quarta-feira, 8 de julho de 2015

ROMA - Proprietas of orbis terrarum.



Roma (Resumão)   – Proprietas of orbis terrarum (Os Donos do Mundo)                             

                                                                         
Localizada na Península Itálica, Europa. Nenhuma civilização ocidental foi tão poderosa e por tanto tempo exerceu domínio militar, político, cultural, etc., quando a romana. Do idioma à organização política e jurídica o legado dos romanos é imenso. Interessante que ainda hoje, percorrendo as ruas de Roma podemos notar nas tampas dos bueiros do sistema de abastecimento de água a abreviatura SPQR, a mesma insígnia que estampava nos estandartes das legiões romanas nas batalhas (em latim Senatus Populus Que Romano, ou seja, Senado do Povo de Roma). O Senado era a instituição fundamental da política romana – centro do poder principalmente no período republicano -, foi daí que originou o modelo dos atuais parlamentos (inclusive no Brasil).  

                       Gravura mostra a extensão do Império Romano durante o governo de Otávio Augusto.



OrigensA Lendária e a Histórica.

A fundação de Roma apresentava características míticas, segundo a lenda os gêmeos órfãos Rômulo e Remo foram colocados em um cesto no rio Tibre para escapar da morte certa. Sobreviveram graças a uma loba que os amamentou, até que um pastor os encontrou e os criou. Já adultos Rômulo e Remo retomam o controle da região do Lácio e em troca recebem terras nas margens do Rio Tibre. A partir deste episódio tem início a fundação de Roma. Em uma disputa Rômulo matou Remo e tornou-se o primeiro rei de Roma. Rômulo era considerado o filho de Marte, deus da guerra, não por acaso a vocação militarista será uma das bases do esplendor à queda de um imenso império. Um fato interessante da História da civilização romana é que o primeiro rei foi Rômulo e o último também. Rômulo Augusto foi deposto em 476 d.C. por Odoacro, o líder dos hérulos.
                                                                                                                                                                                                                       A loba capitolina ainda hoje é o símbolo da Cidade Eterna, como é chamada Roma.


Entretanto pelas pesquisas históricas sabe-se que a região do Lácio era habitada por povos latinos, em sua maioria pastores que, para se defenderem de possíveis invasões, se estabeleceram nas colinas próximas ao rio Tibre. Sentindo-se ameaçados, os latinos se uniram sob a liderança de uma das aldeias, no caso Roma. Roma foi dominando todos os povos da península itálica, unificando-os sob seu poder. A partir daí, os romanos expandiram-se para fora da península.
Podemos resumir a trajetória da história política de Roma nas seguintes fases: Monarquia, República e Império.


A Monarquia (753 a.C. a 509 a.C.)


A monarquia teve início com a fundação da cidade de Roma, e Rômulo foi o primeiro rei. Segundo a tradição, Roma teve sete reis.

Aspectos da Monarquia romana.

Política.
Os reis eram escolhidos pela Assembléia Curial e tinham o poder político real limitado pelo Senado.
Assembléia Curial: formada por cidadãos* em idade militar (patrícios) que escolhiam os reis, além de fazer e votar as Leis.
Senado (ou Conselho dos Anciãos): um órgão consultivo que tinha o direito de aprovar ou não as leis elaboradas pelo rei.

*Entenda que nesta fase de Roma o conceito de cidadão era semelhante ao que se praticava na Grécia e definido por Aristóteles, ou seja estava vinculado a cidade. Posteriormente a ideia de cidadão irá ampliar-se para tudo que era referente ao Civitas ou civis romanos. Civis romanus sum (sou cidadão romano), foi como Cícero citou a importância desta condição cidadão em Roma.


Social.
A sociedade romana era formada pelos:
patrícios — eram os aristocratas, os grandes proprietários de terras, os únicos que podiam ocupar cargos políticos, religiosos e militares.
clientes eram os plebeus apadrinhados dos patrícios aos quais deviam obediência, geralmente prestavam serviços não braçais ou domésticos (serviam na casa do patrício). 
plebeus — Eram maioria. Homens livres, mas considerados "estrangeiros" na política; não tinham direitos políticos. Eram pequenos agricultores, pastores, comerciantes e artesãos.
escravos — em número reduzido, originados dos povos conquistados eram considerados "coisa" (res).

Economia.
Na época da realeza/monarquia, a base da economia era a agricultura, além da atividade pastoril. A produção de manufatura doméstica (como a de armas e utensílios) bastava para as necessidades mais imediatas e voltada para o consumo local. Como havia pouco excedente (sobras), o comércio era reduzido. 

O fim da Monarquia.
Em 509 a.C., um choque de interesses em relação ao poder entre o rei e a aristocracia provocou o fim da monarquia. O rei queria autonomia total, mas as assembleias desejavam manter o controle sobre o monarca. Nesta queda de braço, o rei foi deposto por um golpe dado pelos patrícios.


A República (509 a.C a 27 d.C.)


Com o golpe político, os patrícios implantaram na cidade de Roma a forma de governo republicano*. O Poder Executivo era exercido pelos magistrados, eleitos por um ano. Entre os diversos tipos de magistrados que existiam em Roma, destacam-se:

cônsules — em número de dois, comandavam o exército e eram os chefes dos demais magistrados. Em época de guerra, eram substituídos por um ditador, com mandato de seis meses;
pretores — cuidavam da Justiça;
censores — faziam o censo dos cidadãos, com base na sua riqueza;

questores — encarregados da arrecadação de tributos;

edis — responsáveis pela preservação, pelo policiamento e pelo abastecimento das cidades.


O Senado era o órgão que detinha maior poder, composto de senadores vitalícios. Eram suas atribuições: elaborar as leis, cuidar das questões financeiras e religiosas, conduzir a política externa, administrar as províncias, participar da escolha do ditador em períodos de guerra externa.




Sessão do Senado - Senadores eram representantes do povo de Roma.


