (Resumo)


PARA IMPRIMIR ESTE RESUMO CLIQUE AQUI


O CENÁRIO NA EUROPA ANTES DA GUERRA.
Podemos considerar que as principais causas da Primeira Guerra “Mundial” de 1914 a 1918 são de ordem econômicaOs impérios Europeus acirravam os ânimos entre si devido a busca de regiões ricas em matérias primas para suas indústrias e de mercados consumidores para os seus produtos industrializados. O choque de interesses entre as potências imperialistas se agravaram com a entrada da Alemanha (unificada em 1871) e da Itália na corrida imperialista. Alemães e italianos estavam insatisfeitos com a repartição do mundo colonial queriam uma redivisão dos territórios, embora o problema da perda terreno na disputa por colônias tenha sido causado pela unificação tardia destes dois países.
Indiscutivelmente a Primeira Guerra do século XX foi motivada por fator de ordem econômica, no entanto, não foi o único. As raízes do conflito encontram-se nas rivalidades históricas reavivadas por disputas no século XIX, na Europa verificava-se uma situação de conflito de interesses que colocava frente a frente uma série de países.

Vejamos alguns desses atritos:

· Inglaterra X Alemanha: As duas maiores potências industriais da Europa disputavam os mercados mundiais com extrema tenacidade. A Inglaterra tinha a vantagem de possuir mais colônias na África e na Ásia;

· França X Alemanha: Ao unificar-se a Alemanha, anexou as províncias francesas de Alsácia e Lorena, ricas em ferro e carvão – base para a indústria. Isso estimulou um sentimento revanchista e anti-germânico nos franceses.

· França X Itália: Esses dois países disputavam a posse da Tunísia, na África.

· Rússia X Império Austro-Húngaro: A Rússia era o maior dos países eslavos, e além de posicionar-se a favor da Sérvia na questão dos Bálcãs, ambicionava formar uma grande nação eslava sob seu comando.


A PREPARAÇÃO PARA A GUERRA

Anteriormente abordamos alguns dos motivos gerais (de ordem econômica e as rivalidades históricas) que contribuíram para a Primeira Grande Guerra do século XX, agora verificaremos os muitos atritos que envolviam as potências europeias.
A insegurança provocada pelo clima hostil entre as potências, provocou uma verdadeira corrida armamentista preventiva, que ficou conhecida com a hipócrita denominação de Paz Armada. Isso quer dizer que os países procuravam incrementar seu poderio bélico (armamentista), imaginando escapar das investidas de nações inimigas. O antagonismo (interesses opostos) entre as nações provocou a formação de blocos de países preparados para um possível enfrentamento armado. Os blocos militares  ou alianças militares, formados a partir de então foram os seguintes:

A) TRÍPLICE ALIANÇA: A Alemanha e o Império Austro-Húngaro assinaram, em 1879, um acordo de ajuda militar mútua. Posteriormente a Itália, em represália pela invasão francesa à Tunísia, aderiu à Tríplice Aliança em 1882. Entretanto, posição italiana nessa aliança foi dúbia desde o princípio. De forma que, secretamente os italianos assinaram um acordo com o bloco rival em caso de guerra, recebendo como recompensa colônias na África.

B) TRÍPLICE ENTENTE: Inicialmente existia um acordo entre França e Inglaterra (Entente Cordiale), no qual a primeira reconhecia as pretensões colonialistas da segunda e esta se comprometia a ajudar a França, no caso de uma agressão alemã. Em 1907 a Rússia adere ao bloco. Formava-se assim a Tríplice Entente.

Importante ressaltar que para os dois blocos militares organizados prevaleceu a máxima: "o inimigo do meu inimigo é meu amigo", ou seja, os países buscaram aliar-se com nações que possuíssem atritos com seus rivais.

