Reflita um pouco!!A partir de 2008 assistimos uma onda de revoltas populares no Mundo Islâmico.
Dois países, a Tunísia e o Egito, ambos localizados no norte da África e de população predominantemente muçulmana, foram palco de manifestações populares que provocaram mudanças no poder político. Diante da pressão popular sobre aos ditadores que estavam no poder a várias décadas não restou outra opção senão renunciar. Alguns especialistas já admitem o "efeito dominó" em andamento na região, mas quais são os ingredientes que "fritaram" o poder de duas tradicionais lideranças políticas?
Entre os indicadores da convulsão que se alastra pelo Mundo Islâmico podemos apontar fatores como altos índices de desemprego, governos repressores sem representatividade social e uma população jovem de nível universitário, com acesso a internet, sem perspectivas e insatisfeitos com a dura realidade que são obrigados a viver. Segundo o especialista em política internacional, Reginaldo Nasser, a participação da juventude deve-se a "uma nova geração de jovens que, embora tenha formação intelectual, não encontra oportunidades no mercado de trabalho. Como resultado, ela se organiza usando a internet, as redes sociais, etc.".
Nestas condições está pronta a receita para a disseminação da tempestade de protestos populares que provocam um clima de temor nos demais países da região que possuem condições parecidas com as do Egito e Tunísia, a ponto dos governantes da Arábia Saudita, Irã, Jordânia, Líbia, Bahrein, Argélia e Iêmen comandados por ditaduras há décadas tomarem medidas preventivas para enfrentar a crise, colocando as forças de repressão em estado de alerta a fim de que seus países não serem "contaminados" pela onda de protestos e tornarem-se a bola da vez, contudo parece inevitável a continuação de manifestações contra os governos no poder. Ainda é cedo para afirmar, mas podemos estar presenciando uma versão da Era das Revoluções no mundo islâmico.
Ao que parece a "primavera árabe" está expandindo horizonte.
A introdução acima é um aperitivo para iniciarmos o assunto propriamente dito: As revoluções na Idade Moderna. Estes eventos com variadas matizes sejam de predominância econômica, social ou política influenciaram profundamente a História. Para começo de conversa vamos entender o conceito de Revolução.
Afinal o que é uma Revolução?
De maneira simplista podemos defini-la de duas formas. O significado do termo Revolução (do latim revolutio, "uma volta") é uma transformação radical que têm lugar num período relativamente curto de tempo.
No conceito da História acrescenta-se ao significado de Revolução os fatos históricos com quebras ou rupturas radicais seja no campo social, no poder ou nas estruturas organizacionais. Quando se muda a base, a estrutura que esta acima sofre as consequências do desdobramento das ações ou pensamentos oriundos da mudança ocorridas na base.
Convulsões e revoluções sempre fizeram parte do processo civilizatório da humanidade, alguns episódios podem ser classificados pelo tamanho de sua repercussão na História. Eventos denominados de marcas ou divisores de águas. Entre estes momentos estão os ocorridos no século XVIII, em virtude dos quais o historiador Eric Hobsbawm, denominou este período de a Era das Revoluções.
Comumente as pessoas acham que cidadania significa ter o direito de exercer o voto na época das eleições. Entretanto, o conceito de cidadania não se restringe a somente a isso. É algo mais amplo. Os direitos do cidadão não surgem ao acaso, estes são resultado das lutas de indivíduos que desejavam um mundo mais justo, sem opressão e com maiores oportunidades aos despossuídos de privilégios. Alguns direitos que hoje desfrutamos foram e continuam sendo objeto de disputas de interesses entre governo, forças políticas, classes sociais dominantes e movimentos populares. Atualmente o direito das pessoas professarem livremente seus ideais tornou-se possível em virtude da luta e até da morte de muitos no passado que não se intimidaram diante das injustiças, elevaram o tom da voz por igualdade e sonharam por um tempo em que todos seremos iguais.