As Assembleias eram em número de três:
Curial — examinava os assuntos de ordem religiosa;
Tribal — responsável pela nomeação dos questores e edis;
Centurial — composta pelas centúrias, grupos de militares encarregados de votar as leis e eleger os magistrados.


*O termo República foi extraído da obra Diálogos de Platão (filosofo grego) πολιτείa que quer dizer politeia foi definida/traduzida para o latim por Cícero como res publica ou "coisa pública"


As lutas sociais na República romana

Na época da República romana, a plebe passou a exigir direitos políticos, o que provocou uma série de conflitos. Eles tiveram inicio quando, em 490 a.C., os plebeus formaram um exército próprio, retiraram-se de Roma e foram para o Monte Sagrado (o Monte Aventino).
Os patrícios necessitavam dos plebeus nas atividades econômicas e militares e, por isso, cederam às suas exigências, aceitando que tivessem representantes no Senado — seriam os tribunos da plebe. Os tribunos podiam vetar leis que considerassem contrárias aos interesses plebeus.
Mais tarde, os plebeus conseguiram outros direitos. Foram elaboradas as Leis das Doze Tábuas, as primeiras leis comuns para patrícios e plebeus. Em 445 a.C., passou a ser permitido o casamento entre patrícios e plebeus e foi abolida a escravidão por dividas.
Mas as lutas continuaram e, em 367 a.C., os plebeus conquistaram o direito de participar do consulado. A partir daí, passou a haver um cônsul patrício e outro plebeu. Em 287 a.C., a plebe, mais uma vez retirando-se para o Monte Sagrado, impôs aos patrícios que as leis aprovadas pela Assembléia da Plebe fossem válidas para todo o Estado romano — era o plebiscito ou decisão da plebe.


As conquistas da República romana - As Guerra Púnicas

Durante o período republicano, Roma, com um exército bem treinado e bem armado, conquistou inúmeras regiões, formando um grande império. As conquistas iniciaram-se pela própria península Itálica. Com suas legiões, os romanos, em aproximadamente 200 anos, dominaram os povos que viviam na região.
Para controlar o mar Mediterrâneo, os romanos tiveram de enfrentar Cartago, antiga colônia fenícia no norte da África. Os cartagineses haviam alcançado grande prosperidade e seu comércio era feito com diversos lugares do mundo conhecido. O senador Catão antes de iniciar seus discursos dizia “Delenda Cartao est” (Cartago deve ser destruída). As três guerras entre Roma e Cartago são conhecidas como Guerras Púnicas e duraram de 264 a.C. até 146 a.C. Neste ano, os romanos tomaram Cartago, escravizaram cerca de 40 mil pessoas e transformaram a cidade em uma província romana.
Continuando com a política de conquistas, Roma conquistou a Macedônia e a Grécia. Em 133 a.C., a península Ibérica foi dominada e, no século I a.C., os romanos tomaram a Bitínia, a Síria, o Egito e toda a Gália. Desse modo, o mar Mediterrâneo transformou-se no Mare Nostrum. Roma reunia sob seu domínio povos de culturas diferentes. As regiões conquistadas foram transformadas em províncias e eram obrigadas a pagar altos tributos a Roma.
Após as Guerra Púnicas os romanos conseguiram o domínio do comércio marítimo no Mediterrâneo.










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A Expansão Territorial de Roma.

Gradativamente, formaram um imenso império, transformando o mar Mediterrâneo num verdadeiro “lago romano", como eles diziam, o Mare Nostrum (Nosso Mar). Dotado de exército bem preparado e organizado os romanos iniciam as conquistas, seus soldados guardavam as fronteiras e sufocavam possíveis rebeliões. As legiões romanas eram formadas por cidadãos romanos e cada uma delas tinha 5 mil soldados, divididos em unidades as centúrias. Era através das guerras que Roma aumentava seu território e também a quantidade de contribuintes que pagavam tributos ao Estado. Os romanos exploravam os povos vencidos, extraindo riquezas de seus territórios (ouro, prata e outros metais) ou fazendo comércio com eles. Formou-se um impressionante sistema de estradas, com mais de 85 mil quilômetros. O transporte e o comércio também eram feitos por mar.
Não menos importante, era o grande fluxo de escravos para servir de mão de obra e distrair a população. Muitos escravos batalhavam pela vida nas lutas entre gladiadores nas arenas. O Coliseu era a mais famosa destas Arenas. Quando a situação política estava tensa, os líderes romanos convenientemente decretavam feriados e realizavam festas no Coliseu com distribuição de pão para o povo, era chamada política do Pão e Circo utilizada para desviar a atenção da população dos graves problemas.


Conseqüências das conquistas romanas

O Império Romano durou cerca de 700 anos, mas a civilização romana sobreviveu muito mais. O latim, falado pelos romanos, foi a língua escrita de todos os europeus educados até o século XVI. Da mistura do latim vulgar, falado pelo povo, com a língua dos povos de várias regiões conquistadas, originaram-se as línguas neolatinas. As principais são o francês, o italiano, o espanhol, o romeno e o português. Muitas línguas européias modernas, como o inglês, apesar de não terem se originado do latim, apresentam muitas palavras de origem latina.
As conquistas provocaram inúmeras transformações econômicas, políticas e sociais:
• enriquecimento dos patrícios, que se apossaram das terras dos pequenos proprietários, recrutados para o serviço militar;
• aumento do número de escravos. Os prisioneiros de guerra, reduzidos à situação de escravos, substituíram o trabalhador livre. Os desempregados do campo migraram para as cidades;
• formação de uma nova camada social, a dos cavaleiros ou classe eqüestre. Eram plebeus que enriqueceram cobrando impostos e fornecendo víveres ao exército e que ganharam autorização de explorar novas terras, ricas em minérios;
• empobrecimento dos pequenos proprietários, pois muitos produtos das regiões dominadas chegavam a um preço muito baixo, competindo com a produção local.