Outro  importante atrito, a chamada Questão Balcânica, gerou o evento que desencadeou a Primeira Guerra, e merece um detalhamento maior. Desde a decadência do Império Turco Otomano, a região dos Bálcãs (tome como referência de local as imediações da Grécia) estava em crise. Resumindo, o quadro de crise política na região assim se apresentava:
- A Sérvia apoiava os movimentos nacionalistas eslavos na luta contra as pretensões da Áustria em anexar a região.
- A Áustria contrariava o plano de formação de um grande país eslavo sob a liderança da Sérvia; - O Império Russo pretendia ampliar sua influência na região e obter uma saída para o Mar Mediterrâneo;
- A Turquia, como ex-potência da região, se aproximou da Alemanha e da Áustria para impedir o avanço russo.

OPS lembrem-se!! Observem que as razões da Guerra Civil Iugoslava (entre 1991 a 2001) estão relacionadas com as divergências históricas entre sérvios, croatas e bósnios, e são anteriores a Primeira Guerra Mundial. Após a fragmentação da Iugoslávia em 1991 as divergências retornaram com foco na limpeza étnica em áreas de população sérvia. O ideal de criação da Grande Sérvia ainda é a percepção e principal meta para os sérvios. Em resumo a região ainda continua um barril de pólvora no século XXI.


Assim, percebe-se que a região balcânica era um verdadeiro barril de pólvora no começo do século XX. Como dizia na época: o inicio da guerra estava por uma centelha. Só faltava um pretexto para se atear fogo ao estopim nesse barril de pólvora. A fagulha ocorreu com o assassinato do herdeiro do trono austríaco, o Arquiduque Francisco Ferdinando.
Acaso do destino ou imprudência? Fico com a segunda opção. Resolveu o arquiduque visitar, no dia 28 de junho de 1914, Sarajevo, a capital da Bósnia. Esta atitude insensata do Francisco Ferdinando é comparável a hipotética visita do presidente Obama ao Iraque nos dias atuais desfilando em carro aberto. Imaginaram qual seria o resultado??
Os assassinos do arquiduque eram ligados ao movimento nacionalista sérvio, e, por isso, Áustria declarou guerra à Sérvia no dia 28 de julho do mesmo ano. A Rússia manifestou solidariedade à Sérvia, e a Alemanha declarou guerra à Rússia, no dia 1º de agosto de 1914. É a aplicação da máxima: "o inimigo do meu inimigo é meu amigo", lembram!!! Este horizonte de eventos desencadeou o conflito entre os países membros das duas alianças militares, arrastando o mundo para uma das mais sangrentas guerras do século XX.

Os primeiros movimentos da Guerra.

Em 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França, e no dia seguinte, invadiu a Bélgica. Na frente oeste, nos primeiros meses da guerra, a iniciativa coube aos alemães, que tomaram grandes extensões dos territórios belga e francês.
Na frente leste, o exército russo parecia vitorioso, conquistando parte da Prússia Oriental (atual território da Polônia, na época pertencente a Alemanha).

As Fases da Guerra.

Podemos caracterizar a fase inicial da guerra pela ocorrência de um frenético avanço de tropas conquistando territórios e pelo elevado número de mortos. Estas características fazem parte da primeira fase da guerra denominada de Guerra de Movimento. Contudo, o expressivo número de mortos nesta fase foi a motivo para a adoção de uma estratégia mais defensiva que procurava não expor os exércitos em campo aberto visando preserva-los das modernas armas de guerra e assim inicia-se uma nova fase.


A metralhadora e o tanque  foram algumas das inovações da Primeira Guerra Mundial. A metralhadora foi a arma letal e responsável pelo grande número de mortos na primeira etapa da guerra. A utilização dos gás mostarda e  o gás de cloro foram exemplos de armas químicas empregadas durante o conflito


A segunda fase seria a Guerra de Trincheiras ou Guerra de Posições. Sem condições de manter o ritmo inicial, os exércitos alemães recuaram na frente oeste e retomaram os territórios na frente leste. Depois disso, tanto as forças da Entente como as da Tríplice Aliança mantiveram as posições e sem condições de romper as linhas das forças inimigas. Esta situação perdurou até praticamente o fim da guerra.
A imagem ao lado mostra um instantâneo da guerra, soldados caminhando pelas trincheiras (utilizando máscara de gás). O grande número de baixas na primeira fase motivou uma mudança de estratégia dos exércitos ao adotar uma postura mais defensiva através das trincheiras. Milhares de quilômetros de trincheiras foram escavados por todo cenário das batalhas na Europa.





