domingo, 9 de abril de 2023

O ILUMINISMO

 

O Iluminismo, pela razão, liberdade e progresso.



A fim de obter mais poder econômico e político a burguesia europeia do século XVIII apresentou ao ocidente uma nova forma de pensar. Os movimentos de contestação ao Absolutismo (Antigo Regime) como a Independência dos EUA, a Revolução Francesa e a Independência dos domínios europeus nas Américas espanhola e portuguesa foram precedidos de ideias modernizantes. O Iluminismo formatou os pensamentos revolucionários no século XVIII. Portanto,  são as ideias sementes das quais brotam as revoluções.

Podemos definir o Iluminismo como a corrente de pensamento dominante na Europa do século XVIII. Defendeu o predomínio da razão sobre a fé e estabeleceu o progresso como destino da humanidade representando a visão de mundo burguesia. Seus pensadores negavam as doutrinas absolutistas e mercantilistas e em seu lugar apoiavam valores liberais tanto na economia quanto na política.

ORIGENS.

A denominação de Iluminismo se refere ao movimento que procura trazer a luz da razão e iluminar as trevas da ignorância. Os primeiros teóricos do Iluminismo introduziram as bases do movimento ainda no século XVIII dados pelas transformações que vinham ocorrendo na Europa desde o início da Idade Média como o Renascimento, a Reforma Protestante, a Expansão Marítima e Comercial e a ascensão da nova classe: a burguesia. Assim,  o Iluminismo está entrelaçado com esses eventos históricos.
Entre as características do Iluminismo está o racionalismo, o liberalismo,  combater o Absolutismo dos reis e o poder da Igreja Católica (anticlericalismo).

O ILUMINISMO NA POLÍTICA.

O racionalismo foi fundamentado como método científico pelo filósofo e matemático francês René Descartes, que, em 1637, estabeleceu o uso da razão como o único caminho para o conhecimento. Descartes partia de verdades básicas, conhecidas como axiomas, para então atingir conhecimento mais amplos. Seu primeiro axioma ficou famoso: "Penso, logo existo".
No campo das ciências exatas, o físico inglês Isaac Newton também revolucionou o pensamento científico da época ao afirmar que o universo não precisava de intervenção divina para se manter, pois seria regido por leis próprias que podem ser conhecidas pelo homem por meio da ciência.
Os princípios da política Iluminista - conhecido por liberalismo - foram formulados pelo filósofo inglês John Locke, que defendia uma relação contratual entre o monarca e seus súditos conhecida como o Contrato Social. Para Locke, o homem possuía direitos como liberdade e propriedade privada, e cabia ao Estado proteger esses direitos o que limitava o seu poder.
Os importantes avanços econômicos culturais e científicos levaram a crença de que o destino da humanidade era o progresso. O auge dessa efervescência se deu no século XVIII conhecido como o "século das luzes". Para além do racionalismo e do liberalismo outro princípio tipicamente Iluminista é o combate aos poderes da Igreja Católica conhecido como anticlericalismo - posição política contrária ao poder da igreja. Os nomes mais significativos do Iluminismo francês foram os filósofos Voltaire, Montesquieu e Rousseau.  O primeiro ligado a alta burguesia era um crítico fervoroso do absolutismo da nobreza e principalmente da igreja crítica. Voltaire foi um dos inspiradores do despotismo esclarecido.
Montesquieu foi idealizador da teoria dos Três Poderes, ainda hoje bem difundida no mundo contemporâneo. Defendeu a independência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de modo a limitar a força do rei absolutista. Cada um dos três poderes harmonizando as esferas do Estado e garantindo a liberdade civis. Era partidário da Monarquia Constitucional.
Rousseau era identificado com a baixa burguesia e com os trabalhadores miseráveis. Ele posicionou-se a favor do Estado democrático voltado à vontade geral. Republicano esperava que o poder político deveria ser do próprio povo. É dele a noção do bom selvagem segundo a qual o homem nasce bom, mas depois é pervertido pela sociedade. Foi o maior ideólogo da Revolução Francesa .

O ILUMINISMO NA ECONOMIA.
Os iluministas também condenavam o sistema econômico do antigo regime absolutista o mercantilismo.
O francês discípulo de Quesnay defendeu o fim da regulamentação limitadora das atividades econômicas e cunhou a expressão que depois se tornou o símbolo do liberalismo econômico: "Laissez faire, laissez passer" (deixe fazer, deixe acontecer).  O mais badalado ideólogo Iluminista na economia  foi pensador escocês Adam Smith, que produziu a obra a Riqueza das Nações em 1776.  Aprofundou ainda mais esses ideais ao afirmar que a economia funcionava por si mesma como se "uma mão invisível" a dirigisse, ou seja, o mercado que se autorregula através da Lei da Oferta e Procura. Condenava o mercantilismo, afirmava ser o trabalho a única fonte de riqueza, pregava a livre concorrência e a não intervenção do Estado na economia fundamentado, assim, o liberalismo econômico que hoje foi adaptado ao contexto da nossa época como neoliberalismo.

DESPOTISMO ESCLARECIDO.

O Iluminismo aterrorizava os soberanos absolutistas. Entretanto alguns perceberam que para se manter no poder era preciso adotar reformas de cunho Iluminista. Essa tentativa de modernização ficou conhecida como despotismo esclarecido e tinha por objetivo aliviar as tensões entre a nobreza e a burguesia garantindo, assim  a sobrevida da monarquia absolutista europeia. Medidas adotadas por esses soberanos foram a limitação do Poder da Igreja Católica e a redução dos privilégios da aristocracia e do clero. Apesar das mudanças a participação política da burguesia e do povo continuaria limitada O que levaria a revoltas - sendo a principal a Revolução Francesa em 1789.

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