A crise da República

Modelo exitoso, a República romana, esteve de pé por séculos. Nada parecia abalar suas estruturas, até que o assassinado de um membro, o tribuno da plebe Tibério Graco, pelos integrantes do Senado faz desabar a estabilidade . Era o fim da democracia e o surgimento do Império. Associado a crise política, outro fator importante foi o aprofundamento crise após as conquistas territoriais, que marcou o seu declínio da República. Nesse período, destacam-se os seguintes acontecimentos: as reformas dos irmãos Graco, os governos de Mário e Sila e os triunviratos.



Os irmãos Graco – Os tribunos da plebe


Os irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos sucessivamente como tribunos da plebe, preocupados com os problemas sociais que se agravavam, propuseram reformas sociais:

• Tibério Graco, em 133 a.C., conseguiu a aprovação de uma lei que limitava o tamanho das terras dos aristocratas e autorizava a distribuição entre os pobres da área que ultrapassasse o limite estabelecido. Essa lei desagradou aos grandes proprietários de terras, que por acaso eram também senadores. Com a aprovação do povo a lei foi confirmada. Quando Tibério se candidatou à reeleição os senadores o espancaram até a morte e 500 de seus partidários foram assassinados. Apesar da lei considerar um sacrilégio, ninguém foi punido pelo crime, a justificativa dos senadores foi que Graco ameaçava à liberdade da República. 
• Caio Graco, em 123 a.C., retomou o projeto de reforma agrária. Conseguiu a aprovação de uma lei que aumentava a participação da plebe na administração do Estado. Também conseguiu que o preço do trigo fosse reduzido. Sofreu oposição dos grandes proprietários e suicidou-se. Seus seguidores foram perseguidos e muitos foram condenados à morte.
Os desdobramentos dos assassinatos dos Gracos foram devastadores, pois a partir de então as tribunas perderam seu caráter sacrossanto e o homicídio já não era mais um modo impensável de conseguir os objetivos políticos

Os governos de Mário e Sila.

No período de 136 a 132 a.C., aproximadamente 200 mil escravos armaram-se e rebelaram-se. Muitos morreram, e a
maioria foi submetida por seus proprietários. Com o aumento da instabilidade política, diversos militares passaram a disputar o poder. Nessa época, Roma conheceu os governos militares e autoritários dos generais Mário e Sila.


• Mário defendia a camada popular. Diminuiu os privilégios da aristocracia e estabeleceu o pagamento de salários aos soldados, o que levou à entrada de pessoas pobres no exército.

• Sila substituiu Mário e defendia a camada aristocrática. Perseguiu a classe popular e restabeleceu os privilégios dos aristocratas.





Primeiro Triunvirato


Após a morte de Sila, dois generais, Crasso e Pompeu, foram eleitos cônsules. Crasso havia enfrentado e vencido uma revolta de 80 mil escravos liderada por Espártaco, e Pompeu tinha derrotado os partidários de Mário na península Ibérica.

Com o objetivo de diminuir o poder do Senado, Pompeu aliou-se a Crasso e Júlio César e os três tomaram o poder, instituindo o Primeiro Triunvirato. Pompeu ficou com Roma e o Ocidente, Crasso com o Oriente, e Júlio César era o responsável pela Gália. Após a morte de Crasso, Pompeu deu um golpe de Estado, conseguindo do Senado sua nomeação para o cargo de cônsul único. César, que estava na Gália, voltou para Roma, com o objetivo de enfrentar Pompeu. Após sua vitória, César foi aclamado ditador vitalício.


Governo de Júlio César

O governo de Júlio César caracterizou-se pela tentativa de reduzir o poder do Senado. Promoveu várias reformas: diminuição dos abusos na arrecadação de impostos, extensão do direito de cidadania a vários povos, construção de estradas e reformulação do calendário (adotou o seu nome para o sétimo mês do ano). O Senado, contrariado com seus poderes, armou uma conspiração e, em 44 a.C., Júlio César foi assassinado nas escadarias do senado. Segundo a historiografia ao notar que entre os seus assassinos estava o seu filho adotivo Brutus, Júlio César antes de morrer teria dito “até tu filho”.
Segundo Triunvirato
Contudo, no ano seguinte, os partidários de César organizaram um novo governo forte, o Segundo Triunvirato, formado por Otávio, Marco Antônio e Lépido. Os triúnviros dividiram entre si a administração do império: Otávio ficou com Roma e o Ocidente, Marco Antônio recebeu o Oriente e Lépido ficou com a África, porém foi deposto em 36 a.C.
Nesse mesmo ano, Marco Antônio foi para o Egito e envolveu-se com a rainha Cleópatra. Otávio declarou Marco Antônio inimigo de Roma e partiu para o Oriente, a fim de combatê-lo. Otávio saiu vitorioso, e Marco Antônio e Cleópatra suicidaram-se. Otávio assumiu o poder. Recebeu do Senado vários títulos, entre eles os de Imperador, César e Augusto. Iniciava-se, assim, o Império.

O Império (27 a.C. a 476 d.C.)
O imperador detinha poderes absolutos. Exercia o comando do exército e legislava por meio de editos, decretos e mandatos. Ao Senado restou a posição de conselheiro do imperador. Otávio, o primeiro imperador, governou de 27 a.C. a 14 d.C. Em seu governo:
• foi criada a Guarda Pretoriana (elite da tropa), com a função de dar proteção ao imperador e à capital;
• foi dado incentivo à agricultura, ao comércio e à indústria;
• foi organizado um novo sistema de impostos;
• foram construídas várias obras públicas, o que gerou muitos empregos para os plebeus.
A paz, a prosperidade e as realizações artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto, tanto que este período é conhecido como a “Pax Romana”. O século I, do qual fez parte o seu governo, ficou conhecido como o Século de Ouro da Literatura Latina, ou o Século de Augusto. Seu ministro, Mecenas, tinha grande interesse pelas artes e apoiou, entre outros, os escritores Horácio e Virgílio.


No governo de Otávio, nasceu na Palestina, uma das províncias romanas, Jesus Cristo. Posteriormente, seus ensinamentos começaram a ser difundidos em várias partes do Império, dando origem ao cristianismo.

Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do pão e circo. Distribuía trigo para a população pobre e organizava espetáculos públicos de circo para diverti-la.

Os sucessores de Otávio


Após o governo de Otávio, o Império Romano foi governado por várias dinastias que, em geral, levaram-no à instabilidade política, econômica e social.

Dinastia Júlio-Claudiana (14-68) — período marcado por conflitos sangrentos. O imperador Nero foi responsável por incendiar Roma e pela perseguição aos cristãos.

Dinastia dos Flávios (69-96) — os imperadores desta dinastia contaram com o apoio do exército, submeteram o Senado e governaram de forma despótica.

Dinastia dos Antoninos (96-192) — período considerado de apogeu. O império atingiu sua maior extensão territorial, acompanhada de prosperidade econômica. O comércio se desenvolveu e houve grande afluxo de capitais para Roma.

Dinastia dos Severos (193-235) — houve crises internas, fuga da população urbana para o campo, falta de dinheiro, inflação e pressão dos povos bárbaros nas fronteiras. O processo de instabilidade levou ao declínio do Império.



A implosão do Império Romano – A Crise do Império

Atribui-se como principal causa da decadência a crise no sistema Escravista. Habitualmente a pergunta que se faz é porque o Império Romano desabou. Contudo muitos estudos sugerem um outro questionamento mais intrigante: Como foi possível diante de tantas crises, Roma durar tanto tempo? Em verdade podemos colocar a seguinte cadeia de eventos para explicar sucintamente o fim do Império romano: 
Com o fim das guerras de conquista ocorreu a diminuição do afluxo de riquezas, paralelamente a diminuição da oferta de escravos, que se tornaram muito valorizados e assim afetou seriamente a economia visto que o trabalho escravo era o pilar de sustentação do sistema de produção econômica . Embora diversas tentativas fossem adotadas para resolver a crise, mas não surtiram efeito. 
Em 284, Diocleciano implantou a Tetrarquia (governo de quatro pessoas) a fim de facilitar na administração de um império imenso. Mas a medida resultou em retumbante fracasso e acirrou ainda mais a crise, devido a disputa de poder pelos quatro reis.
Ano Domine 337, o imperador Constantino está morrendo e toma uma decisão que mudará para sempre a História de Roma. "A hora pela qual muito ansiava chegou e com o desejo sincero e orações que quero obter a salvação com Deus." O homem mais poderoso do Ocidente faz algo antes impensável: converte-se ao cristianismo. Durante séculos o cristianismo foi combatido e perseguido pelo Império Romano, mas agora não é mais problema ser cristão o imperador aceita e legaliza o cristianismo. A intenção de Constantino era buscar apoio dos cristãos, uma religião que passou de alguns milhares de adeptos para quase 6 milhões. Antes, em 330, transfere a capital do império para Constantinopla - atual Istambul, na Turquia.

Porém, era cada vez maior a pressão exercida pelos povos bárbaros (estrangeiros) nas fronteiras do império, quando em 476, Roma foi tomada pelos germânicos. Era o fim do Império Romano do Ocidente. O Império Romano do Oriente, também conhecido como Bizantino, duraria até 1453, quando foi dominado pelos Otomanos.
O Coliseu foi palco de espetáculos promovidos pelos imperadores para “divertir” o povo com a encenação das batalhas e  lutas mortais entre os gladiadores. Antes de entrar em luta os gladiadores dirigiam ao imperador a seguinte frase: Ave Cesar os que vão morrer te saúdam.  Nos primórdios do cristianismo muitos de seus seguidores eram lançados as feras na arena.



Cultura e legado – Conheça algumas criações dos romanos e a herança que nos deixaram em diversas áreas;
ARQUITETURA   Empregada para exaltar as glórias da nação, a arquitetura era a mais desenvolvida arte romana. Alguns elementos bastante utilizados eram os arcos e as colunas – de influência grega. Os romanos destacaram-se na construção de aquedutos, estradas, pontes, além de edificações de grande valor artístico, como o Coliseu e o Panteão em Roma.
DIREITOCom o idioma – o latim, que é a base de línguas atuais como o português, espanhol e italiano -, o direito é o maior legado romano. Dividido em civil, que regulamentava a vida dos cidadãos; Em estrangeiro, aplicado aos que não eram cidadãos; e o Natural, que regulamentava a vida de todos os habitantes de Roma, este é a base do atual sistema jurídico ocidental
LITERATURADurante séculos, a literatura latina era basicamente a grega. A partir do fim do período Republicano, no entanto, os autores romanos começam a produzir obras originais e importantes Escritores como Virgílio, autor de Eneida, os dramaturgos Plauto e Tito Lívio, que escreveu o patriótico História de Roma.
RELIGIÃOOs romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Essas divindades se tornaram muito semelhantes às gregas, após o contato com esta civilização. A pregação de Jesus Cristo, nascido numa província do Império, deu origem ao Cristianismo, cujos seguidores eram perseguidos. Com a conversão do imperador Constantino, em 313, a religião cristã ganhou força e apoio do estado, situação que permitiu o surgimento da poderosa Igreja Católica ao aproveitar a estrutura organizacional romana para estruturar-se.



Ruínas do Fórum Romano. Era o centro do poder do Império, local das decisões políticas e intrigas palacianas. Do legado deixado por Roma encontra-se os princípios do Direito Natural, base jurídica da maioria das nações ocidentais.

A divisão do Império


Ainda no século IV, os romanos assistiram às primeiras levas de bárbaros cruzarem as fronteiras do império à procura de terras para o cultivo e o pastoreio.

Teodósio, em seu governo, preocupado em melhorar a administração, em 395, dividiu o império entre seus dois filhos:

• O Império Romano do Ocidente, com capital em Roma;

• O Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.