Em maio de 1915, a Itália declarou guerra à Alemanha e à Áustria, teoricamente seus aliados. Esta atitude da Itália foi oportunista, esperava lutando ao lado da França e da Inglaterra, obter territórios nas províncias rebeldes e na África.
O esforço de guerra começou a ser sentido pelas populações dos países em guerra. A falta de alimentos, de matérias-primas e as condições de trabalho provocaram greves, motins e levantes operários, principalmente na Alemanha.
Na frente de batalha, o quadro se modificou profundamente depois de abril de 1917. Submarinos alemães afundaram navios norte-americanos, provocando a entrada dos Estados Unidos na guerra.
Os Estados Unidos já forneciam armas, munições e alimentos aos aliados. Agora, o peso econômico-industrial “ianque” faria mudar o rumo do conflito, pois os alemães não tinham condições de materiais de continuar lutando por muito tempo. Entretanto, convém lembrar que a entrada dos EUA na guerra também se explica pelo fato de que se houvesse vitória da Alemanha, todo investimento estadunidense aplicado nos países da Entente durante os três primeiros anos da guerra estariam perdidos. A Revolução Russa corroborou para os Estados Unidos optarem em entrar no conflito. Em 1917 (outubro/novembro), a Rússia saiu da guerra, depois que os bolcheviques (Revolução Russa) tomaram o poder. Este acontecimento deu condições para que a Alemanha prolongasse sua permanência na guerra por mais de um ano. Em 1918, os aliados dos alemães abandonam a guerra deixando-os sozinhos. Na Alemanha, revoltas populares, levantes de soldados e marinheiros paralisavam a máquina de guerra. Exaustos no dia 9 de novembro de 1918, o imperador Guilherme II foi derrubado e substituído por um governo provisório (social-democrata), o qual assinou o armistício (suspensão do conflito) com os aliados. A guerra havia acabado. Em janeiro de 1919, começou a Conferência de Paz de Versalhes, que se encerraria em 28 de junho.

Os Termos da Rendição: Em janeiro, o presidente dos EUA, Wilson propôs os seus famosos “14 pontos” para uma paz mais justa. Contudo a intolerância e insistência da França e da Inglaterra em exigirem reparações, invalidaram a iniciativa do presidente dos EUA.

Numa conferência foi assinado o Tratado de Versalhes, que determinou o seguinte:
· Criação da Liga das Nações, para mediar diplomaticamente os conflitos internacionais. A Liga foi o embrião da ONU, porém, já surgiu com seus poderes pouco efetivos. Isso porque a Alemanha, responsabilizada pela guerra, a Rússia, abalada pela Revolução socialista e os EUA, discordantes do Tratado de Versalhes, ficaram de fora desse organismo;
· Estabelecimento de novas fronteiras. A Alemanha devolveu a Alsácia-Lorena para a França e cedeu territórios para a criação da Polônia como país independente. O território alemão ficou ainda dividido em duas porções pelo corredor polonês, para dar acesso ao mar à Polônia;
· A Alemanha perdia suas colônias e ficava obrigada a desmilitarizar e limitar o efetivo do seu exército a 100 mil homens e a desmantelar as fortificações fronteiriças;
· A Alemanha e seus aliados foram considerados responsáveis pela guerra e condenados a pagar pesadíssimas indenizações. As indenizações exigiram a entrega dos navios acima de mil toneladas e de diversos recursos naturais alemães à exploração dos países vencedores.

