O Iluminismo, pela razão, liberdade e progresso.
A fim de obter mais poder econômico e político a burguesia europeia do século XVIII apresentou ao ocidente uma nova forma de pensar. Os movimentos de contestação ao Absolutismo (Antigo Regime) como a Independência dos EUA, a Revolução Francesa e a Independência dos domínios europeus nas Américas espanhola e portuguesa foram precedidos de ideias modernizantes. O Iluminismo formatou os pensamentos revolucionários no século XVIII. Portanto, são as ideias sementes das quais brotam as revoluções.
Podemos definir o Iluminismo como a corrente de pensamento dominante na Europa do século XVIII. Defendeu o predomínio da razão sobre a fé e estabeleceu o progresso como destino da humanidade representando a visão de mundo burguesia. Seus pensadores negavam as doutrinas absolutistas e mercantilistas e em seu lugar apoiavam valores liberais tanto na economia quanto na política.
ORIGENS.
A denominação de Iluminismo se refere ao movimento que procura trazer a luz da razão e iluminar as trevas da ignorância. Os primeiros teóricos do Iluminismo introduziram as bases do movimento ainda no século XVIII dados pelas transformações que vinham ocorrendo na Europa desde o início da Idade Média como o Renascimento, a Reforma Protestante, a Expansão Marítima e Comercial e a ascensão da nova classe: a burguesia. Assim, o Iluminismo está entrelaçado com esses eventos históricos.
Entre as características do Iluminismo está o racionalismo, o liberalismo, combater o Absolutismo dos reis e o poder da Igreja Católica (anticlericalismo).
O ILUMINISMO NA POLÍTICA.O racionalismo foi fundamentado como método científico pelo filósofo e matemático francês René Descartes, que, em 1637, estabeleceu o uso da razão como o único caminho para o conhecimento. Descartes partia de verdades básicas, conhecidas como axiomas, para então atingir conhecimento mais amplos. Seu primeiro axioma ficou famoso: "Penso, logo existo".
No campo das ciências exatas, o físico inglês Isaac Newton também revolucionou o pensamento científico da época ao afirmar que o universo não precisava de intervenção divina para se manter, pois seria regido por leis próprias que podem ser conhecidas pelo homem por meio da ciência.
Os princípios da política Iluminista - conhecido por liberalismo - foram formulados pelo filósofo inglês John Locke, que defendia uma relação contratual entre o monarca e seus súditos conhecida como o Contrato Social. Para Locke, o homem possuía direitos como liberdade e propriedade privada, e cabia ao Estado proteger esses direitos o que limitava o seu poder.
Os importantes avanços econômicos culturais e científicos levaram a crença de que o destino da humanidade era o progresso. O auge dessa efervescência se deu no século XVIII conhecido como o "século das luzes". Para além do racionalismo e do liberalismo outro princípio tipicamente Iluminista é o combate aos poderes da Igreja Católica conhecido como anticlericalismo - posição política contrária ao poder da igreja. Os nomes mais significativos do Iluminismo francês foram os filósofos Voltaire, Montesquieu e Rousseau. O primeiro ligado a alta burguesia era um crítico fervoroso do absolutismo da nobreza e principalmente da igreja crítica. Voltaire foi um dos inspiradores do despotismo esclarecido.
Montesquieu foi idealizador da teoria dos Três Poderes, ainda hoje bem difundida no mundo contemporâneo. Defendeu a independência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de modo a limitar a força do rei absolutista. Cada um dos três poderes harmonizando as esferas do Estado e garantindo a liberdade civis. Era partidário da Monarquia Constitucional.
Rousseau era identificado com a baixa burguesia e com os trabalhadores miseráveis. Ele posicionou-se a favor do Estado democrático voltado à vontade geral. Republicano esperava que o poder político deveria ser do próprio povo. É dele a noção do bom selvagem segundo a qual o homem nasce bom, mas depois é pervertido pela sociedade. Foi o maior ideólogo da Revolução Francesa .
O ILUMINISMO NA ECONOMIA.Os iluministas também condenavam o sistema econômico do antigo regime absolutista o mercantilismo.
O francês discípulo de Quesnay defendeu o fim da regulamentação limitadora das atividades econômicas e cunhou a expressão que depois se tornou o símbolo do liberalismo econômico: "Laissez faire, laissez passer" (deixe fazer, deixe acontecer). O mais badalado ideólogo Iluminista na economia foi pensador escocês Adam Smith, que produziu a obra a Riqueza das Nações em 1776. Aprofundou ainda mais esses ideais ao afirmar que a economia funcionava por si mesma como se "uma mão invisível" a dirigisse, ou seja, o mercado que se autorregula através da Lei da Oferta e Procura. Condenava o mercantilismo, afirmava ser o trabalho a única fonte de riqueza, pregava a livre concorrência e a não intervenção do Estado na economia fundamentado, assim, o liberalismo econômico que hoje foi adaptado ao contexto da nossa época como neoliberalismo.
DESPOTISMO ESCLARECIDO.O Iluminismo aterrorizava os soberanos absolutistas. Entretanto alguns perceberam que para se manter no poder era preciso adotar reformas de cunho Iluminista. Essa tentativa de modernização ficou conhecida como despotismo esclarecido e tinha por objetivo aliviar as tensões entre a nobreza e a burguesia garantindo, assim a sobrevida da monarquia absolutista europeia. Medidas adotadas por esses soberanos foram a limitação do Poder da Igreja Católica e a redução dos privilégios da aristocracia e do clero. Apesar das mudanças a participação política da burguesia e do povo continuaria limitada O que levaria a revoltas - sendo a principal a Revolução Francesa em 1789.
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