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Exercícios Populismo


1- Assinale a única alternativa correta. São acontecimentos relativos ao Governo de Getúlio Vargas (1951 a 1954):

a)Prometia varrer a corrupção. Política externa independente. Reatou relações diplomáticas com URSS. Renunciou ao mandato.  
b)Adoção do sistema Parlamentarista. Governo nacionalista e política externa independente. As Reformas de Base. Foi deposto. 
c)Política econômica nacionalista e intervencionista. Campanha “O Petróleo é nosso”. Estímulo a Indústria de Base. Suicidou-se. 
d)Política econômica baseada em investimentos estrangeiros. Construção de Brasília. Rompeu com o FMI, decretou a moratória e cometeu suicídio.  
e) Alinhamento com a política externa dos EUA. Rompe ralações diplomáticas com a URSS. Plano SALTE. Aumento da inflação e terminou sendo assassinado.


2- “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de governo”. O Plano de Metas aplicado pelo presidente Juscelino Kubitschek, permitiu grande prosperidade econômica durante seu qüinqüênio de governo. Sobre este plano é possível afirmar que:   
                                
a) Estava baseado no nacionalismo econômico, dificultando a penetração do capital estrangeiro. Neste sentido foi a continuidade da política econômica de Getúlio Vargas.
b) Era essencialmente estatizante; por isso aproximava-se perigosamente do socialismo, sendo alvo de severas críticas dos setores conservadores.
c) Procurava atrair investimento estrangeiro como forma de possibilitar o desenvolvimento do país.
d) Garantiu a independência econômica brasileira, estimulando a criação das indústrias de bens de capital.
e) Seus principais sucessos localizaram-se no campo educacional e agrícola, devido à criação da Sudene.


3- Assinale a única alternativa correta. São acontecimentos relativos ao Governo de Jânio Quadros :

a)Prometia varrer a corrupção. Política externa independente. Reatou relações diplomáticas com URSS. Renunciou ao mandato.
 b)Adoção do sistema Parlamentarista. Governo nacionalista e política externa independente. As Reformas de Base. Foi deposto. 
c) Política econômica nacionalista e intervencionismo estatal. Campanha "O petróleo é nosso". Estímulo a indústria de base. Suicidou-se 
d)Política econômica baseada em investimentos estrangeiros. Construção de Brasília. Rompeu com o FMI, decretou a moratória e cometeu suicídio.   
e) Alinhamento com a política externa dos EUA. Rompe ralações diplomáticas com a URSS. Plano SALTE. Aumento da inflação e terminou sendo assassinado. 


4 . Leia e analise o seguinte dialogo entre JK e o povo (representado por Jeca)
JK – Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gasolina brasileira. Que mais quer?   
JECA – Um prato de feijão brasileiro, seu dotô!

O texto representa um dos principais dilemas do desenvolvimentismo no governo Juscelino Kubitschek, durante a 2ª metade da década de 1950. A alternativa que melhor apresenta esse dilema é:
a) Enfatiza que o desenvolvimento aumentou os contrastes sociais já existentes no país. 
b) a desigualdade política e ideológica entre as oligarquias nordestinas e sulistas.
c) a defasagem histórica e tecnológica entre o setor petrolífero e o agroexportador.
d) politicas econômicas e sociais igualitárias entre os setores agrário e urbano-industrial.
e) ressaltar que o investimento no setor de bens duráveis incrementou os salários de trabalhadores.


5- Leia logo abaixo a letra da música.

Foi em Diamantina, onde nasceu JK, / Que a Princesa Leopoldina
“arresolveu” se casar. / Mas Chica da Silva tinha outros
pretendentes / e obrigou a princesa a se casar com
Tiradentes. / Laiá, laiá, laiá / o bode que deu vou te contar.
/ Joaquim José, que também é da Silva Xavier, / queria
ser dono do mundo e se elegeu Pedro II. / Das estradas

de Minas, seguiu pra São Paulo e parou na Anchieta.
/ O vigário dos índios aliou-se a Dom Pedro / E acabou
com a falseta / Da união deles dois ficou resolvida a questão
/ E foi proclamada a escravidão. / Assim se conta essa
história / Que é dos dois a maior glória, / Mas Leopoldina
virou trem / e Dom Pedro é uma estação também. /
Ô, ô, ô, ô, ô, ô / o trem tá atrasado ou já passou!
(Sérgio Porto, 1967).

O samba-enredo de Sérgio Porto, cartunista e escritor mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, expõe fatos e personagens relacionados de forma absurda no tempo e no espaço históricos. Dessa forma o autor procurava expor criticamente a realidade brasileira de sua época, marcada pela:
A) Política do Café com Leite, baseada no “voto de cabresto”.
B) Ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas.
C) Política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek.
D) Crise política decorrente da renúncia do Presidente Jânio Quadros.
E) Ditadura militar instaurada pelo golpe de Estado que depôs o governo Jango.


6- Assinale a única alternativa correta. São acontecimentos relativos ao Governo de João Goulart:

a)Prometia varrer a corrupção. Política externa independente. Reatou relações diplomáticas com URSS. Renunciou ao mandato. 
b)Adoção do sistema Parlamentarista. Governo nacionalista e política externa independente. As Reformas de Base. Foi deposto. 
c)Política econômica nacionalista e intervencionista. Campanha “O Petróleo é nosso”. Estímulo a Indústria de Base. Suicidou-se.  
d)Política econômica baseada em investimentos estrangeiros. Construção de Brasília. Rompeu com o FMI, decretou a moratória e cometeu suicídio.          
e) Alinhamento com a política externa dos EUA. Rompe ralações diplomáticas com a URSS. Plano SALTE. Aumento da inflação e terminou sendo assassinado. 