Evidentemente, essas imposições eram demasiado pesadas para que a Alemanha pudesse cumpri-las na sua integralidade. O presidente dos EUA, Woodron Wilson, insistentemente alertava aos líderes da Inglaterra e da França que uma rendição honrosa e viável para a Alemanha seria a garantia de uma paz duradoura, mas os teimosos líderes ingleses e franceses não acataram as recomendações de Wilson, que insistia na aprovação dos 14 pontos da sua proposta de tratado de rendição, sarcasticamente comentado por Clemanceau, representante da França: "Ora até Deus precisou de apenas 10 mandamentos, qual motivo de agora precisarmos de 14 artigos".  Assim, os anos 20 foram tremendamente difíceis para a Alemanha, devido as imposições do Tratado de Versalhes, gerando um sentimento de frustração e revanche no povo alemão. Nos termos do Tratado de Versalhes encontramos entre outras as origens da 2ª Guerra Mundial.

Após as decisões do Tratado de Versalhes os EUA adotam uma política internacional isolacionista "dando as costas" aos países da Europa.

O Império Austro-húngaro também foi penalizado no Tratado de Saint-Germain, que lhe tirou a saída para o mar e reduziu drasticamente seu território.

CONECTANDO COM A ATUALIDADE:
O Esfacelamento do Império Otomano e a crise entre palestinos e o Estado de Israel. 

Quando o Império Turco Otomano foi desmembrado, após a Primeira Grande Guerra, surgem novos países e diferentes povos. Um detalhe que normalmente passa desapercebido é que a desintegração do Império Otomano vai ser a semente das futuras desavenças entre palestinos e israelenses, bastante acentuadas após a Segunda Guerra Mundial. Síria, Monte Líbano, Palestina, Meca e Medina eram parte do Império Otomano, de população majoritariamente árabe e que professavam as seguinte religiões: o islamismo, o cristianismo e o judaísmo. 
O controle destes territórios, então herdados do Império Otomano, coube à Inglaterra e a França que visavam resguardar seus interesses colonialistas e portanto ignoram sistematicamente as reivindicações árabes para formar países independentes. A Liga das Nações (um arremedo do que seria a ONU), em 1922, resolve dividir a região em mandatos (territórios) que seriam administrados por França e Inglaterra por períodos determinados.
Neste mesmo ano a Carta da Liga das Nações continha uma determinação que entre os objetivos do mandato inglês na Palestina estaria a criação de um território judeu e com a condição de não ferir os interesses da população não judaica que habitava a região. Ao passo que os países vizinhos conquistavam sua independência a Palestina mantinha-se sob o controle britânico. Paralelamente o movimento Sionista começa a organizar a migração em massa de judeus para a Palestina deslocando a força a população árabe existente a fim de estabelecer os assentamentos judaicos. Assim, iniciam os primeiros choques violentos entres árabes e judeus provenientes da Europa Oriental. Importante ressaltar que o conflito dos anos 20 não foram de natureza religiosa, mas política. Importante ressaltar que nos dogmas do judaísmo e do islamismo NÃO HÁ (grifo meu) incitação à guerra santa, como alguns desavisados ou mal intencionados formadores de opinião costumam, em suas publicações, apontarem para a religião como causa do conflito. O problema está nas interpretações religiosas equivocadas de radicais sionistas e islâmicos, que infelizmente de certa forma prevalecem no inconsciente coletivo, mascaradas pelo viés político.  A partir de 1936 eclodiram várias revoltas dos palestinos, duramente reprimidas pelos ingleses, contabilizaram aos milhares entre mortos e feridos e outros milhares de presos. O partido nacional palestino exigia já desde àquela época a formação de um governo palestino autônomo. Contudo sem conseguir manter a ordem na Palestina e incapaz de conseguir um Estado aos judeus, sem ferir os direitos e causar revoltas dos palestinos, a Inglaterra entrega o mandato (território) a ONU. Esta era a constatação de que a política internacional inglesa havia fracassado. A partir de então os problemas se avolumaram chegando a seu ponto nevrálgico com a Guerra dos 6 Dias em 1967, conflito que arrefeceu as possibilidades de estabilidade na região. De lá para cá israelenses e palestinos teceram uma relação conflituosa com avanços e retrocessos, como o que está acontecendo em 2014 com o bombardeio israelense na Faixa de Gaza e aos lançamentos de foguetes pelo Hamas em Israel.   

As mudanças geopolíticas.
   