A Revolução Industrial (do sec. XVIII ao XX). (Resumo)Os recursos tecnológicos hoje disponíveis nos computadores, telefones celulares, tablets, etc., são resultados de milhares de anos de experimentos da inventividade humana. Desde a invenção das primitivas ferramentas da Era Neolítica ao fantástico advento da tecnologia de transmissão sem fio (wi-fi) a humanidade vem acumulando conhecimentos e a medida que o tempo passa tornam-se cada vez mais complexos e sofisticados. Contudo há períodos na História em que estes conhecimentos aceleram o ritmo com mudanças rápidas e abrangentes em diversas áreas da atividade humana. Um destes períodos iniciou-se na Inglaterra, por volta de 1750 e recebeu a denominação de Revolução Industrial.
Qual a relação entre o Farol de Itapuã, o Elevador Lacerda e Torre Eiffel com a Revolução Industrial?
Esses cartões postais de Salvador e de Paris foram construídos no século XIX, na segunda fase da Revolução Industrial. Vejamos: O Farol de Itapuã é de 1873 foi fabricado no Reino Unido (Escócia) em ferro fundido e montado em Salvador. O Elevador Lacerda outro símbolo dos soteropolitanos é de 1874 originalmente chamado de Elevador Hidraúlico da Conceição, foi o primeiro e mais alto elevador do mundo utilizado como transporte público (e ainda hoje funciona como tal). O maquinário foi importado da Inglaterra. A Torre Eiffel de Paris, foi projetada para ser obra temporária construída para a Exposição Universal de 1887 em comemoração ao centenário da Revolução Francesa, mas acabou tornando o símbolo de Paris. Entre os desdobramentos da Revolução Industrial, no século XIX, está a siderurgia ao produzia o ferro e o aço, materiais fundamentais na arquitetura e construção dos cartões postais das duas cidades acima. Estes são exemplos do reflexo da Revolução Industrial no cotidiano das pessoas, das cidades, dos países e do mundo.
Qual a importância em compreendermos a Revolução Industrial?Se pretendemos entender os mecanismos de funcionamento do sistema capitalista na atualidade é fundamental que conheçamos o advento da Revolução Industrial. Principalmente no aspecto relacionado às relações de trabalho.
Para começo de conversa a Revolução Industrial ocorreu por uma necessidade da burguesia. Através de dois lances: a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa a burguesia inglesa deu o golpe final do poder absoluto do rei e apropriou-se do poder político. Aliado a isto está o surgimento de inventos como a bomba e tear hidráulico, o trem e o barco a vapor que contribuíram para uma importante transformação: a substituição da força física (manufatura) pela força mecânica (máquina) ou seja o trabalho da manufatura passar a ser realizado nas fábricas.
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O Barco e locomotiva a vapor além do tear automático foram as invenções importantes durante a Rev. Industrial.
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Inglaterra o berço da Revolução Industrial. Quais condições ajudaram-na a ser a pioneira?- Acúmulo de capitais (conseguido através do Mercantilismo comercial e a exploração das colônias, principalmente na América do Norte)
- Mão de obra disponível e barata (falta de terra na zona rural em virtude dos cercamentos obrigou os camponeses a migrar para as cidades e se tornarem força de trabalho nas fábricas).
- Monarquia parlamentar burguesa, (a burguesia ocupava o poder político no Parlamento) e se favoreceu de leis convenientes aos seus anseios.
- Jazidas de Carvão (principal combustível que movia as máquinas de produção nas fábricas).
- Desenvolvimento de máquinas: Máquina a vapor e o tear mecânico.
Perceba que foi na cidade que a industrialização se consolidou, logo podemos afirmar que a Revolução Industrial foi um movimento urbano.
A Revolução Industrial pode ser dividida em 2 períodos principais:
1º - Limitada à Inglaterra - Desenvolvimento nos setores têxtil, siderúrgico e agrícola.
2º-Expansão do processo industrialista à países como a Alemanha, França, EUA, Japão. De características monopolista, imperialista e desenvolvimento do neocolonialismo.
O mundo transformou-se significativamente e algumas mudanças marcantes foram: o desenvolvimento acelerado dos transportes (automóvel, trem, navio e posteriormente o avião), as inovações na comunicação como o telégrafo e o telefone, o uso da energia elétrica para iluminação pública e nas casas das pessoas, o crescimento demográfico das cidades com a migração da zona rural em busca de melhores oportunidades de trabalho nas fábricas.