7. (ENEM) Zuenir Ventura, em seu livro “Minhas memórias dos outros” (São Paulo: Planeta do Brasil, 2005), referindo-se ao fim da “Era Vargas” e ao suicídio do presidente em 1954, comenta: "Quase como castigo do destino, dois anos depois eu iria trabalhar no jornal de Carlos Lacerda, o inimigo mortal de Vargas (e nunca esse adjetivo foi tão próprio)". Diante daquele contexto histórico, muitos estudiosos acreditam que, com o suicídio, Getúlio Vargas atingiu não apenas a si mesmo, mas o coração de seus aliados e a mente de seus inimigos. A afirmação que aparece realçada “entre parênteses” no comentário e uma consequência política que atingiu os inimigos de Vargas aparecem, respectivamente, em:

a) a conspiração envolvendo o jornalista Carlos Lacerda é um dos elementos do desfecho trágico e o recuo da ação de políticos conservadores devido ao impacto da reação popular. 
b) a tentativa de assassinato sofrida pelo jornalista Carlos Lacerda por apoiar os assessores do presidente que discordavam de suas idéias e o avanço dos conservadores foi intensificado pela ação dos militares. 
c) o presidente sentiu-se impotente para atender a seus inimigos, como Carlos Lacerda, que o pressionavam contra a ditadura e os aliados do presidente teriam que aguardar mais uma década para concretizar a democracia progressista. 
d) o jornalista Carlos Lacerda foi responsável direto pela morte do presidente e este fato veio impedir definitivamente a ação de grupos conservadores. 
e) o presidente cometeu o suicídio para garantir uma definitiva e dramática vitória contra seus acusadores e oferecendo a própria vida Vargas facilitou as estratégias de regimes autoritários no país.


8 –“A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou a guerra civil depois da inesperada renuncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João  Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário”.            
A partir dessas informações, relativas a história republicana brasileira, assinale a opção correta.

a) Ao termino do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da Republica. 
b) No período citado acima, sucessivamente, um presidente morreu, um teve posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.   
c) Após duas décadas de governos militares, Getulio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas. 
d) A morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João  Goulart. 
e) A renuncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.

RESPOSTAS:  
1-C / 2-C/ 3-A/ 4-A/ 5-C/ 6-B/ 7-A/8-B






quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MENSAGEM

Prezados,

Informo que o História de Mestre fará uma pausa de 20/02  a 06/03/2014, a fim de gozar de merecidas férias. Ô,,, também precisamos de um pouco de ócio para oxigenar as idéias. Na medida do possível responderei as questões que porventura ocorram.
Aproveito para convidar a todos que fazem parte desta proposta para acompanhar o "Projeto Viajando com História de Mestre". Postarei através do FACEBOOK/historiademeste as imagens e impressões da viagem ao Peru, região onde desenvolveu-se uma das mais fascinantes culturas da humanidade: A Civilização Inca.
Peço-lhes que contribuam de alguma forma, através da participação, curtidas, sugestões e críticas para a continuidade deste novo projeto. Conto com vocês !!

"ABENÇOE A TODOS QUE NOS DESAFIAM, POIS NOS LEMBRAM AS PORTAS QUE FECHAMOS E DAS PORTAS QUE AINDA TEMOS QUE ABRIR" (Provérbio Navajo)

Sucesso na vida!

Fernando

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

IMPÉRIO ISLÂMICO - Resumo


Unidos em nome de Alah, em pouco mais de um século, o Islamismo ou Islã surgiu e originou uma das mais ricas culturas da humanidade, marcando profundamente as regiões em que se estabeleceu.

INTRODUÇÃO

Antes de iniciarmos a abordagem sobre o Império Islâmico, cabe fazer algumas considerações oportunas. Em primeiro lugar, sobre a utilização do termo "árabe". Tornou-se senso comum, embora seja equivocado, denominar tudo que se refere ao islamismo como árabe. Decerto, que a expansão islâmica iniciada no século VII e que alcançou 3 continentes está associada aos árabes, mas o islamismo não foi e não é exclusivamente formado pelos habitantes da península Arábica, ou seja, as tribos semitas embriões do Império Islâmico que empreenderam esforços para a propagação do Islã. Devemos lembrar que atualmente o país detentor do maior número de adeptos do Islamismo é a Indonésia, uma nação que não é árabe e não está situada no Oriente Médio. Assim como a população do Oriente Médio não é formada somente de árabes, o Irã é um país islâmico cujo povo não é de origem árabe, e sim de origem persa. O idioma árabe não possuí unanimidade no Oriente Médio, na Turquia a língua oficial é o turco, no Irã é o persa e em Israel o hebraico. Da mesma no Ocidente tem-se acentuado o estereótipo, após o episódio do 11 de setembro, através de perversa campanha associando o terrorismo aos árabes. Observemos como esta região é culturalmente rica e antropologicamente complexa a ponto de não merecer reducionismos estereotipados como justificativas veladas para o Ocidente impor seu domínio. Isto posto vamos tratar dos primórdios da civilização islâmica.



Trecho do Alcorão, o livro sagrado do Islã
Imagem da peregrinação à Meca. No centro encontra-se a Caaba






















ORIGENS

O desenvolvimento do processo histórico que formou a civilização árabe inicia-se no século VII, na península Arábica, com as tribos de origem semita que compartilhavam algumas características comuns, como por exemplo a linguagem oral. Estas tribos eram distribuídas em dois grupos: urbanas e beduínas. As urbanas chefiadas por xeiques (sheiks), geralmente situadas no litoral, tinham como principal atividade o comércio servindo de entrepostos nas rotas mercantis como destaca-se as cidades de Meca e Iatreb (atual Medina).
As tribos beduínas,  localizadas no deserto eram  nômades e dedicavam-se a criação de camelos, ao pastoreio e ao cultivo da agricultura (tâmara e do trigo). Invariavelmente os beduínos estavam em movimentação em busca de locais férteis produzir o seu sustento.
Embora compartilhassem de traços culturais comuns frequentemente as tribos estavam envolvidas em conflitos e guerras, situação que prejudicava a atividade mercantil. Mas um homem irá mudar tudo isso, sua mensagem irá ecoar por toda a região e promover uma união improvável das tribos, seu nome: Maomé ou Muhammad, (significa louvável) aventureiro, mercador de caravanas e profeta do Islã.
A religião pré-islâmica era politeísta e animista (cultuavam ídolos e objetos inanimados) o centro religioso mais importante era Meca, local de peregrinação que abrigava o templo da Caaba, em forma de cubo que continha os ídolos e a pedra negra considerada sagrada. Todos os anos milhares de beduínos e mercadores visitavam o santuário de Meca, trazendo muito lucro para os administradores da cidade, a aristocracia dos coraixitas, que detinham o controle político, logo enriquecia com as peregrinações e com a atividade comercial realizada em Meca. Entretanto a atuação de um homem mudará bastante este cenário, seu nome: Maomé.