No novo mapa europeu criado, a partir desses tratados, surgem novos países como Hungria, Polônia, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Finlândia. Fora da Europa, surgem regiões do espólio do Império Turco-Otomano que originaram os atuais países do Oriente Médio, tais como Jordânia, Síria, Líbano, Iraque.
No âmbito das relações econômicas e sociais, a I Guerra Mundial deu aos EUA a condição de maior potência econômica mundial. Os EUA entraram na guerra como devedores e saíram como credores. A Primeira Guerra Mundial trouxe também um nefasto saldo de algo em torno de 14 milhões de mortes. Pior do que isso, essa guerra, que antes de começar dizia-se que acabaria com todas as outras guerras, apenas acirrou ainda mais os ânimos dos países europeus, uma lamentável realidade que encaminharia a II Guerra Mundial, com danos ainda maiores.
Para saber mais clique no link: 


O MAPA EUROPA ANTES DA 1ª GRANDE GUERRA



MAPA DA EUROPA APÓS A GUERRA DE 1914 A 1918.

sábado, 3 de maio de 2025

RENASCIMENTO

 



Um recorte da obra de Michelangelo: A criação do Homem, no teto da Capela Sixtina (Vaticano).

Renascimento

O Renascimento foi o movimento intelectual e artístico que ocorreu entre o século 14 e 16 na Europa. Apresentou uma nova visão de mundo da sociedade que se formava após o surto de desenvolvimento comercial e urbano iniciado no fim da Idade Média. Se na estática estrutura social dos feudos valia a força da coletividade e uma conformada submissão aos desígnios de Deus. Na dinâmico das cidades modernas se valorizava o indivíduo e o seu imenso potencial de alto aperfeiçoamento e criação.


Características

O elemento central do movimento renascentista foi o humanismo corrente filosófica que se baseava no Antropocentrismo considerar o ser humano Como o centro do universo para os humanistas, o homem é dotado de uma capacidade quase divina de criar e, ao exercê-la se aproxima de Deus.

Ao rejeitarem com tenacidade os ideais medievais do Teocentrismo, segundo os quais Deus era o centro de tudo e a fé se sobrepunha a razão e ao se inspirar em pensadores da antiguidade clássica, os humanistas julgavam está promovendo um renascimento da cultura daí o nome pela qual batizaram o período em que viveram: Renascimento.
Outras características fundamentais do renascimento foram o naturalismo, ou seja, a busca por uma representação da natureza fiel a realidade. O racionalismo a valorização da razão. O individualismo que defende o prazer do sujeito como um único bem possível e valoriza o potencial criativo e intelectual.


Difusão do Renascimento

Seguido pelas rotas comerciais o Renascimento chegou a várias partes da Europa. Os Países Baixos (Holanda) destacaram-se na pintura e na filosofia humanista com Erasmo de Rotterdam. Na Inglaterra surgiu outro expoente do humanismo Thomas Morus, autor de Utopia e de um dos maiores dramaturgos de todos os tempos William Shakespeare. A Península Ibérica não incorporou completamente os valores renascentistas, mas também produziu célebres escritores do período como português Luís de Camões autor de Os Lusíadas e o espanhol Miguel de Cervantes cuja obra Don Quixote de La Mancha se tornou um clássico da literatura hispânica.


O berço do Renascimento.

