Texto de João Paulo Mesquita Hidalgo Ferreira e Luiz Estevam de Oliveira Fernandes.
Experimente fazer uma breve pesquisa com pessoas com mais de 60 anos perguntando a elas sobre Getúlio Vargas. Muito provavelmente grande parte dos entrevistados irá responder que Getúlio foi o melhor presidente do Brasil, símbolo de defesa dos mais humildes e do nacionalismo brasileiro ou algo neste sentido. E você, então, pode parar para se questionar: como um presidente que chegou ao poder por de um golpe de Estado, que comandou o país durante um bom tempo através de uma ditadura, que se aproximou tanto do nazismo quanto do fascismo, que fez um sem-número de pessoas como prisioneiros políticos, torturando-os e até mesmo matando-os, pode ser tão considerado assim? A resposta mais contundente para isso é que Vargas é um mito na história do Brasil. E, como todos os mitos que são formados, a opinião pública esquece os problemas e vangloria os feitos.
Cartões-postais criados pelo DIP exaltando os feitos do governo Vargas
Cartilhas de alfabetização, escritas pelo próprio Getúlio, eram obrigatórias na educação das crianças. Livros infantis que contavam a trajetória pessoal de Getúlio, mostrando-o como um homem de sentimentos nobres, defensor dos pobres e dos humildes, que estava acima de tudo e de todos, ajudavam na criação da imagem popular sobre Vargas. Epicamente, estes livros relacionavam Vargas à defesa do próprio país, enfatizando que mesmo sua ditadura era benéfica para o povo e que seus opositores eram, na verdade, inimigos do Brasil. Nas repartições públicas, muitas vezes a foto do presidente se
sobrepunha à própria bandeira da nação.
Detalhe da capa da cartilha de alfabetização com a imagem de Vargas
Obviamente, o engajamento da propaganda oficial acabaria refletindo na cultura popular. Cuíca de Santo Amaro, poeta da literatura de cordel, tinha como título de uma de suas poesias “Deus no céu e Getúlio na terra” Nessa época, por exemplo, inúmeras canções foram escritas exaltando a figura de Vargas. Uma das marchinhas da época, enaltecendo o presidente, afirmava “ele tinha nas suas iniciais o G que representa a glória e o V que significa vitória...”
Sua conhecida carta-testamento serviria ainda mais para enfatizar no imaginário popular a imagem de Getúlio Vargas como um pai protetor, como um símbolo da defesa dos trabalhadores e da luta contra o domínio estrangeiro no país.
Esse texto me ajudou bastante,muito obrigada
ResponderExcluirmuito bom de verdade o texto!
ResponderExcluirParabéns pelo texto muito bom :)
ResponderExcluirMuito bem explicativo , meus parabéns para o autor , me auxiliou bastante :*
ResponderExcluirMtmt obrigada! Me ajudou pra minha apresentação pra minha turma no Canadá!
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