Imagem acima ilustra como o fiel muçulmano deve realizar o ritual das orações. Rezar todos os dias é um dos pilares do Islamismo.



O PROFETA MAOMÉ


Maomé ou Muhammad nasceu pobre, tornou-se mercador ainda adolescente e aos 25 anos casou-se com uma viúva rica e mais velha. O casamento trouxe-lhe estabilidade financeira permitindo a Maomé realizar inúmeras viagens e ter contato com outros povos e as culturas principalmente a cristã e a judaica. Aos 40 anos passou a ter visões do anjo Gabriel (o mesmo que anunciou a Maria que seria ela a mãe de Jesus) e acreditava ter ouvido sua voz. Os chamados que Maomé recebia o apontavam como o profeta de um único Deus, Alá (Alah). As pregações de Maomé passaram a ser aceitas e trouxe-lhe adeptos da crença no monoteísmo fortalecendo ainda mais suas convicções na catequização da população e a sua missão de profeta para combater e eliminar os ídolos tribais da religião politeísta. Foram nestas bases o princípio que moldará a religião islâmica. Seus ensinamentos do Islã foram compilados no Alcorão (ou Corão) que tornou-se o livro sagrados dos muçulmanos.
Entretanto nem tudo eram flores, a atitude de Maomé em combater os ídolos da Caaba provocou a ira dos ricos comerciantes de Meca que perceberam na pregação da nova religião uma ameaça ao rentável comércio dos peregrinos que visitavam a cidade para reverenciar os deuses no templo da Caaba.   Perseguido pelos inimigos, Maomé foge para Yatreb - atual Medina (significa "cidade do profeta") em 622. Este episódio, ficou conhecido como Hégira, correspondendo ao início do calendário islâmico. Em Medina, Muhammad conseguiu milhares de adeptos, transformando-se num poderoso líder político, religioso e militar. A ponto de reunir seus seguidores em um exército para tomar Meca e propagar a nova religião através da guerra religiosa (Jihad). Em 630 Meca é conquistada pelo exército de Maomé, os ídolos da Caaba são destruídos e os opositores mortos. Meca foi declarada cidade sagrada do Islamismo. O feito de unificar as tribos árabes em torno de um poder centralizado e de uma mesma religião em tão pouco tempo foi considerado como um sinal da intervenção de Alá através do seu profeta, Maomé. Daí a importância e reverência dos muçulmanos ao seu profeta ser inabalável e inquestionável, mesmo após a sua morte em 632.


A direita a foto das inscrições feitas a ouro na porta da Caaba, em Meca, a cidade sagrada do Islamismo.




A Esquerda um mapa antigo mostrando a Caaba como o centro do mundo islâmico 
















A EXPANSÃO DO IMPÉRIO

Quando Maomé faleceu em 632 d.C, não indicou sucessor, mas as tribos já estavam unificadas politicamente e sob uma mesma religião, o Islã, estas condições favoreceram  as perspectivas de crescimento territorial. A administração passou para as mãos dos califas que concentravam o poder político, religioso e militar. Além das condições político/religiosa pode-se afirmar que as causas da expansão foram:
* A necessidade de terras férteis;
* O espírito empreendedor dos grandes comerciantes que tinham interesses em expandir o comércio
* A explosão demográfica
* A crença na morte lutando pelo islamismo como uma possibilidade de salvação contribuiu para que os exércitos se engajassem na conquista militar contra povos vizinhos.

Através das guerras o império Islâmico ganhou territórios e fortaleceu seu poder, os califas inicialmente conquistaram os povos do Oriente Médio (Síria, Palestina, Pérsia e Egito). Embora dominados os povos não eram obrigados a conversão ao Islã e podiam manter sua própria religião, desde que pagassem impostos por não serem muçulmanos o que de certa forma forçava indiretamente a conversão dos conquistados ao islamismo.
O período da Dinastia dos Omíadas (661 a 750 d.C.) foi especialmente importante no que diz respeito ao crescimento da área do império, pois avançou para a conquista do norte da Índia (atual Paquistão e Afeganistão) e  no norte da África. O ápice do processo expansionista ocorreu quando os árabes cruzaram o Estreito de Gibraltar e conquistaram a Península Ibérica (Espanha e Portugal) onde permaneceram por quase 800 anos. O avanço sobre o continente europeu  foi contido em 732 d.C., na batalha de Poitiers, vencida pelos francos, atribuindo a estes a façanha de ter evitado a propagação do Islã na Europa.
A máxima extensão do império foi obtida durante o período da Dinastia Abássida (750 a 1258) tendo como capital Bagdá e centro das rotas de comércio entre o Ocidente e o Oriente. Contudo o esplendor foi passageiro tanto que na fase final da dinastia intensificaram-se os conflitos políticos e religiosos destroçando o império em vários califados independentes, quebrando assim a unidade política e a provocando a degradação da coesão religiosa a partir do surgimento de duas correntes opostas: os xiitas e os sunitas - que ainda na atualidade possuem e mantêm fortes divergências religiosas dentro do Islamismo.
Desta forma, com o poder político enfraquecido os abássidas foram derrotados sucessivamente pelos mongóis, pelos turcos-otomanos e pelos espanhóis que reconquistaram o último reduto islâmico na Europa expulsando-os definitivamente.




Imagem retratando a expansão do Islamismo que abrangia três continentes.


O LEGADO DA CULTURA ISLÂMICA.