Intrinsecamente ligado ao desenvolvimento comercial e urbano, o Renascimento surgiu e atingiu o ápice na região da Europa onde essas transformações ocorreram antes e de maneira mais intensa os italianas. Foi lá que apareceram os primeiros burgueses endinheirados dispostos a patrocinar artistas e cientistas eram chamados de mecenas. Os Médici, de Florença,  de fato o renascimento foi um movimento essencialmente elitista, pois só existia para a alta burguesia e para a nobreza. A Renascença italiana costuma ser dividida em três fases o Trecento (Trezentos) século 14, o Quatrocento século 15 e o Cinquecento século XVI.
O Trezentos foi o período em que se começou a romper com os modelos artísticos da Idade Média na pintura destacou-se imagens sacras com forte traço naturalista. Assim como na literatura que em vez do latim identificado como a cultura eclesiástica medieval passou a utilizar o dialeto local e assim originou o atual idioma italiano.
O chamado quatrocentos caracterizou-se por intensa produção artística e extrema evolução intelectual. Foi quando graças ao financiamento dos mecenas, os artistas começaram a deixar de ser encarados como simples artesãos para se tornar profissionais Independentes como foi o caso de Leonardo Da Vinci e Sandro Botticelli.
No chamado quinhetos, no século XVI, Roma substituiu Florença como principal centro de Arte da Itália e a Igreja Católica tornou-se a grande Mecenas do período. Os maiores artistas plásticos do período produziram importantes obras para a igreja. Da literatura sistematizou-se o uso da língua italiana através de autores como Maquiavel, como  o mais importante pensador político do período e autor da obra conhecida como O Príncipe, ensaio sobre a arte do bem governar que defende a falta de escrúpulos, o uso da força e a diminuição da atuação política da igreja. 
Foi também neste período que viveram os grandes cientistas do renascimento, o polonês Nicolau Copérnico, o alemão Kepler, os italianos Giordano Bruno e Galileu Galilei, todos astrônomos defensores da revolucionária teoria heliocêntrica, ou seja, o sol como o centro do sistema solar, afirmação que rompeu com a suposta verdade da Igreja católica que afirmava ser a Terra o centro do sistema solar. Esses pensadores foram os primeiros a utilizar o método científico, uma série rigorosa de testes que pretende garantir a veracidade da teoria. Era dividido em três partes: Observar, experimentar e concluir.
No entanto Galileu e Jordano Bruno foram condenados pela igreja católica de heresia por suas constatações científicas da Teoria Heliocêntrica. Em 1609, utilizando o telescópio que ele mesmo desenvolvera Galileu Galilei observou montanhas e crateras na lua estudou constelações e constatou a existência dos satélites em Júpiter entre outras descobertas. Suas observações reforçaram a ideia de que a Terra não ficava no centro do sistema solar teoria que contrariava a Igreja. Assim, julgado e condenado à prisão pela inquisição Galileu foi obrigado a renegar sua tese. Finalmente depois de 341 anos veio o perdão a Galileu. Em 1992 a Igreja católica reconheceu o erro do processo de heresia e o absolveu postumamente.



segunda-feira, 21 de abril de 2025

O ILUMINISMO

 

O Iluminismo, pela razão, liberdade e progresso.



A fim de obter mais poder econômico e político a burguesia europeia do século XVIII apresentou ao ocidente uma nova forma de pensar. Os movimentos de contestação ao Absolutismo (Antigo Regime) como a Independência dos EUA, a Revolução Francesa e a Independência dos domínios europeus nas Américas espanhola e portuguesa foram precedidos de ideias modernizantes. O Iluminismo formatou os pensamentos revolucionários no século XVIII. Portanto,  são as ideias sementes das quais brotam as revoluções.

Podemos definir o Iluminismo como a corrente de pensamento dominante na Europa do século XVIII. Defendeu o predomínio da razão sobre a fé e estabeleceu o progresso como destino da humanidade representando a visão de mundo burguesia. Seus pensadores negavam as doutrinas absolutistas e mercantilistas e em seu lugar apoiavam valores liberais tanto na economia quanto na política.

ORIGENS.

A denominação de Iluminismo se refere ao movimento que procura trazer a luz da razão e iluminar as trevas da ignorância. Os primeiros teóricos do Iluminismo introduziram as bases do movimento ainda no século XVIII dados pelas transformações que vinham ocorrendo na Europa desde o início da Idade Média como o Renascimento, a Reforma Protestante, a Expansão Marítima e Comercial e a ascensão da nova classe: a burguesia. Assim,  o Iluminismo está entrelaçado com esses eventos históricos.
Entre as características do Iluminismo está o racionalismo, o liberalismo,  combater o Absolutismo dos reis e o poder da Igreja Católica (anticlericalismo).

O ILUMINISMO NA POLÍTICA.