Entretanto para entendermos melhor o processo da Revolução Industrial podemos segmenta-la em 3 Fases:
1ª Revolução Industrial - Sec. XVIII
Podemos caracterizar esta fase pelo uso da força hidráulica e do carvão como as matrizes energéticas que impulsionavam as fábricas. A invenção da máquina a vapor impulsiona o processo de fabricação, junto com o tear mecânico. Porém a parte penosa ficou com o trabalhador (operário) que tinha uma jornada exaustiva, ambientes insalubres e recebia baixos salários. Além da presença de crianças trabalhando "no chão da fábrica".
2ª Revolução Industrial - Sec. XIX
Ainda impulsionada pelo carvão mineral a maioria das fábricas terá outro combustível que o sucederá: o petróleo. Para tanto o desenvolvimento do motor a combustão foi fundamental para viabilizar o uso da nova matriz energética, os automóveis, trens e navios movidos a petróleo transformam o sistema de transporte. Em paralelo surge a energia elétrica que revolucionará a vida das pessoas e das industrias. Motores elétricos, a lâmpada incandescente são exemplos como a energia elétrica transformou o cotidiano das pessoas. Só não foi bacana a inescrupulosa disputa entre os dois grandes inventores do setor elétrico: Edson e Tesla. A briga de egos e recursos financeiros para definir qual padrão de corrente elétrica que seria adotado: se a contínua ou a alternada. Em princípio Edson (possuía mais carisma) levou a melhor e optou-se pela corrente continua, mas depois percebeu-se ser o conceito de Tesla mais eficiente e até hoje o sistema de corrente alternada é utilizado.
Outro setor importante nesta fase foi a siderurgia, responsável pela produção de ferro e aço materiais que revolucionaram a arquitetura e o transporte. A capacidade do ferro e aço em suportar 40 vezes mais pressão que a pedra possibilitou o surgimento de pontes, edifícios, estradas de ferro, túneis e obras que são cartões postais como o Elevador Lacerda e a Torre Eiffel.
A expansão industrial de outros países contribui para o fortalecimento do Capitalismo e seus rearranjos estruturais com a supremacia do setor financeiro (os bancos), além de corporações multinacionais aplicando o monopólio, cartel e truste como forma de se perpetuarem. Modelo de produção como o Fordismo e o Taylorismo são aplicados na fabricação de produtos.
3ª Revolução Industrial - Sec. XX
O petróleo foi a principal matriz energética deste período, entretanto ao final do século outras fontes renováveis e limpas surgiram como alternativa para o processo produtivo industrial da contemporaneidade: a energia atômica, solar, eólica, o uso do etanol (a partir da cana de açúcar) entre outras. As mudanças também aconteceram nos modelos de fabricação como o Toyotismo, "Just in time" e 5S trouxeram novas abordagens nas industrias. O surgimento dos tecnopólos de produção intelectual e mecânica viabilizam a utilização de sistemas informatizados embarcados em robôs "inteligentes" (robotização) tornando a linha de produção rápida, precisa e eficiente. No mundo globalizado as nações se adaptam ao modelo de produção extra nacional a fim de baratear o custo do produto. A transformação atingiu o mercado de trabalho e os empregos com a demanda de novas profissões voltadas ao processo de automação industrial.
Isto posto, a Revolução Industrial gera transformações econômicas, políticas, sociais e culturais:
-Consolidação do Capitalismo.
-Afirmação do Liberalismo (e futuramente do Neoliberalismo).
-Urbanização.
-Questão social e novas ideias.
-Aumento da poluição e degradação do meio ambiente.
Sobre a questão social e o surgimento de novas ideias é importante ressaltar que os desdobramentos sociais ocorreram a partir do rearranjo de classes sociais no capitalismo moderno ou seja o surgimento de duas novas classes com interesses opostos: a burguesia industrial e a classe trabalhadora (proletariado). Contra o modelo de exploração da força de trabalho pelo capitalista (burguesia industrial) as doutrinas socialistas passam a denunciar as condições de trabalho aviltantes dos que produzem a riqueza, no caso os trabalhadores, mas não compartilham desta. Assim está lançada a pedra fundamental do Socialismo.
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Duas classes sociais em conflito. Burguesia (Capital) x Trabalhador (Trabalho)
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