A cultura islâmica, cuja primogenitura foi dos árabes, deixou marca indelével por onde passou e nas diversas áreas do conhecimento.

* Arquitetura: Criaram os arabescos, baseava-se nas tradições árabes, persas e dos turcos.
* Ciências: Astronomia (traduziram a obra de Ptolomeu). Na matemática foram os criadores dos números arábicos, da álgebra e desenvolveram a geometria. Na química produziram o álcool e outros compostos.
*Literatura; influenciado pela tradição persa em lendas e contos escreveram "As mil e uma noites" entre outros.      
  



      

REPOSTAS EXERCÍCIO SOBRE ISLAMISMO

RESPOSTAS REFERENTES  À ATIVIDADE SOBRE ISLAMISMO (CAP 18 PAG. 168)                                                                   

1- AS ATIVIDADES ECONÔMICAS DOS HABITANTES DA PENÍNSULA  ARÁBICA  ERAM REALIZADAS POR INTERMÉDIO DAS CARAVANAS QUE ATRAVESSAVAM A REGIÃO EM DIREÇÃO À PALESTINA E A SÍRIA.  CIDADES SURGIRAM E ENRIQUECERAM GRAÇAS AO COMÉRCIO.

2- AS CARAVANAS NÃO APENAS TROCAVAM  MERCADORIAS, TAMBÉM PROMOVIAM O INTERCÂMBIO DE IDEIAS, NOTÍCIAS E HÁBITOS CULTURAIS NOS LUGAREM ONDE PASSAVAM. O CONTATO COM OUTRAS CULTURAS E CRENÇAS RELIGIOSAS ( ZOROASTRISMO, JUDAÍSMO E CRISTIANISMO) PROMOVERAM UM VASTO SINCRETISMO RELIGIOSO, OU SEJA DESENVOLVERAM HÁBITOS CULTURAIS E RELIGIOSOS QUE NASCERAM DA FUSÃO DE CONCEPÇÕES RELIGIOSAS DISTINTAS.

3- A PARTIR DE ANO DE 613, MAOMÉ COMEÇOU A PREGAR NOVOS PRECEITOS RELIGIOSOS BASEADOS NAS SUAS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS. AFIRMAVA TER RECEBIDO REVELAÇÕES DIVINAS QUE POSTERIORMENTE FORAM REGISTRADAS E REUNIDAS NO LIVRO SAGRADO DO ISLAMISMO: O ALCORÃO. MAOMÉ PREGAVA QUE SÓ EXITE UM ÚNICO DEUS, ALÁ, E QUE A NOVA RELIGIÃO SERIA O ISLÃ QUE SIGNIFICA “SUBMISSÃO A DEUS”. OS PILARES DO ISLAMISMO SERIAM: ACREDITAR NUM ÚNICO DEUS E QUE MAOMÉ É SEU PROFETA; REZAR DIARIAMENTE VOLTADO PARA MECA; AJUDAR AOS POBRES E PRATICAR A CARIDADE; JEJUAR NO MÊS DO RAMADÃ; E PEREGRINAR PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA À MECA.

4- MAOMÉ INVADIU MECA COM MILHARES DE ADEPTOS, MANDOU DESTRUIR TODOS OS ÍDOLOS EXISTENTES NA CAABA (UM SANTUÁRIO POLITEÍSTA) E DECLAROU MECA COMO CIDADE SAGRADA PARA OS MUÇULMANOS. A PARTIR DE MECA CONDUZIU ALGUMAS BATALHAS A REGIÕES VIZINHAS.

5- O TERMO JIHAD PODE SER TRADUZIDO COM “ESFORÇO FÍSICO, MORAL, ESPIRITUAL E INTELECTUAL EM FAVOR DE DEUS”. ISTO É O QUE ESTÁ ESCRITO NO ALCORÃO E ESTE É O SENTIDO DA  JIHAD. ENTRETANTO OUTRAS INTERPRETAÇÕES DO TERMO FORAM ADOTADAS COM O PASSAR DO TEMPO, ALGUNS CRENTES ACREDITAVAM QUE MORRER PELA FÉ E O EMPENHO NA GUERRA DE CONVERSÃO CONTRA OS QUE NÃO ADERIRAM AO ISLÃ ESTAVAM NO SENTIDO DA JIHAD. SEGUNDO ESTE INTERPRETAÇÃO, AQUELES QUE MORRESSEM LUTANDO CONTRA OS INFIÉIS SERIAM LEMBRADOS COMO HERÓIS PELOS PARENTES E TERIAM DIREITO A VIVER NO PARAÍSO, PRÓXIMOS DE ALÁ. ESTA CRENÇA INCENTIVOU A MILHARES DE ÁRABES A SE CONVERTEREM AO ISLÃ E LUTAR NOS EXÉRCITOS DE MAOMÉ.

6- MAOMÉ CONDUZIU A UNIFICAÇÃO DAS DIVERSAS TRIBOS ÁRABES DIFUNDINDO UMA RELIGIÃO MONOTEÍSTA QUE CRIOU UM FORTE SENTIMENTO DE IDENTIDADE CULTURAL A PARTIR DA FÉ NO ISLÃ. DESTA FORMA MAOMÉ CONSEGUIU E CONSTRUIU UM ESTADO ÁRABE-ISLÂMICO QUE CENTRALIZOU O PODER EM TODA PENÍNSULA ARÁBICA.

                                                                                                                                                                    7- APÓS A UNIFICAÇÃO FOI POSSÍVEL INICIAR O PROCESSO DE EXPANSÃO A PARTIR DO SÉC. VII PARA FORA DA PENÍNSULA ARÁBICA, DOMINANDO REGIÕES DO ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA. A PARTIR DA DINASTIA OMÍADA OS ÁRABES AMPLIARAM SEU IMPÉRIO CONQUISTANDO A REGIÃO DO PAQUISTÃO,  AFEGANISTÃO E PARTE NO NORTE DA ÍNDIA E A PENÍNSULA IBÉRICA, NA EUROPA.