O racionalismo foi fundamentado como método científico pelo filósofo e matemático francês René Descartes, que, em 1637, estabeleceu o uso da razão como o único caminho para o conhecimento. Descartes partia de verdades básicas, conhecidas como axiomas, para então atingir conhecimento mais amplos. Seu primeiro axioma ficou famoso: "Penso, logo existo".
No campo das ciências exatas, o físico inglês Isaac Newton também revolucionou o pensamento científico da época ao afirmar que o universo não precisava de intervenção divina para se manter, pois seria regido por leis próprias que podem ser conhecidas pelo homem por meio da ciência.
Os princípios da política Iluminista - conhecido por liberalismo - foram formulados pelo filósofo inglês John Locke, que defendia uma relação contratual entre o monarca e seus súditos conhecida como o Contrato Social. Para Locke, o homem possuía direitos como liberdade e propriedade privada, e cabia ao Estado proteger esses direitos o que limitava o seu poder.
Os importantes avanços econômicos culturais e científicos levaram a crença de que o destino da humanidade era o progresso. O auge dessa efervescência se deu no século XVIII conhecido como o "século das luzes". Para além do racionalismo e do liberalismo outro princípio tipicamente Iluminista é o combate aos poderes da Igreja Católica conhecido como anticlericalismo - posição política contrária ao poder da igreja. Os nomes mais significativos do Iluminismo francês foram os filósofos Voltaire, Montesquieu e Rousseau.  O primeiro ligado a alta burguesia era um crítico fervoroso do absolutismo da nobreza e principalmente da igreja crítica. Voltaire foi um dos inspiradores do despotismo esclarecido.
Montesquieu foi idealizador da teoria dos Três Poderes, ainda hoje bem difundida no mundo contemporâneo. Defendeu a independência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de modo a limitar a força do rei absolutista. Cada um dos três poderes harmonizando as esferas do Estado e garantindo a liberdade civis. Era partidário da Monarquia Constitucional.
Rousseau era identificado com a baixa burguesia e com os trabalhadores miseráveis. Ele posicionou-se a favor do Estado democrático voltado à vontade geral. Republicano esperava que o poder político deveria ser do próprio povo. É dele a noção do bom selvagem segundo a qual o homem nasce bom, mas depois é pervertido pela sociedade. Foi o maior ideólogo da Revolução Francesa .

O ILUMINISMO NA ECONOMIA.
Os iluministas também condenavam o sistema econômico do antigo regime absolutista o mercantilismo.
O francês discípulo de Quesnay defendeu o fim da regulamentação limitadora das atividades econômicas e cunhou a expressão que depois se tornou o símbolo do liberalismo econômico: "Laissez faire, laissez passer" (deixe fazer, deixe acontecer).  O mais badalado ideólogo Iluminista na economia  foi pensador escocês Adam Smith, que produziu a obra a Riqueza das Nações em 1776.  Aprofundou ainda mais esses ideais ao afirmar que a economia funcionava por si mesma como se "uma mão invisível" a dirigisse, ou seja, o mercado que se autorregula através da Lei da Oferta e Procura. Condenava o mercantilismo, afirmava ser o trabalho a única fonte de riqueza, pregava a livre concorrência e a não intervenção do Estado na economia fundamentado, assim, o liberalismo econômico que hoje foi adaptado ao contexto da nossa época como neoliberalismo.

DESPOTISMO ESCLARECIDO.

O Iluminismo aterrorizava os soberanos absolutistas. Entretanto alguns perceberam que para se manter no poder era preciso adotar reformas de cunho Iluminista. Essa tentativa de modernização ficou conhecida como despotismo esclarecido e tinha por objetivo aliviar as tensões entre a nobreza e a burguesia garantindo, assim  a sobrevida da monarquia absolutista europeia. Medidas adotadas por esses soberanos foram a limitação do Poder da Igreja Católica e a redução dos privilégios da aristocracia e do clero. Apesar das mudanças a participação política da burguesia e do povo continuaria limitada O que levaria a revoltas - sendo a principal a Revolução Francesa em 1789.